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PROJETO DE INVESTIGAÇÃO NO CONTEXTO DO PROCESSO DE CONHECIMENTO

Tese: PROJETO DE INVESTIGAÇÃO NO CONTEXTO DO PROCESSO DE CONHECIMENTO. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  6/4/2014  •  Tese  •  2.786 Palavras (12 Páginas)  •  525 Visualizações

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1. O PROJETO DE PESQUISA NO CONTEXTO DO PROCESSO DE CONTRUÇÃO DO CONHECIMENTO

Qualquer que seja a sua forma de apresentação, o projeto tem que responder ás seguintes questões: o que será feito; por que e a partir de que se pretende fazê-lo; como e onde será realizada a pesquisa; quando será feita (GONDIM, 1987a).

1.1 ESTRUTURA E CARACTERÍSTICAS DE UM PROJETO DE PESQUISA

Constituem a estrutura de um projeto de pesquisa:

a) Definição do objeto (o que será feito)

b) Justificativa (por que)

c) Revisão da literatura pertinente e quadro referencial teórico (a partir de que)

d) Metodologia (como e onde)

e) Cronograma (quando)

O texto deve ser precedido por uma folha de rosto, indicando título da pesquisa, autor, orientador, instituição, local, mês e ano da conclusão do projeto. Ao final coloca-se a bibliografia, abrangendo, além das obras citadas, aquelas que serão consultadas no decorrer da pesquisa. Não há formatos “certos” ou “errados” de projetos, não é necessário que o texto apresente todos os itens citados, na ordem indicada; eles podem ser agregados de diferentes maneiras.

Em definição do objeto de pesquisa, deve-se se expor qual o problema que será pesquisado, este é componente mais importante. Na justificativa, deve-se dizer como se escolheu o objeto e demonstrar por que é importante pesquisá-lo. Quanto à revisão da literatura deve-se, pois, indicar como o problema tem sido tratado por autores diversos, comparando diferentes enfoques e perspectivas teóricas e indicando aqueles que prometem ser mais relevantes para a pesquisa proposta. A metodologia explicita as questões norteadoras e as estratégias que serão utilizadas para a abordagem empírica do objeto, as questões podem ou não assumir a forma de hipóteses. Esta define também, os procedimentos que serão seguidos na coleta e na análise das informações, deve-se também dar indicações sobre os instrumentos que serão utilizados (questionários, entrevistas não-diretivas, observação participante, documentos e outros), bem como sobre o número e tipo de informantes, e sobre o local e período em que será realizada a coleta de dados.

O cronograma deve indicar a duração prevista de todas as etapas da de pesquisa, incluindo não só a coleta de dados, mas o levantamento bibliográfico complementar, o planejado detalhado do trabalho de campo, a análise de dados e a redação do “relatório” da pesquisa.

1.2 A CONTRUÇÃO DO OBJETO E A ETAPA EXPLORATÓRIA DA PESQUISA

Na definição do objeto deve-se apresentar o problema que será pesquisado e o que se pretende descobrir mediante a investigação. É importante, não confundir o tema com objeto de pesquisa. O tema tem caráter mais amplo e constitui, na verdade, uma área de interesse do pesquisador, já o objeto é resultado de um “recorte” do tema, a partir de uma problematização da realidade que se quer investigar. Exemplo: Tema: Prostituição. Objeto: A prostituição do ponto de vista dos clientes de bordéis, a fim de compreender o que leva estes últimos a recorrer aos serviços de prostitutas.

1.2.1 CRITÉRIOS PARA A ESCOLHA DO TEMA E DO OBJETO DE PESQUISA

O interesse pelo o assunto deve ser o primeiro critério norteador da escolha do tema da dissertação, não deve ser ditada por modismos intelectuais, nem por imposição de professores ou de fontes de financiamento.

O segundo critério a ser considerado é a relevância do objeto da investigação. O terceiro critério é a viabilidade do estudo, em termos de recursos e do tempo disponíveis para a realização da pesquisa. Tais recursos incluem tanto a disponibilidade de financiamento para o trabalho de campo (viagens, impressão de questionários, auxiliares de pesquisa, etc.), como as aptidões e a experiência do pesquisador.

1.2.2 A RUPTURA COM O SENSO COMUM COMO CONDIÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE OBJETOS DE PESQUISA

A construção de objetos de pesquisa não depende apenas do esforço e da boa vontade do pesquisador. Requer antes de mais nada, uma qualidade essencial para o estudo científico dos fatos sociais. Pesquisar é procurar, indagar, questionar o mundo, principalmente aquele que está ao nosso redor. Assim, o primeiro passo da atividade do cientista social, enquanto tal consiste em dirigir á realidade um olhar crítico, inquisidor, de modo a “desnaturalizar” os fatos sociais. Mas há uma pré-condição para isto: é a ruptura com o senso comum (BOURDIEU, 1989).

Para romper com o senso-comum, o pesquisador deve exercitar a “dúvida radical”, questionando todas as pré-noções, a fim de escapar da “persuasão clandestina” que se efetiva via meios de comunicação de massa, trabalhos de colegas e de alunos, etc. (BOURDIEU, 1989, P.37).

1.2.2 SUGESTÕES METODOLÓGICAS PARA A CONSTRUÇÃO DE OBJETOS DE PESQUISA

A construção de um objeto de pesquisa é um processo lento, vinculado tanto aos interesses do pesquisador, como á sua capacidade de proceder a rupturas epistemológicas com o seu próprio universo social.

Uma boa forma de se proceder é tentar transformar o tema em uma pergunta de partida, ou seja, em uma questão que resuma a inquietação que levou o pesquisador a querer estudar aquele tema. Os autores Quivy e Van Campenhoudt apresentam no seu livro Manual da Investigação em Ciências Sociais (1992), alguns critérios definidores de uma boa pergunta:

a) Clareza: a pergunta não deve ser vaga, nem muito complicada;

b) Exequibilidade: deve-se colocar uma questão possível de ser respondida com os recursos materiais e intelectuais do pesquisador;

c) Pertinência: é necessário que se coloque uma verdadeira indagação, e não algo que o pesquisador já sabe; ou seja, deve-se evitar transformar pressupostos em perguntas que sejam apenas retóricas.

1.2.3 A ETAPA EXPLORATÓRIA DE PESQUISA, O LEVANTAMENTO BIBLIOGRÁFICO E A REVISÃO DA LITERATURA

A preparação de um projeto de pesquisa, por si só, requer um mínimo de familiaridade com o objeto a ser investigado. Antes de se proceder, de modo mais sistemático e aprofundado, á investigação, impõe-se a realização de estudos exploratórios

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