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Por:   •  1/11/2015  •  Seminário  •  2.583 Palavras (11 Páginas)  •  197 Visualizações

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Desenvolvimento da Personalidade na Adolescência – Alfredo Fierro

É  unitário – até certo ponto – integrado.

Para fins de análise conceitual, podemos distinguir diversos âmbitos:

Eixos evolutivos diferentes:

  • desenvolvimento cognitivo
  • desenvolvimento da personalidade
  • deenvolvimento das relações sociais

Entende-se por personalidade um conjunto de processos e de sistemas comportamentais, intimamente relacionados entre si, definidos principalmente pelos seguintes elementos: o fato de que, na mesma situação, ou em situação semelhante, diferentes indivíduos reagem e se comportam de maneira diferente; o fenômeno, complementar ao anterior, de que em momentos e situações diferentes, as pessoas manifestam algum tipo de regularidade e estabilidade em sua maneira de se conduzir; a realidade da unidade do sujeito de se conduzir em suas atividades psicológicas e de comportamento; o fato de que este sujeito é verdadeiramente agente, ativo e não apenas reativo diante da estimulação ou pressão externa.

Usamos o conceito de “personalidade” para nos referirmos a certas classes de condutas, relativas ao autoconhecimento (autoconceito e auto-estima), ao reconhecimento interpessoal na apresentação da própria identidade nas relações sociais.

Falamos de personalidade para nos referirmos a fenômenos, e não só a constructos ou a conceitos; e para nos referir a processos, e não só a estruturas psicológicas da pessoa. Os conteúdos da personalidade são variáveis, processuais, não estáticos, não fixos.

Os conteúdos da personalidade estão em processo e consistem em processos. Possuem um desenvolvimento e comportam, todos eles, uma dimensão evolutiva.

Não podemos falar de personalidade, sem incluir a perspectiva temporal e também evolutiva.

Falar sobre a personalidade adolescente é tratar de apreender a personalidade, em um dos momentos que a constituem evolutivamente.

A adolescência representa um importante momento de formação da personalidade e dos diferentes sistemas que a integram.

IDADE DE TRANSIÇÃO

Longe de ser um mero intervalo temporal entre duas idades que estariam mais definidas, a idade infantil e a adulta, a adolescência constitui um período e um processo:

  1. de ativa desconstrução de um passado pessoal, em parte mantido e , por outro, abandonado e definitivamente preterido;

  1. de projeto e construção do futuro, a partir de um enorme potencial e acervo de possibilidades ativas que o adolescente possui e tem consciência de possuir.

Neste processo, de recapitulação e de preparação, determinados temas vitais passam a ser preponderantes nas relações do adolescente com seu meio e em sua própria vivência consciente dos acontecimentos. Temas como a própria identidade, a sexualidade, o grupo de amigos, os valores, a experiência e a experimentação de novos papéis.

A IMAGEM ROMÂNTICA

O adolescente aparece como um ser pateticamente suscetível e vulnerável, dominado por sentimentos muito intensos, dentro dos quais não se governa e não consegue se orientar (Hall, 1904).

Existe uma inegável afinidade entre a experiência adolescente e a concepção romântica da existência humana.

Essas características não podem ser generalizadas sem restrições.

Dentre outros, a literatura e estereótipos sobre a “tempestade adolescente”, podem tornar alguns sujeitos turbulentos, pelo único motivo das expectativas: o que se espera do adolescente e o que se prognostica que vai ser.

Determinantes culturais e ritos de transição

A puberdade é o fato fisiológico, transcultural. A adolescência é o processo e período psicossocial que corresponde a ela e a acompanha. Esse processo não se desenvolve do mesmo modo em todas as sociedades. Nem sequer a duração é a mesma, em diferentes culturas e épocas históricas.

Na nossa sociedade, não se conhece ritos generalizados de transição para a vida adulta para acompanhar a puberdade.

A Identidade Pessoal

Um tema vital na personalidade adolescente: desenvolvimento do eu e da identidade pessoal. Se refere a um núcleo da pessoa, que rege outros comportamentos e que está presente, em alguma medida, na consciência do próprio sujeito, em forma de representações a respeito de si mesmo, projetos e expectativas de futuro, coordenação das próprias experiências e apresentação de si diante dos demais.

O desenvolvimento do eu e da identidade pessoal está estreitamente vinculado à própria história do adolescente.

É na adolescência que começamos a tecer nosso próprio relato pessoal e esse relato constitui o discurso que fundamenta a nossa história pessoal (Kaplan,1984)

Gênese da Identidade

A formação da identidade pessoal representa o núcleo da concepção evolutiva de Erikson (1968) e de sua análise da etapa adolescente.

Erikson  analisou o desenvolvimento da personalidade sadia, como gênese da identidade. Para ele, ela se dá de forma gradual, através de complexas etapas que levam a uma crescente diferenciação, individualização e plenitude da pessoa.

Para este autor, o desenvolvimento humano obedece a um princípio genético ativo e dinâmico, que constitui um plano fundamental, derivado do desenvolvimento pré-natal do organismo, inscrito no ser vivo em crescimento e ordenado pelo aparecimento sucessivo de partes integrantes da personalidade, cada vez mais complexas e diferenciadas, cada uma com seu momento oportuno de aparecimento, até que surjam todas e se forme um conjunto integrado e em funcionamento.

Para Erikson, na adolescência, o indivíduo atinge esse ponto de maturação que permite viver em sociedade e relacionar-se com os demais, como pessoa psicossocialmente sadia e madura.

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