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O Processo Civilizador De Norbert Elias

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Por:   •  16/10/2014  •  589 Palavras (3 Páginas)  •  452 Visualizações

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O ESTUDO DO PROCESSO CIVILIZADOR DE NORBERT ELIAS

Norbert Elias trata especificamente da mudança nos costumes da sociedade européia que se processa entre os séculos XIII e o século XIX. O final do período estudado, já no século XIX, tem o início da sociedade burguesa, que conhecerá ao longo do século XX um novo processo de mudança nos costumes. Mas além de tratar da história desta mudança, Elias estuda o processo por meio do qual as mudanças se processam.

O processo de mudança nos costumes ocorrido ao longo deste período, pode ser descrito como o avanço do processo civilizador. A sociedade européia, altamente refinada do século XIX, não chegou àquele grau de refinamento rapidamente, mas gradualmente. Alguns dos costumes do final da Idade Média seriam considerados como bárbaros pelos europeus do século XIX. Isto inclui desde o modo de se portar à mesa, o uso dos talheres, o modo como os alimentos são preparados e até o comportamento em relação às funções corporais.

Analisando livros sobre "boas maneiras", dos quais se destaca "De civilitate morum puerilium" de Erasmo (1530), Elias destaca que este livro tem como objetivo "a função de cultivar sentimentos de vergonha". Erasmo fazia isso por meio de referências à onipresença dos anjos, usada para justificar o controle de impulsos aos quais a criança está acostumada. O processo civilizador, ou seja, que molda os costumes que mais tarde caracterizariam um homem como civilizado, polido, cortês, são moldados por meio do despertar da ansiedade nos jovens, a fim de adequá-los ao padrão de conduta social desejado na época.

Na idade média, por exemplo, a diferença entre o comportamento dos adultos e crianças era menor que nas fases posteriores. Com o avanço da civilização, segundo Elias, é possível perceber um prolongamento da infância. O processo de controle dos impulsos é condicionado através de sua associação aos sentimentos de embaraço, medo, vergonha e culpa fazendo com que o comportamento desejável "pareça à mente dos indivíduos resultado de seu livre arbítrio e se de interesse de sua própria saúde ou dignidade humana".

As atitudes e costumes da sociedade são moldados, em geral, de cima para baixo. Isto é, que primeiramente se molda o comportamento das elites culturais ou econômicas, e depois este comportamento é "popularizado". As atitudes de vergonha e decoro com relação ao corpo e a fala são meios de diferenciação social, tanto entre as "classes sociais" quanto entre as diferentes sociedades.

O segundo ponto, é que o processo de mudança dos costumes é realizado geração por geração, e passa pelo condicionamento através do estímulo aos sentimentos de medo, vergonha, embaraço e nojo. Isso vale para nossas atitudes diárias, como lavar as mãos, para até mesmo nosso comportamento frente a questões políticas e econômicas. E o modo como a pressão sobre as pessoas é exercida também muda com o passar dos anos. Assim, se no passado utilizava-se ao adjetivo "polido" ou "cortês" para referir-se a um bom cidadão, e depois "moderno" ou "científico/positivo" para referir-se a uma política ou prática desejável, hoje em dia associa-se esta a adjetivos como "sustentável/saudável" para se obter o mesmo

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