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O Que é Cidade - Raquel Rolnik

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Por:   •  19/7/2014  •  804 Palavras (4 Páginas)  •  915 Visualizações

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ROLNIK, Raquel. O que é cidade. (Editora brasiliense, 1995 – Coleção primeiros passos: 203).

Em sua reflexão ao procurar definir o conceito de cidade, a autora traz a imagem moderna de cidade ao qual a maioria das pessoas geralmente associa o seu significado: a agitação, o aglomerado de construções e de pessoas (p. 11). E retornando à origem das cidades, esse conceito aponta para o domínio da urbe sobre o campo e como essa urbanização se dá de maneira avassaladora (p. 12). Apesar das cidades antigas serem bem diferentes das metrópoles de hoje, ambas se assemelham no aspecto atração. Antes de surgirem as cidades, o homem apropriou-se do espaço e desenvolveu técnicas para moldá-lo a sua maneira dando forma aos seus desígnios. E a crença na figura do templo nesse momento teve um papel fundamental, pois é o fator comum de atração ao redor do qual se organizaram e delimitaram-se as primeiras cidades (p. 13,14). E juntamente com a cidade a escrita surgiu da necessidade de memorização e de gestão do trabalho coletivo. E da mesma forma que a escrita serve como memória de civilizações passadas a própria arquitetura é a representação viva dessa memória e também registro da vida social (p. 16-18).

A ideia de cidade implica vida coletiva, que apesar de configurar-se em espaços individuais possui também espaços públicos que geram a necessidade de organização e de gestão. E dessa necessidade surgiu a centralização do poder que causou a diferenciação e a hierarquização sociais. E tal diferenciação se manifesta na organização do território e da arquitetura da cidade, cujos palácios e templos se destacam do resto (p. 19-21). Um modelo claro de tal diferenciação é a polis grega, que está relacionada à pratica política da comunidade e que se manifesta de forma espacial no contexto da cidade, na qual existe a acrópole que é o centro religioso localizada na parte central e mais alta da cidade e a ágora em torno da qual a cidade se desenvolve e onde os homens livres manifestavam sua cidadania (p. 22,23). No contexto atual das cidades, essa manifestação espacial da centralização do poder é menos visível por causa da tecnologia que possibilita o trânsito instantâneo de informações e o controle à distância (p. 24).

Com a concentração de pessoas nas cidades as trocas de mercadorias se tornaram mais possíveis, e em decorrência disso a produtividade aumentou com a divisão do trabalho que também se configurou entre campo e cidade, no qual a matéria-prima é trabalhada inicialmente no campo e finalizada na cidade. E, segundo a autora, esse interesse mercantil domina totalmente as cidades de hoje, onde a produção em massa gera o consumo exagerado (p. 25-27). A partir do momento na história em que as cidades começaram a se voltar para o mercado, a sua própria organização se moldou a essa realidade e seus horizontes se expandiram visando também o câmbio externo de mercadorias atraindo cada vez mais pessoas para os centros comerciais. E com esse fortalecimento do mercado, como ocorreu nas cidades medievais, as cidades ampliaram seu território e sua renda, o que fortaleceu ainda mais a capacidade de dominação do Estado tornando o controle do poder cada vez mais centralizado e despótico (p. 30-39).

E principalmente nas grandes cidades hoje, é fácil identificar os nichos sociais que se configuram ao longo

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