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Politica

Por:   •  21/9/2015  •  Projeto de pesquisa  •  983 Palavras (4 Páginas)  •  164 Visualizações

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EM DEFESA DA REVOLUÇÃO: QUESTÕES DE PARTIDO PARA O SÉCULO XXI

O tema partido jamais pode ser considerado como um tema acabado. Uma mudança imposta por condições externas (conjuntural) ou internas (tática e estratégia partidária) pode exigir adaptá-lo as novas condições ou prepará-lo para as conseqüências destas (positivas ou negativas, planejadas ou não). Creio ser necessário debatermos francamente, quais são as contradições do novo projeto (que tem as suas, como qualquer outro), para que possamos aperfeiçoá-lo, tendo na prática a “prova real”.

Por diversas vezes, a imprudência de um projeto partidário culminou com a falência (ou quase) do mesmo, na maioria dos casos, em nome da renovação, do combate ao dogmatismo ou do oportunismo, implementou-se uma política liquidacionista. Passando por desvios sectários, que afastaram o partido de sua classe até a capitulação e a conciliação de classes, temos uma gama de experiências históricas que não podem ser esquecidas. No Brasil, podemos citar a falência do PCB, na segunda metade do século XX e a formação de organizações desligadas das massas, algumas negando o próprio papel do partido e da classe trabalhadora, reduzindo sua atuação a luta armada e a agitação estudantil. A falência da II Internacional, o eurocomunismo e o trotskysmo são alguns exemplos internacionais. Surgem como a expressão mais ou menos consciente de um período histórico distinto, com diversos fatores favoráveis a capitulação. A origem destes desvios, como já explicava Lenin, estaria na própria estrutura das classes, onde as diversas correntes utópicas, depois de terem sido derrotadas no séc. XIV passaram a atuar no seio do marxismo, ou na inexperiência de certo agrupamento e até da própria classe trabalhadora. No geral, ilusões quanto ao capitalismo (um período de crescimento econômico, democracia ampliada e etc.) ou desilusões quanto à “proposta socialista” hegemônica (Crise orgânica da vanguarda, dificuldades nos países socialistas e etc.), podem fortalecer tendências pequeno-burguesas. Por muitas vezes, não consegue se tratar da melhor forma os possíveis desvios, os debates são travados de forma ineficaz, onde os argumentos são substituídos por adjetivos propagandísticos, acabando por gerar muito mais males do que soluções. No geral, a intransigência de um se transforma em condição para a intransigência do outro. Os desvios precisam ser combatidos energicamente, mas de forma eficaz, fraterna, sincera e de acordo com as condições da época em questão.

O PCdoB, além de propor soluções para os novos desafios (a atuação legal e ilegal na internet, elaborar em outras áreas científicas, inclusive as exatas, tendo como base o materialismo dialético; ou se aprofundar na questão das favelas e o papel que estas podem jogar na luta de classes, lembrando que mais de 30% da população brasileira reside nestas), deve considerar (e não copiar) tanto o êxito, quanto a falência das lutas do passado e do presente, tendo sempre na prática o divisor de águas. As experiências em curso (principalmente Venezuela e Nepal, mesmo com todas as debilidades e ainda estando em estado embrionário), conseguiram combinar diversas formas de luta (inclusive a armada, mesmo tendo nas urnas seu auge) quando foi necessário (confirmando na prática, que quem costuma “ditar” as regras da luta, são as classes dominantes e não as dominadas), conseguindo formar grandes blocos antiimperialistas, criando condições concretas para uma possível ruptura socialista

Dentro desse quadro, o Brasil se insere como nação estratégica, e ao depositar na via institucional como principal alavanca impulsionadora para a organização dos trabalhadores, o partido deve estar vacinado. Alguns negam o novo projeto por ter contradições, outros negam (ou apresentam com insuficiências) que o projeto tenha contradições, no fundo, acabam por negar a dialética. No geral, apresenta-se a política de quadros como a grande vacina, porém, esta estrutura de quadros é viva, está também em constante mudança, os quadros também estão sujeitos as imperfeições da vida. Como pensava Gramsci, esta estrutura precisa ter uma base que lhe oxigene constantemente, que seja capaz de suprir com ainda mais quadros esta estrutura. Não adianta sermos apenas um partido com muitos votos, precisamos ter como tarefa, conquistar o povo, não podemos culpar apenas a despolitização popular que julga todo político como igual, devemos demonstrar em cada ato, que somos diferentes, ou seja, estar onde o povo está e sempre do seu lado, seja numa atividade tida como assistencialista, numa greve, passeata, evento esportivo, comemoração e etc. Este caminho nos permitirá alcançar êxitos eleitorais que não nos desfigurem, elegendo um maior número de quadros comprometidos com o projeto estratégico do PCdoB (que deve ser prioridade, já que os melhores quadros devem estar nas frentes mais primordiais), além de atrair pessoas com sentimentos avançados, que mesmo não tendo um comprometimento declarado com a causa revolucionária, podem se convencer ou mesmo que não se convençam, consigam atuar em conjunto, de maneira saudável, deixando os vícios da política tradicional fora do partido. Não podemos cair no pragmatismo, a estratégia e a tática devem estar unidas na prática e não apenas no discurso. Alguns problemas são típicos da institucionalização, como o aumento de influência pelo poder financeiro de algumas pessoas, a burocratização (que não é apenas uma possibilidade, fruto principalmente da desmobilização das massas na última década, acomodando), relativização de certos princípios e etc. A melhor forma de resolver é não negar nem “demonizar”.

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