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Ordem racial no século XIX

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Por:   •  1/10/2014  •  Resenha  •  392 Palavras (2 Páginas)  •  146 Visualizações

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O cenário racial no século XIX

Em 1810, tratados firmados entre a coroa portuguesa no Brasil e a Inglaterra determinavam a abolição do tráfi­co, uma proibição, na prática, meramente de fachada, pois o comércio continuou. Somente em 1850 a lei Eusébio de Queiroz aboliu definitivamente o tráfico.

A partir daí, a defesa da abolição total da escravatura passou a ser a bandeira de alguns setores da nossa econo­mia: a oligarquia cafeeira do Oeste Paulista, interessada em atrair mão-de-obra imigrante, e os primeiros empre­sários industriais, que desejavam mercado consumidor interno e mão-de-obra europeia, mais qualificada.

Além disso, a influência de teorias racistas europeias, que defendiam a ideia da superioridade racial e cultural do caucasiano loiro, impuseram ao Brasil uma visão de branqueamento de sua população através do mulato, fru­to da mistura étnica entre o branco e o negro, primeiro passo para o "projeto" de branqueamento total.

Dessa forma, tornavam-se fundamentais a abolição da escravatura e a vinda do branco europeu, processos que acelerariam esse branqueamento. Na ocasião, alguns teóricos nacionais cultuavam as capacidades de alemães e italianos e, em contrapartida, desprezavam nossa ori­gem racial, taxando-a de triste e preguiçosa, preconceitos ainda presentes no nosso meio.

Grosso modo, a abolição da escravatura no Brasil co­nheceu dois caminhos. No Nordeste, que vivia a deca­dência da estrutura latifundiária, já que o algodão e o açúcar estavam sem capacidade de concorrência no mer­cado internacional, os proprietários rurais verdadeiramente não mais podiam manter a mão-de-obra escrava. Como a região não possuía uma economia dinâmica nas áreas urbanas, os negros libertos permaneciam nas fazen­das como agregados ou dependentes. Assim, no Nordes­te brasileiro a abolição transformou o escravismo num re­gime de trabalho semi-servil.

No Centro-Sul, com melhor equipamento urbano esti­mulado pelos investimentos do capital cafeeiro na indús­tria, o negro pôde ser absorvido pela forma capitalista de trabalho assalariado. Entretanto, o despreparo dessa mão-de-obra e a concorrência do trabalhador imigrante transformaram os contingentes libertos em massas mar­ginalizadas socialmente, executando tarefas de menor qualificação e menor remuneração, realimentando o peri­goso círculo vicioso do subemprego e dos preconceitos dele decorrentes como estereótipos sociais.

Vale ressaltar que os imigrantes europeus e asiáticos que hoje compõem boa parte da população brasileira foram também vítimas das nossas classes dominantes, ora pelo não cumprimento dos contratos de trabalho que deveriam reger as relações entre as partes, ora por meros preconceitos, estimulados pela ideia de depen­dência do imigrante que substituía o braço de trabalho escravo.

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