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PSICOLOGIA relacionamentos afetivos

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Por:   •  29/6/2014  •  Tese  •  1.166 Palavras (5 Páginas)  •  264 Visualizações

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maginávamos. Ele é o que é. Então, nós nos frustramos a cada vez que ele não age da maneira desejada. Isso dói. Os desencontros do dia a dia também nos machucam. Um quer dormir enquanto o outro quer ver TV. Um quer fazer amor, o outro quer dormir. E assim por diante. Essas pequenas decepções nos mostram que somos seres individuais, o que não nos torna bons ou maus, apenas reais.

No livro, você afirma que a relação afetiva é o grande espelho que reflete quem somos, nossas qualidades e defeitos. Como se dá esse jogo?

Quando os parceiros se conhecem, criam vários objetivos: desfrutar a companhia do ser amado, passar cada vez mais tempo juntos, construir uma família, compartilhar projetos. No entanto, há um objetivo que permanece, na maioria das vezes, inconsciente: que o meu companheiro facilite meu autoconhecimento. Não posso ver a mim mesmo. Para isso, preciso de um espelho. Ao longo da vida, encontramos vários pelo caminho: a família, os amigos e, sobretudo, o ser amado. Aprendemos muito quando vivenciamos uma relação amorosa, pois temos diante de nós alguém que nos vê. Assim, podemos nos conhecer e nos aprimorar.

Quando sentimos raiva, por que é mais fácil acusar a pessoa amada, responsabilizá-la por nossa insatisfação, em vez de buscar o diálogo?

Ao apontarmos o dedo para alguém, outros três dedos se voltam em nossa direção. Se determinado defeito nos incomoda em uma pessoa, é porque também o possuímos. Como não admitimos isso, é mais fácil apontá-lo fora, e não em nós mesmos. As características que não temos não nos perturbam quando aparecem no parceiro. Só nos causa aborrecimento o que revela uma parte renegada de nosso ser.

A rotina é mesmo a grande inimiga do casamento?

Há, na verdade, um monstro de sete cabeças que ameaça os relacionamentos. A primeira cabeça é a ideia de que eu não posso viver sem estar enamorado; a segunda, a competição com o par; a terceira, a falta de projetos comuns; a quarta, problemas com a família do cônjuge; a quinta, a incompatibilidade de gostos; a sexta, antagonismo nas linhas ideológicas básicas; e a sétima, a rotina. Com criatividade e desejo, é possível driblá-la. O que é melhor? Trocar o marido ou mudar o dia, o local e o horário de fazer amor?

Não saber mais onde termina o eu e onde começa o nós é inevitável numa vivência amorosa?

Essa noção vem do mito de que duas pessoas são metades que, juntas, compõem uma maravilhosa e incrível unidade. Eu, particularmente, prefiro ser inteiro e ter a meu lado alguém igualmente inteiro, para, assim, enriquecermos a vida a dois. Não podemos descuidar esse ponto e deixar de ser quem somos. Afinal, a maior riqueza de conviver é a possibilidade de abrir espaço para que ambos possam ser quem são. Muitas pessoas, infelizmente, acreditam que, para estar junto de alguém, precisam renunciar a si mesmos. Não considero que a medida do amor seja o quanto estou disposto a me sacrificar por alguém, e sim o quanto estou disposto a desenvolver minha autonomia. Não creio que a base da relação seja o quanto deixo de ser eu, e sim o quanto consigo ser eu mesmo quando estou ao lado de quem amo. A equação ideal seria: você está para mim, eu estou para você, e nós dois estamos para os outros. O problema é quando pensamos: eu estou para mim, você tem de estar para mim, e todos os outros também. No avião, vindo para cá, observei a aeromoça dar instruções para o caso de um acidente. Ela disse que deveríamos colocar a máscara de oxigênio primeiro em nós e depois na pessoa ao lado, pois só assim teríamos condições de ajudá-la. O mesmo se aplica ao amor. Não acredito que, para estar com alguém, seja necessário deixar de pensar em si mesmo.

Colocar tudo de lado para que o parceiro vire o centro de nosso universo é preocupante?

Essa é a manifestação da paixão. Fugaz, por natureza. O amor não é assim. Não há com o que se preocupar. É só uma fase. Precisamos ser complacentes com os amigos que estão vivendo esse momento de êxtase e, por isso, acabam se distanciando. É um período maravilhoso, mas não podemos ficar assim eternamente. Do contrário, não faríamos mais nada na vida, não trabalharíamos, não cultivaríamos

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