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Poder Nas Organizações

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Por:   •  28/5/2013  •  2.441 Palavras (10 Páginas)  •  357 Visualizações

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1 INTRODUÇÃO

Os principais estudos e publicações sobre o poder nas organizações vêm se dedicando à análise de suas origens, formas de manifestações e conseqüências. Desde os tempos imemoriais tem sido manifestada a importância prática e teórica do tema poder, pois situa-se no centro de múltiplas correntes das ciências sociais e humanas. O conceito de poder tem atraído considerável atenção no campo da Sociologia e já o fez também em matérias correlatas, como a Ciência Política. Mesmo que hoje tal fenômeno seja compreendido como inevitável, durante longo período recebeu pouca ênfase na análise da Teoria das Organizações.

Vários autores procuram analisar as relações de poder, interesses e conflitos em organizações. Tais análises, tiveram como objetivo as mais diversas abordagens estruturadas em condições diferenciadas. Contudo, considerando-se que o poder emerge da inter-relação social, as organizações criam formas e estratégias diferenciadas e cada vez mais abrangentes para a regulação de contradições que se apresentam nas relações de trabalho. Neste sentido, as estratégias de dominação parece constituir um dos mais importantes para explicar o comportamento dos executivos e dos trabalhadores das empresas modernas. Com base no pressuposto, o presente texto têm como objetivo principal caracterizar as formas de inserção da dominação e as estratégias de regulação de conflitos, tendo como referência a prática organizacional. Neste sentido pretende-se observar e descrever o comportamento dos indivíduos nas organizações, privilegiando uma análise da relação de trabalho e a dominação nos níveis econômico, político, ideológico e psicológico, que possibilitarão adaptação, conformismo e/o mesmo resistência às circunstâncias nas quais estão inseridos.

2 PODER E CONFLITO NAS ORGANIZAÇÕES

Ao tentarmos entender as relações de poder e conflito, colocamo-nos diante de fatores de significativa importância na estruturação social.

O entendimento do “poder”, constitui imenso enigma. A dificuldade de conceituação de tal vocábulo é constatada tanto nos dicionários quanto na vasta teoria das organizações. Provavelmente uma das causas para tal complexidade provém do uso freqüente do termo “poder” sem uma adequada reflexão quanto a seu significado.

2.1. Análise do poder socialmente

Max Weber, procurou conceituar o termo poder aproximando-se do seu sentido quotidiano, definindo-o como a possibilidade que uma pessoa ou grupo tem para influir no comportamento de outra(s) pessoa(s) ou grupo(s). Para Hannah Arent, ao contrário, concebe o poder como faculdade de alcançar um acordo quanto à ação comum, no contexto da comunicação livre de violência. Já Morgan (1996), retrata que o poder envolve habilidade para conseguir que outra pessoa faça alguma coisa, de outra forma, não seria feita. Todos vêem no poder um potencial que se atualiza em ações para uma explicação próxima da compreensão mais comum com a qual tem sido tratada a questão do poder, mas certamente não abrangem toda a complexidade do mesmo.

Portanto, é necessário ressaltar que o poder constitui-se de práticas sociais historicamente construídas, que não possuem caráter global pois são formuladas por múltiplas correlações, permanecendo em constante transformações.

A dominação é uma das formas de poder, enquanto o poder indica a possibilidade de realização da própria vontade, independente desta ir contra interesses de outros, a dominação retrata a adoção, pelos dominados, do conteúdo da vontade do dominante.

A abordagem do conflito considera que as pessoas não são somente coagidas por normas e valores que elas apresentam, mas também pela desigualdade de distribuição de bens, poder e benefícios em uma sociedade. As teorias que compõe a abordagem estrutural do conflito (por exemplo o marxismo) consideram que a origem e a persistência da estrutura de desigualdade assentam-se na dominação dos grupos não previlegiados (dominados) pelos grupos previlegiados (dominadores).

Podemos relacionar também o conceito de poder com autoridade. A autoridade é o "poder legítimo", derivado de seu papel ou posição na estrutura social. Esta abordagem é associada com posições ou papeis sociais onde a autoridade é a relação legítima de dominação e sujeitação. Neste sentido a autoridade pode ser descrita como poder legitimo.

Esse poder legítimo, pode se sustentar segundo Weber em três categorias de dominação: a tradicional, a carismática e a racional-legal.

Em todos os discursos percebidos, o que se destaca é a condição relacional do poder, onde as condições de poder estão presentes em todas as sociedades e em todas as condições históricas. As relações de poder constituem, objeto de diversos campos das ciências sociais, permitindo análises sob diversos enfoques e abordagens:

• Sob o enfoque econômico: baseado nas análises marxistas, as relações de poder aparecem na separação dos trabalhadores em relação aos meios de produção e ao produto de seu trabalho;

• Como um fenômeno político: as relações de poder são analisadas a partir da autonomia ou do controle sobre as decisões e a organização social;

• Sendo tratadas no nível ideológico: as relações de poder aparecem como um fenômeno que atua no campo do sentido e dos valores;

• E finalmente, em nível psicológico: as relações de poder são analisadas como fenômenos de dependência, de projeção e/ou introjeção, que fazem parte do vínculo social.

Em suma, as relações de poder estão no corpo e na mente, no indivíduo e no social. Inserem-se na constituição do sujeito, na compreensão e aceitação das normas sociais e estendem-se até as práticas econômicas. Nas organizações, as relações de poder se apresentam não mais como poder de indivíduos ou grupos sociais, mas como um sistema econômico-político-ideológico-psicológico estruturado de uma forma combinada e permitindo o desenvolvimento de processos de mediação e ocultação de contradições sociais e psicológicas.

Assim, cada indivíduo se insere de alguma forma nas relações de poder, para buscar atender a seus objetivos específicos, procurando utilizar de recursos, mecanismos e estratégias que detém em momentos distintos. Porém, as relações de poder são assimétricas, desiguais quanto a alocação do poder e a possibilidade de acesso e uso de recursos, o que faz das relações sociais um jogo complexo, que inclui conflito, resistência, conformismo

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