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Pedagogia Da Alternãncia

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Por:   •  2/1/2015  •  812 Palavras (4 Páginas)  •  193 Visualizações

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1. A Pedagogia da Alternância: uma proposta pedagógica de resistência cultural

Dentre as várias formas de resistência cultural ativa existem os CEFFAs (Centros de Formação Familiares em Alternância) que compreendem, no Brasil, três experiências significativas, que são: as EFAs (Escolas Famílias Agrícolas), as CFR (Casas Familiares Rurais) e as ECR (Escolas Comunitárias Rurais) que estão unidas em torno de uma mesma pedagogia, a saber: a Pedagogia da Alternância.

A Pedagogia da Alternância surge na França em 1935 a partir do encontro de um agricultor com um padre que veio a se comover com a falta de condições dos jovens e crianças da roça em poderem estudar já que o Estado não tinha política pública voltado para esta especificidade. Ocorreu que se pensou em formar uma escola que viesse ligar o trabalho, a vida e a cultura do campo com o conhecimento científico e escolar. Com isso, nasce a Pedagogia da Alternância que como o próprio nome já diz, alterna-se os dias família e propriedade e os dias escola e aprendizado. Une-se assim dois universos que até hoje estão separados e antagonizados pelos tecnocratas das secretarias de educação que pensam o sistema de ensino. O universo do trabalho, da família, da comunidade, da prática, dos costumes, da realidade, do ethos e da moral local com o universo do conhecimento, da ciência, da teoria.

No Brasil, a Pedagogia da Alternância se torna realidade a partir de 1969 no Espírito Santo. Assim, há mais de 30 anos se trabalha essa Pedagogia de Resistência Cultural e, hoje, já se encontra presente em mais de 200 estados do Brasil como mais de 200 centros de formação em alternância.

As principais características das EFAs são: a responsabilidade das famílias na gestão; a alternância dos períodos entre o meio de vida sócio-profissional e a Casa Familiar; a vida dos alunos/as em pequenos grupos e em internatos; uma equipe de formadores/as; uma pedagogia adaptada . As EFAs querem proporcionar aos jovens do meio rural uma possibilidade de educação a partir da sua realidade, da sua vida familiar e comunitária e das suas atividades. Isto é feito procurando desencadear junto aos jovens um processo de reflexão e ação que possa transformar essa mesma realidade.

Por isso, as EFAs comprometem as famílias e as comunidades na educação dos jovens, incentivam o espírito comunitário (a própria etapa de alternância em que os jovens permanecem na Escola é um exercício de convivência comunitária), provoca a tomada de consciência da necessidade e exigência da formação permanente, proporcionando a descoberta de que o maior aprendizado acontece na própria vida e que a Escola precisa ser um espaço integrado e não distante e alheio a ela. Com isso, as EFAs pretendem formar lideranças para o meio rural, contribuindo para a diminuição do empobrecimento da população rural e, assim, diminuir o êxodo rural.

O objetivo das EFAs é proporcionar aos jovens do meio rural uma educação a partir da sua realidade, da sua vida familiar e comunitária e das suas atividades. Isso faz se possível através da Pedagogia da Alternância. Esse projeto educativo contribui para uma experiência pessoal, proporcionando uma base de informação, partindo sempre do concreto para o abstrato (método indutivo), do prático para o teórico, do contexto sócio-político, econômico e cultural, do local para o global. O partir da realidade não significa apenas método entre as quatro paredes das Escolas, mas uma opção política, um compromisso de transformação do meio e da sociedade como um todo.

Conclusão

Os problemas e os processos de educação que estão acontecendo como forma de resistência pedagógica cultural simbolizam que um movimento se constrói a fim de minimizar as investidas de hegemonia dominante que se baseia no lucro, na eficácia, nos discursos da qualidade total e na busca pelo capital. Hoje, para ser é necessário ter. Ter acesso ao mercado, ao consumo, ao status. Isto significa que o homem se reduziu ao poder de compra. A educação é uma forma de se conseguir alcançar tais objetivos sinistros.

As resistências não significam que se quer o antagônico dessa hegemonia em prática, mas, a busca por uma sociedade mais justa, fraterna e humanizada. Apesar que tais termos sejam usados como verbetes pelo lado oposto das resistências. O importante é perceber que existem alternativas de educação acontecendo. E aqui entende educação não somente como espaço escolar mas como práticas de transformação e de recriação da cultura

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