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Oleos Essenciais

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Por:   •  8/9/2013  •  2.976 Palavras (12 Páginas)  •  751 Visualizações

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ÓLEOS ESSENCIAIS

Através das plantas medicinais e seu uso popular, muitas contribuições importantes foram feitas e, a terapia moderna, composta por um grande número de medicamentos, talvez não tivesse atingido o grau de desenvolvimento atual, se não fosse o auxílio dos produtos naturais (CALIXTO, 2001). Das diversas formas disponíveis para a obtenção de novos fármacos tais como síntese, planejamento racional de fármacos e bioprospecção de produtos naturais, é evidente que espécies vegetais de valor medicinal representam uma fonte de novos produtos ativos, especialmente se considerarmos a potencialidade e a alta diversidade da flora brasileira (WITAICENIS, 2006). Atualmente, as espécies vegetais representam uma das alternativas entre as diversas fontes de insumos necessários à existência da sociedade (SHENKEL; GOSMANN; PETROVICK, 1999). É estimado que cerca de 3.000 óleos essenciais sejam conhecidos, dos quais aproximadamente 300 são comercialmente importantes, destinados, principalmente, para o mercado de fragrâncias (BURT, 2004; HENRIQUES; SIMÕES-PIRES; APEL, 2007). O mercado mundial de óleos voláteis gira em torno de US$ 1,5 milhão/ano, apresentando crescimento aproximado de 11% ao ano. Os maiores consumidores de óleos essenciais no mundo são os EUA (40%) e a União Européia (30%), sendo que na Europa, a França é o país líder em importações, destacando-se ainda o Japão, Reino Unido, Alemanha, Suíça, Irlanda, China, Cingapura e Espanha como grandes importadores (BIZZO; HOVELL; REZENDE, 2009). Os óleos essenciais são originados do metabolismo secundário das plantas e quimicamente são compostos de baixa massa molecular, constituindo-se de misturas bastante variáveis de fenilpropanóides e terpenóides (SIMÕES; SPITZER, 1999; HENRIQUES; SIMÕES-PIRES; APEL, 2007; GONÇALVES et al., 2003; SILVA et al., 2003).

De forma geral, são misturas complexas de substâncias voláteis, lipofílicas, geralmente odoríferas e líquidas. Também podem ser chamados de óleos voláteis, óleos etéreos ou essências. Essas denominações derivam de algumas de suas características físico-químicas,

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como por exemplo, a de serem geralmente líquidos de aparência oleosa à temperatura ambiente, advindo daí, a designação óleo. Entretanto, a sua principal característica é a volatilidade, diferindo-se assim dos óleos fixos, mistura de substâncias lipídicas, obtidas geralmente de sementes. Outra característica importante é o aroma agradável e intenso da maioria dos óleos voláteis, sendo por isso, também chamados de essências. Eles também são solúveis em solventes orgânicos apolares, como éter, recebendo por isso a denominação de óleos etéreos ou em latim aetheroleum (SIMÕES; SPITZER, 1999). Os óleos essenciais constituem os elementos voláteis contidos em muitos órgãos vegetais, e, estão relacionados com diversas funções necessárias à sobrevivência vegetal, exercendo papel fundamental na defesa contra microrganismos (SIQUI et al., 2000). Ainda, tem sido estabelecido cientificamente que cerca de 60% dos óleos essenciais possuem propriedades antifúngicas e 35% exibem propriedades antibacterianas (BHAVANANI; BALLOW, 1992).

1.2 METABÓLITOS SECUNDÁRIOS

O metabolismo das plantas é de grande importância para a manutenção da vida no planeta. É dividido em metabolismo primário ou de macromoléculas e metabolismo secundário ou de micromoléculas conforme importância na manutenção dos processos vitais essenciais destas (NETO; CAETANO, 2005). Dá-se o nome de metabolismo o conjunto de reações químicas que continuamente ocorrem em cada célula. Os compostos químicos formados, degradados ou transformados são denominados metabólitos (SANTOS, 1999). Essas reações visam, primariamente, o aproveitamento de nutrientes para satisfazer as exigências fundamentais da célula: energia (ATP), poder redutor (NADPH) e biossíntese das substâncias essenciais à sua sobrevivência (macromoléculas celulares). Por serem considerados processos essenciais à vida e comuns aos seres vivos, define-se como integrantes do metabolismo primário (SANTOS, 1999). Os metabólitos secundários não estão ligados diretamente nos processos fisiológicos normais das plantas, mas são encontrados em determinados grupos destas (NETO; CAETANO, 2005).

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Durante muito tempo foram considerados como produtos de excreção do vegetal, com estruturas químicas e, algumas vezes, propriedades biológicas interessantes. Porém, atualmente sabe-se que muitas destas substâncias estão diretamente envolvidas nos mecanismos que permitem a adequação do produtor a seu meio. Já foram reconhecidas como funções de várias substâncias pertencentes a essa classe de metabólitos, por exemplo, a defesa contra herbívoros e microrganismos, a proteção contra raios UV, a atração de polinizadores ou animais dispersores de sementes. Portanto, os óleos essenciais em alguns casos funcionam como um mecanismo de defesa das plantas, atuando como inseticidas e fitoalexinas (FURLAN; BERGAMO; KATO, 2007; SANTOS, 1999). Existem alguns fatores que podem influenciar na composição química de um vegetal como: luminosidade, umidade, radiação solar, vento, temperatura, estação do ano em que a planta foi coletada, altitude, ritmo circadiano, poluição atmosférica, entre outros (SPITZER; SIMÕES, 1999). Na Figura 1 estão representados alguns dos fatores que influenciam na produção de metabólitos secundários das plantas.

Figura 1- Fatores que influenciam na produção de metabólitos secundários.

Fonte: GOBBO NETO, L.; LOPES, N. P. Plantas medicinais: fatores de influência no conteúdo de metabólitos secundários. Química Nova, v. 30, n. 2, p. 374-381, 2007.

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1.3 ÓLEOS ESSENCIAIS E SUA COMPOSIÇÃO QUÍMICA

Os óleos essenciais, segundo definição da ANVISA (BRASIL, 1999), “são produtos voláteis de origem vegetal obtidos por processo físico e podem se apresentar isoladamente ou misturados entre si, retificados, desterpenados ou concentrados”. São obtidos por diferentes processos, dependendo da localização no vegetal, da quantidade e das características requeridas para o produto final. As técnicas mais usuais para sua obtenção são: prensagem, extração com solventes orgânicos ou com gorduras, com fluído supercrítico e destilação por arraste de vapor ou hidrodestilação. Quimicamente são compostos com baixa massa molecular e a grande maioria dos óleos essências é constituída de derivados fenilpropanóides ou terpenóides, especificamente monoterpenos e sesquiterpenos, embora seja possível encontrar diterpenos,

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