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O PAPEL DO GESTOR NO PROCESSO DE INCLUSÃO

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Por:   •  22/11/2013  •  4.906 Palavras (20 Páginas)  •  1.163 Visualizações

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O PAPEL DO GESTOR NO PROCESSO DE INCLUSÃO

RESUMO: A partir do relato do dia a dia e dos procedimentos vivenciados, a pesquisa apresenta uma análise do processo de planejamento das aulas, avaliação, currículo e do projeto pedagógico existente, bem como das crenças e resistências dos profissionais envolvidos. A escuta desse cotidiano permitiu a constatação da necessidade de discussão do verdadeiro significado da inclusão em sua dimensão teórica e prática.

PALAVRAS-CHAVE: processo; Gestão; Inclusão.

1 INTRODUÇÃO

A partir da década de 90, muitas transformações vêm sendo produzidas no âmbito da educação. As políticas educacionais e a organização escolar estão se configurando sob outra ótica e, conseqüentemente, tais mudanças têm suscitado muitas implicações no sistema escolar.

Segundo Michels (2006), a nova política educacional brasileira envolve três temas centrais: gestão, formação de professores e inclusão. Esses três eixos indicam os parâmetros para a estrutura política e organizacional das escolas no contexto atual.

A proposta de educação inclusiva fundamenta-se numa filosofia que aceita e reconhece a diversidade na escola, garantindo o acesso a todos à educação escolar, independentemente de diferenças individuais. O valor principal que norteia a idéia da inclusão está calcado no princípio da igualdade e diversidade, concomitante com as propostas de sociedade democrática e justa. Fundamenta-se na concepção de educação de qualidade para todos, respeitando a diversidade dos alunos e realizando o atendimento às suas necessidades educativas. Isso implica adaptações diante das diferenças e das necessidades individuais de aprendizagem de cada aluno. Uma das possibilidades de construção da escola inclusiva é a aproximação dos sujeitos (comunidade interna e externa), diante da descentralização do poder, a municipalização pode proporcionar a aproximação da comunidade e da escola.

Sendo a gestão escolar democrática e participativa responsável pelo envolvimento de todos que, direta ou indiretamente, fazem parte do processo educacional. Assim, o estabelecimento de objetivos, a solução de problemas, os planos de ação e sua execução, o acompanhamento e a avaliação são responsabilidades de todos.

A gestão escolar democrática e participativa proporciona à escola se tornar mais ativa e suas práticas devem ser refletidas na e pela comunidade. A participação, em educação, é muito mais do que dialogar, é um processo lento, conflituoso, em que conhecer os conflitos e saber mediá-los torna-se fonte precípua.

Por isso, é necessário ouvir pais, comunidade e órgãos de representação. Esses são caminhos que devem ser trilhados para a construção da educação inclusiva.

Este estudo justifica-se pela importância de se trabalhar com alunos que possuem necessidades especiais na Rede Regular de Ensino, que é uma realidade presente com ênfase e promulgação na Constituição que prevê igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. O papel do gestor é muitas vezes esquecido quando ocorre a inclusão, sendo que este é essencial, pois é pela a direção que se constrói uma comunidade inclusiva, a busca por recursos e aprimoramento dos profissionais, a conscientização, o planejamento, bem como o desenvolvimento do currículo a reprovação do racismo também deve ser liderada pelo mesmo.

Apresenta como principal objetivo analisar a escola regular nas instâncias da elaboração do projeto político pedagógico, do desenvolvimento da prática pedagógica, do currículo, da avaliação e das crenças e resistências dos profissionais da escola e como estava desenvolvendo seu trabalho de inclusão de todos.

Serão utilizadas como referências básicas para o desenvolvimento do texto os escritos de Brasil (1997, 1998, 2000, 2001a/b, 2007); Sage (1999); Aranha (2001); Tezani (2004); Sant’Ana (2005) e Carneiro (2006).

2 GESTÃO ESCOLAR PARA UMA ESCOLA INCLUSIVA

Sage (1999, p. 129) analisa a relação entre o gestor escolar e a educação inclusiva, reconhece que a prática dessa educação requer alterações importantes nos sistemas de ensino e nas escolas. Para o autor, os gestores escolares são essenciais nesse processo, pois lideram e mantêm a estabilidade do sistema. As mudanças apontadas para a construção da escola inclusiva envolvem vários níveis do sistema administrativo: secretarias de educação, organização das escolas e procedimentos didáticos em sala de aula. “O papel do diretor é de importância vital em cada nível, e diferentes níveis de pessoal administrativo estão envolvidos”.

O primeiro passo, segundo suas recomendações, é construir uma comunidade inclusiva que englobe o planejamento e o desenvolvimento curricular; o segundo passo do processo é a preparação da equipe para trabalhar de maneira cooperativa e compartilhar seus saberes, a fim de desenvolver um programa de equipe em progresso contínuo; o terceiro passo envolve a criação de dispositivos de comunicação entre a comunidade e a escola; o quarto passo abrange a criação de tempo para reflexão sobre a prática desenvolvida.

O papel do diretor em provocar as mudanças necessárias do sistema em cada nível – o setor escolar central, a escola e cada turma – é essencialmente um papel de facilitação. A mudança não pode ser legislada ou obrigada a existir. O medo da mudança não pode ser ignorado. O diretor pode ajudar os outros a encararem o medo, encorajar as tentativas de novos comportamentos e reforçar os esforços rumo ao objetivo da inclusão. (SAGE, 1999, p. 135)

O autor destaca que a burocracia, nas escolas, reduz o poder de decisão dos professores, provocando serviços despersonalizados e ineficientes, impedindo a consolidação do modelo de trabalho cooperativo essencial para a educação inclusiva. Acrescenta que o desenvolvimento da equipe proporciona a oportunidade de identificar lideranças na unidade escolar, o que encoraja a ajuda mútua entre os professores e assim reforça comportamentos cooperativos. O gestor escolar pode colaborar com o estabelecimento da colaboração, no ambiente escolar, com o aprimoramento do contato e da interação entre os professores e demais funcionários. Enfatiza que o gestor escolar é o grande responsável para que a inclusão ocorra na escola, abrindo espaços e promovendo trocas de experiências importantes, desenvolvendo uma gestão democrática e participativa dentro, é claro, de suas possibilidades e de acordo com o contexto em que atua na comunidade,

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