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PUBLICOS

Por:   •  1/10/2015  •  Resenha  •  1.708 Palavras (7 Páginas)  •  598 Visualizações

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FRANÇA, Fábio. Públicos: como identificá-los em uma nova versão estratégica. 3.ed. São Caetano do Sul, São Paulo: Yendis Editora, 2012.

Tanto se fala de públicos na profissão de relações públicas, o quão essencial eles são para uma organização e que se deve prezar por um relacionamento de mão dupla para com estes.

O autor apresenta, inicialmente, uma grande dificuldade em definir o próprio conceito de público e desvendar os tipos existentes.

Quando surge a necessidade de estabelecer relacionamentos estratégicos com os públicos de interesse à organização, os profissionais e pesquisadores da área encontram-se em um grande problema de não saber quem são esses públicos e como chegar até eles.

Para declarar qual a origem do conceito público, França apresenta diversos autores, cada um com seu posicionamento. Lesly (1995) aponta o público como alvo dos próprios interesses da organização; Tarde (1992) preocupa-se em diferenciar o conceito de público com o de multidão, defendendo também que os públicos em si só vieram a se formar efetivamente após a revolução de 1789, devido aos jornais impressos que destinavam cada uma de suas matérias aos determinados gostos e posições políticas da época; Toffler (1995), após analisar a sociedade moderna, classifica o público em três categorias: “primeira onda” (público como interlocutor imediato); “segunda onda” (já inserido no sistema de criação) e o de “terceira onda” (necessidade da economia pós-produção em massa).

Já no conceito sociológico de público é interessante destacar a concepção de Blumer (1971), o qual defende o termo como um agrupamento natural, anticonvencional e espontâneo. Em Ramos (1952) também é citado como um conceito que possui psicologia própria. Nota-se aqui, a importância da sociedade sob os públicos, a necessidade do comportamento coletivo em enfrentar um problema e resolvê-lo. Dessa maneira, além do trabalho do profissional de relações públicas de saber como estabelecer relacionamento, é necessário realizar um trabalho psicossocial como defende Andrade (1989), o qual destaca os três tipos de agrupamentos: massa, multidão e público.

Outro conceito ligado a públicos é a denominação stakeholders. Alguns autores defendem que ambos os conceitos são válidos para as duas nomenclaturas. Porém, os stakeholders podem agrupar mais grupos de interesses a uma organização, como por exemplo: o governo, fornecedores, funcionários, imprensa, consumidores e etc.

Por fim, as três definições de público mais aceitas pelas escolas brasileiras: público interno, público externo e público misto. Público interno é aquele que possui ligações muito próximas à organização, formado, basicamente, pelos colaboradores desta e todos que participam de sua formação. O público externo é o que está certamente ligado à empresa e possui interesses nela, mas não de uma maneira tão próxima quanto o interno. É composto por: consumidores, governo, acionistas, fornecedores e etc. Enfim, o público misto também apresenta seus interesses à organização, porém, não vivencia diariamente as rotinas empresarias e muito menos compartilha de seus mesmos espaços.

Mesmo esses sendo os conceitos mais bem aceitos atualmente, ainda há muita divergência de opiniões perante suas definições e quem compõe cada público.

França relata no segundo capítulo de seu livro uma pesquisa desenvolvida por ele, a fim de superar as carências teóricas e práticas das classificações analisadas. Essa pesquisa buscou entender a dinâmica do relacionamento entre organizações e seus públicos, dando conta de aspectos institucionais e mercadológicos que, como França afirma, não eram considerados na classificação sociológica. Com esse estudo o autor pretende buscar a fundamentação necessária para criar sua classificação de públicos.

O método escolhido foi o qualitativo, já que o tema “públicos” é controverso e complexo, além de existirem poucas informações sobre o assunto. Nesse cenário, o autor considera essencial entender quais fatores fazem as organizações primarem por determinados públicos nos relacionamentos e quais as expectativas existentes sobre esse relacionamento. A pesquisa teve como principal objetivo identificar os públicos com que as organizações se relacionam.

Dentre os resultados encontrados, França mostra que os executivos entrevistados têm consciência sobre a importância do relacionamento para a construção da imagem da empresa ou marca. Com as entrevistas o autor identificou que os relacionamentos podem ser de negócios, político, institucional, social, oficial ou de promoção. Na maioria dos casos, esse relacionamento é desenvolvido para que se possam obter bons contatos com fornecedores; vender ou prestar bom atendimento; manter um nível de produtividade; criar qualidade de vida no trabalho; defender interesses em comum; firmar parcerias; e conseguir apoio positivo. Assim, os executivos esperam conquistar credibilidade, fidelidade, confiança, satisfação, dedicação, ética, cooperação e convivência harmônica com os diferentes públicos.

Com base nos resultados, França afirma que por mais que existam diferenças de contexto é possível criar uma definição que dê conta da significação dos relacionamentos, de forma lógica. O autor explica que, no Brasil, as Relações Públicas se desenvolveram tendo como foco ações internas, prejudicando o entendimento da profissão. Esclarece que a gestão de relacionamentos acontece por meio do tratamento de assuntos públicos, e que a profissão precisa ser compreendida como uma atividade pública, que crie parâmetros para o relacionamento da organização com a sociedade.

Um aspecto relevante abordado pelo autor mostra que o principal objetivo dos relacionamentos é institucional, promocional ou de desenvolvimento de negócios. Esses relacionamentos são capazes de alcançar bons negócios e um clima favorável à organização, fazendo com que muitas delas se limitem a públicos diretamente relacionados envolvidos com as atividades dessas empresas. Porém, a opinião pública não é constituída apenas por esses públicos, sendo que para uma organização se legitimar, é preciso pensar seus públicos de forma constante, considerando-se três aspectos que refletem a interdependência da relação: dependência, envolvimento e interferência.

Os públicos essenciais, que viabilizam a constituição e manutenção da organização, podem ser constitutivos, sendo aqueles responsáveis pela existência, ou não constitutivos, que garantem o desenvolvimento de ações concretas diárias, relacionadas a permanência da organização. Já os públicos

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