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Serviço Social No Contexto Rural E Urbano

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Por:   •  24/9/2013  •  2.326 Palavras (10 Páginas)  •  2.456 Visualizações

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Em nosso país, mesmo com o discurso predominante sobre a superação da necessidade de se fazer uma reforma agrária no Brasil, sobre tudo pela ausência de uma política por parte do governo de desapropriação de áreas improdutivas e assentamento de milhares de famílias que se encontram acampadas nas margens das rodovias na luta por um pedaço de chão, e que muitas vezes são obrigados a radicalizar suas ações para que possam ser atendidas as suas reivindicações. O que vemos é cada dia mais uma necessidade de se fazer uma verdadeira reforma agrária, não só para que milhares de famílias que estão acampadas possam conseguir um pedaço de chão para dali tirar sua subsistência como também, pela necessidade de milhares de famílias que estão nas periferias das grandes cidades as margens das políticas públicas. Como também pela preservação do meio ambiente e a produção saudável de alimentos.

A Política de Reforma Agrária deve ser encarada como uma política social, e ser assumida como uma política pública pelo estado brasileiro, que tem tratado a mesma como uma questão fora de contexto. A reforma agrária é uma política que dá a possibilidade de emancipação para as famílias que conseguem após longos anos de luta um pedaço de chão. Pois passam a depender apenas dos seus esforços, assim é de primordial importância que os assistentes sociais abrasem a luta pela reforma agrária sendo essa uma política pública emancipatória e não compensatória. O Serviço Social deve por tanto cada vez mais ocupar espaços dentro das organizações de trabalhadores em luta pela reforma agrária, lutando para que ás milhares de famílias que estão acampadas nas margens das rodovias lutando por um pedaço de chão em uma situação precária possam ter minimamente seus direito como cidadão, que é de ter acesso a políticas públicas fundamentais como educação, saúde entre outros possam ser atendidos.

Netto e Sant’Ana,, afirmam que “A questão agrária é uma das expressões da questão social, pois reflete as contradições postas pelo capitalismo no meio rural, e no Brasil com particularidades históricas extremamente perversas” (2004:2). Sendo por tanto uma das expressões da questão social, é por tanto um campo onde o assistente social deve atuar lutando para superar essa realidade, sobretudo no Brasil onde a questão agrária ainda tem tabus colonialistas, onde o coronelismo anda de mãos dadas com a modernidade do agronegócio. A questão social foco de atuação do assistente social também esta presente na zona rural, e suas expressões são as milhares de famílias acampadas nas margens das rodovias, morando em baixo de barracas de lona, excluídas de varias políticas públicas, submetidas a trabalhos análogos a escravidão entre outros. Segundo Canesqui “o debate da questão agrária, historicamente polêmico, recompõe-se na atualidade, seja pela não efetivação da reforma agrária,[...] seja pelo modelo de agricultura hegemônico” (2007:1). Mesmo sendo a reforma agrária uma política reformista no Brasil ganha um grande contorno de luta de classes, no Brasil há uma burguesia rural que não abre mão de suas posses ursupadas historicamente dos povos indígenas. Dessa forma a reforma agrária no Brasil ganha contornos de uma guerrilha como mostra o caderno de conflitos no campo elaborado todos os anos pela CPT(Comissão Pastoral da Terra). Carvalho e Sant’Anaafirmam que o ímpeto pela apropriação e concentração de imensas extensões de terras iniciaram com a colonização portuguesa e perduram até hoje (2007:1).Moreira, como os outros, escreve que a questão agrária não é nova no Brasil e que tem sua gênese na colonização e ainda existe (2007:1). O ultimo censo agropecuário apresentado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) em 2006 mostra que nos últimos anos aumentou a concentração de terras no Brasil, mesmo com a criação de vários assentamentos, no entanto o governo nunca assumiu de fato a questão da reforma agrária, assim como demonstra Jean em sua charge “a negociação” em 2008, o governo sabe exatamente o que o povo quer, porém continua ignorando, tomando as decisões mais convenientes ao seu governo e não a população como um todo, pois enquanto por um lado são criados alguns projetos de assentamentos, por outro lado a maioria dos recursos é destinada para o agro negócio exportador. Mesmo assim a cada dia surgem novos movimentos sociais lutando pela terra, tanto que segundo Ariovaldo Umbelino a luta pela posse da terra tem aumentado no ultimo período. Para Souza: [...] os movimentos sociais representam uma nova ordem política, na construção de sua organização em vista à solução de suas necessidades sociais e o Serviço Social, em sintonia com o projeto ético-político,tendo como um dos princípios a construção de uma nova ordem social tem o de verde apoiar tais movimentos (2007:4). Reafirmando o que diz Souza, os movimentos populares de luta é um espaço onde o assistente social pode atuar com autonomia e em sintonia com o projeto ético-político da profissão, na busca pela emancipação da classe trabalhadora. No Brasil os movimentos de luta pela reforma agrária tem uma organização histórica e mesmo no período de descenso de luta da classe trabalhadora, tem sido nas ultimas décadas protagonistas no enfrentamento das políticas neoliberais implementadas pelo estado brasileiro. Além de conseguirem importantes vitórias para os trabalhadores, lutando para que de fato o direito dos mesmos sejam atendidos.

Na década de 80 sobre tudo com o fim da ditadura militar surgem os primeiros movimentos populares que organizam a luta dos camponeses sem terra, tal qual conhecemos hoje. Hoje em Goiás temos mais de 10 organizações que atuam diretamente na luta dos camponeses sem terra por reforma agrária. Alguns têm uma atuação nacional, outros só no estado. O Fórum pela Reforma Agrária e Justiça no campo do Estado de Goiás é atualmente o principal espaço de articulação das organizações que direta e indiretamente lutam pela reforma agrária no Estado de Goiás. É hoje composto pela CPT, MST, MLST, FETAEG, FETRAF, TERRA LIVRE, MVTC, MBTR, MPA, MCP, MMC, MAB, FECOSOL, FGE, ANDES, CUT, CSP-CONLUTAS, DCE-UFG,SINDSAÚDE, SINTSEPE, SINDIAGRI. “O Sonho de acesso a terra se reavivou com a elaboração da Constituição Federal de 1988 a qual, inobstante os avanços em diversos aspectos, levou a política agrária de acesso á terra a intervenções pontuais e, ainda assim, por falta de vontade política, por anos a fio, as ações de governo neste sentido continuaram letra morta.” (Fórum Estadual pela Reforma Agrária e justiça no campo o Estado de Goiás, 2010). Neste sentido tudo que se conseguiu de conquista em relação à criação de milhares de projetos de assentamentos com o assentamento

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