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O Serviço Social No Contexto Rural E Urbano

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Por:   •  12/8/2014  •  3.493 Palavras (14 Páginas)  •  454 Visualizações

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Após a leitura do PLT o grupo realizou um debate sobre o conteúdo do mesmo, em questão temas como os movimentos organizados, voltados para a transformação da realidade social, destacando a divisão existente entre os movimentos de emancipação e os de controle social. No livro a autora descreve de forma muito clara os problemas detectados de acordo com as suas linhas temáticas, assim como os Movimentos e Organizações correspondentes, retratando de forma crítica as suas dinâmicas, de modo que o retrato seja o mais fiel possível.

O livro de Maria da Glória Gohn apresenta um mapeamento de demandas e lutas da sociedade civil brasileira, organizadas em movimentos sociais na atualidade. E tem como objetivo central um mapeamento e análise das principais formas de associativismo civil no Brasil expressas em movimentos sociais e redes de mobilização de associações civis e fóruns.

O presente trabalho aborda os movimentos sociais, subdividindo em três frentes. A primeira denomina-se movimentos identitários que são aqueles que lutam por direitos sociais, econômicos, políticos, e, mais recentemente culturais. Podem ser incorporados, de acordo com seu formato, as lutas das mulheres, dos afrodescendentes, dos índios, dos grupos geracionais (jovens, idosos), grupos portadores de necessidades especiais, etc. O segundo denomina-se movimentos de luta por melhores condições de trabalho, no meio urbano e rural. Sempre buscando melhores condições para a terra, moradia, alimentação, educação, saúde, transportes, lazer, emprego, salário, etc. O terceiro é composto por movimentos globais ou globalizantes. São lutas que atuam em redes sociopolíticas e culturais, através de fóruns, plenárias, colegiados, conselhos, etc. Tal luta é considerada a grande novidade do milênio. Nota-se que tais movimentos abrangem várias e diferentes temáticas que vão da biodiversidade, lutas e demandas étnicas, até as lutas religiosas de diferentes seitas e crenças. Neste novo século, na America Latina, os indígenas estão re-emergindo como a grande novidade no cenário das lutas e movimentos sociais na região. Entretanto alguns autores separam o termo movimento sociais do movimento indígena, por considerar que esse último tem uma especificidade em um campo próprio.

Atualmente os movimentos sociais são diferentes dos movimentos ocorridos no final da década de 1970 e parte dos anos 1980 que são movimentos populares reivindicatórios de melhorias urbanas articulados com pastorais, grupos políticos de oposição ao regime militar etc.

O movimento social do século XXI defronta-se com novas demandas, conflitos e novas formas de organização. Demandas estas atribuídas a globalização em suas mais variadas faces. As novas políticas sociais do Estado globalizado da prioridade a processos de inclusão social de setores e camadas tidas como “vulneráveis ou excluídas” de condições socioeconômicas ou direitas culturais, os índios e afro descendentes, etc. Organizações terroristas e movimentos de fanatismo religioso começam a ocupar a atenção dos pesquisadores. Ações comunitárias locais também ganham destaque. Frente às transformações afirmamos que os movimentos sociais não estão mais limitados somente à política, à religião ou às demandas socioeconômicas e trabalhistas. O novo cenário das políticas cria um deslocamento na questão da desigualdade econômica, com ênfase na renda, passa a ser efetivamente social, com ênfase nas características sociais e culturais dos grupos sociais. Não há uma, mais várias teorias que abordam os movimentos sociais, tais como:

Teorias construídas a partir de eixos culturais onde os sujeitos participantes constroem sentidos e significados para suas ações a partir do próprio agir coletivo.

Teorias focadas no eixo da justiça social, que tratam das questões do reconhecimento e as questões da redistribuição. As teorias críticas dão sustentação a essas abordagens.

Teorias que destacam a capacidade de resistência dos movimentos sociais. Nessa abordagem, critica-se veementemente a ressignificação das lutas emancipatorias e cidadãs pelas políticas publicas que buscam apenas a integração social.

Teorias que canalizam todas as atenções para os processos de institucionalização das ações coletivas. Preocupam-se com o desempenho das pessoas em instituições, organizações, espaços segregados, associações, etc.

ONGs, terceiro setor, entidades do poder publico administrativo, iniciam pesquisas praticas sobre alguns movimentos sociais, obtendo assim dados para elaboração de planos e projetos de intervenção na realidade social. Tais entidades também patrocinam cursos, seminários e encontros de movimentos sociais com estudiosos e pesquisadores.

O movimento social, como um sujeito social coletivo, não pode ser pensado fora do seu contexto histórico e conjuntural.

Os sujeitos dos movimentos sociais saberão fazer leituras do mundo, identificar projetos diferentes ou convergentes. Olhares multifocais que contemplam raça, etnia, gênero e (ou) idade passam a ser privilegiados. As categorias de analise também se alteram no quadro das teorias dos movimentos sociais. Redes sociais passam a ter para vários pesquisadores, um papel até mais importante do que o movimento social. O território passou a ser uma categoria ressignificada e uma das mais utilizadas para explicar as ações localizadas. Território passa a se articular à questão dos direitos e das disputas pelos bens econômicos, de um lado, e, de outro, pelo pertencimento ou pelas raízes culturais de um povo ou etnia. Classe social, raça, etnia, grupos religiosos, recursos e infraestrutura passam a serem indicadores para a análise de um território e seus conflitos.

No Brasil, a partir dos anos 1990, havia uma propensão dos grupos sociais organizados se articularem em redes e criarem fóruns a partir dessas redes passou a imperar como modismo, de um lado, e “exigência para sobrevivência”, de outro. Rede é uma categoria muito utilizada nos dias de hoje, com diferentes sentidos. Ela é importante na análise das relações sociais de um dado território ou comunidade de significados.

Segundo a autora existem cinco pontos de diferenciação dos movimentos sociais atuais em relação aos do passado, quais sejam:

1° – Houve redefinição na sua própria identidade e na qualificação do tipo de suas ações. Os movimentos sociais ao atuarem num cenário contraditório, em que políticas, programas e projetos podem engessá-los, discutem e problematizam a esfera pública com vista à construção de novos modelos organizativos;

2° – Os movimentos do passado possuíam

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