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Preconceito Na Educaçao Infantil

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Por:   •  18/11/2013  •  1.522 Palavras (7 Páginas)  •  709 Visualizações

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A discriminação racial ainda é uma forte realidade dentro das escolas. Pequenas ofensas entre os colegas sobre a característica do cabelo (liso, crespo, ondulado), a cor da pele e o tipo físico predominam nas salas de aula e acabam influenciando o comportamento da criança ao longo de sua vida. Por isso, é de extrema importância que haja um trabalho de estímulo à igualdade já na educação infantil. Não é de hoje se fala da importância da conscientização da igualdade racial. Há, inclusive, uma Lei (10.639/2003) que obriga o ensino da História e Cultura Afro-Brasileiras nas escolas. Pensando nisso, o MEC lançou recentemente a publicação gratuita Educação Infantil e práticas promotoras de igualdade racial, que tem como objetivo apoiar os profissionais de Educação Infantil e as Secretarias de Educação a tratarem o tema no dia a dia.

A escola é responsável pelo processo de socialização infantil no qual se estabelecem relações com crianças de diferentes núcleos familiares. Esse contato diversificado poderá fazer da escola o primeiro espaço de vivência das tensões raciais. A relação estabelecida entre crianças brancas e negras numa sala de aula pode acontecer de modo tenso, ou seja, segregando, excluindo, possibilitando que a criança negra adote em alguns momentos uma postura introvertida, por medo de ser rejeitada ou ridicularizada pelo seu grupo social. O discurso do opressor pode ser incorporado por algumas crianças de modo maciço, passando então a se reconhecer dentro dele: "feia, preta, fedorenta, cabelo duro", iniciando o processo de desvalorização de seus atributos individuais, que interferem na construção da sua identidade de criança. As crianças vítimas do racismo são excluídas dos grupos

Na infância as práticas discriminatórias podem deixar sequelas muitas vezes difíceis de serem sanadas.

Diversos autores preocuparam-se com a relação entre racismo e educação, desenvolvendo pesquisas nessa linha. Uma delas Foi realizada por Gusmão (1999), com crianças pobres de periferia urbana ou do meio rural, e tinha como objetivo verificar de que forma estigmas e estereótipos se fixam na vida do negro. Para tal, foram analisados desenhos nos quais foi possível observar como se estrutura o mundo simbólico e de que forma as crianças olham o mundo e são olhadas por ele. No universo investigado, incluiu-se também o sistema educacional.

Por meio dos desenhos, foi possível observar qual a compreensão tida pelos dois mundos: brancos/negros. O branco foi representado como vinculado ao que é civilizado, urbano, bem apresentado, sorridente, enquanto o negro seria o inverso: meio rural ligado ao trabalho físico, desprovido de dinheiro e de possibilidades. A imagem do negro é isenta de atribuições positivas, é representada pelas crianças como um mundo triste, marcado pela violência e pela distância real e simbólica entre brancos e negros. A criança negra poderá incorporar esse discurso e sentir-se marginalizada, desvalorizada e excluída, sendo levada a falso entendimento de que não é merecedora de respeito ou dignidade, julgando-se sem direitos e possibilidades. Esse sentimento está pautado pela mensagem transmitida às crianças de que para ser humanizado é preciso corresponder às expectativas do padrão dominante, ou seja, ser branco. Além disso, ela poderá também ser submetida a uma violência simbólica, manifestada pela ausência da figura do negro no contexto escolar, como em cartazes confeccionados em datas comemorativas, como por exemplo, no Dia das Mães, em geral ilustradas por uma família branca, o que leva a criança negra a não se reconhecer na mesma. Existe ainda uma ausência de conteúdos que problematizem a questão do negro nos currículos escolares, privando as crianças negras de conhecerem a sua história, que vai além da escravidão. Pode ser ainda possível observar a demonstração de preconceito proveniente de colegas e professores, que violentam por meio de insultos a identidade negra ou pela linguagem verbal – insultos e piadas – proveniente do seu grupo social, tipo “preto quando não caga na entrada caga na saída”, demonstrando de modo explícito o desrespeito dirigido a essa população, aprendido muito cedo pelas crianças brancas. Essa postura é ainda reafirmada pela linguagem não verbal, quando estudos demonstram que parece haver uma ausência de contato físico afetivo de alguns professores para com as crianças negras, demonstrando a rejeição do seu grupo social e causando-lhes sofrimento. A sua dor não é reconhecida, havendo uma aparente falta de acolhimento por parte das pessoas "autorizadas" (educadores), que silenciam ou se omitem em face de uma situação de discriminação. Tal postura denuncia a banalização do preconceito e a conivência dos profissionais com ele (Romão, 2001). Influencias socializadoras

Os primeiros anos de vida são decisivos na formação da criança, pois se trata de um período em que ela está construindo sua identidade e grande parte da sua estrutura física, afetiva e intelectual. Sobre tudo nesta fase, devem-se adotar várias estratégias, entre elas as atividades lúdicas em grupo, que são capazes de intervir positivamente no desenvolvimento da criança, respeitando o grau de desenvolvimento biopsicossocial e a adversidade social e cultural das populações infantis, como também promover o seu desenvolvimento integral, ampliando suas experiências e conhecimentos de forma a estimular o interesse pela dinâmica da vida social e contribuir para que sua integração e convivência na sociedade sejam produtivas e marcadas pelos valores de solidariedade, liberdade, cooperação e respeito. O combate a todas as formas de preconceito deve ser prioridade desde os primeiros anos da Educação Infantil. A escola tem o papel importantíssimo na conscientização social do alunado, no entanto a responsabilidade não cabe somente a ela, mas a solução deve ser em conjunto com os pais dos alunos envolvidos. As instituições de Educação Infantil precisam ser acolhedoras, atraentes, estimuladoras, acessíveis ás crianças e ainda oferecer

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