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Produtividade De Arroz

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Por:   •  28/9/2013  •  2.331 Palavras (10 Páginas)  •  825 Visualizações

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1. INTRODUÇÃO

O arroz é um dos alimentos com melhor balanceamento nutricional, fornecendo 20% da energia e 15% da proteína per capita necessária ao homem, é uma cultura versátil, que se adapta a diferentes condições de solo e clima, e é a espécie com maior potencial para o combate a fome no mundo (Embrapa, 2005).

O Estado do Rio Grande do Sul (RS) produz mais de 50% do arroz do país, notadamente o arroz irrigado que apresenta elevada produtividade comparada ao arroz de sequeiro. O município de Uruguaiana é o maior produtor nacional de arroz irrigado, seguido pelo município de Itaqui, os quais estão localizados na campanha e fronteira oeste do Estado, respectivamente, e fazem parte do Bioma Pampa, com características peculiares de clima, solo e recursos hídricos. A economia da região é quase que exclusivamente dependente da cadeia do arroz irrigado e da pecuária extensiva, fundamentalmente o setor primário.

Em relação ao clima, na região da campanha e fronteira oeste do RS, as estiagens que ocorrem nos primeiros meses do ano inviabilizam o cultivo de culturas anuais sem irrigação, como soja e milho, fator decisivo na utilização do solo principalmente com arroz irrigado e pastagens de inverno e perenes destinadas à pecuária.

O cultivo de arroz irrigado é realizado preferencialmente em solos com relevo plano a suave ondulado que ocorrem em baixadas, geralmente mal drenados, chamados solos de várzeas, em função da facilidade de manejo da irrigação para a cultura. No Brasil, esses solos ocupam áreas de norte a sul e, no RS correspondem a aproximadamente 25% da área total do Estado (Gomes et al., 1992). No município de Itaqui ocorrem principalmente os Luvissolos e Chernossolos. Já no município de Uruguaiana, que é o maior produtor nacional de arroz irrigado, ocorrem os Chernossolos e em maiores quantidades os Neossolos Regolíticos (Streck et al., 2008), que são utilizados intensamente no cultivo de arroz irrigado.

O cultivo de arroz irrigado, no RS, ainda é realizado na maior parte pelo sistema convencional de preparo do solo e durante vários anos seguidos, muitas vezes deixando as áreas em pousio no inverno, com destaque para a região da campanha e fronteira oeste. Porém, o cultivo de arroz sempre na mesma área causa o aumento na infestação de plantas daninhas, principalmente o arroz vermelho, limitando seu cultivo. Associado a isso, a utilização de máquinas e implementos pesados, sucessivamente, degradam a estrutura do solo causando a compactação subsuperficial e dificultando ainda mais o movimento de ar e água no solo (Pauleto et al., 1993).

Por outro lado, o sistema de plantio direto (PD) além de minimizar o problema do arroz-vermelho, vem proporcionando outros benefícios à orizicultura. No atual sistema de PD, o preparo do solo é realizado logo após a colheita do arroz, nos meses de janeiro a março e, normalmente, compreende uma aração, duas gradagens e nivelamento com remaplam, seguido do entaipamento (Embrapa, 2005). O preparo do solo antecipado visa preparar a superfície do solo para receber as sementes de arroz e, principalmente, estimular a germinação e emergência de sementes de plantas daninhas, como as de arroz-vermelho e preto, num período em que estas não possam concorrer com a cultura do arroz (Embrapa, 2005). Antes da semeadura é realizada apenas a dessecação das plantas invasoras. Portanto, caracteriza-se mais um sistema semi-direto, ao passo que é feito revolvimento anual do solo, exceto antes da semeadura do arroz.

Quando o arroz irrigado é cultivado no sistema PD, em rotação com culturas como o milho e a soja, prática já utilizada em algumas áreas de várzea do RS, o preparo do solo vem sendo dispensado, opção pouco viável na região da campanha e fronteira oeste em função das estiagens.

No sistema de PD, após o preparo do solo é aconselhável a implantação de uma forrageira de inverno, sendo o azevém a mais utilizada. Outras espécies, como aveia preta, trevo persa, trevo branco e lotus "El rincon", vêm apresentando desempenho promissor. Quando não houver interesse, ou possibilidade, de uma exploração mais racional da pecuária, a cobertura vegetal poderá ser composta pelas plantas que se estabelecerem naturalmente após o preparo do solo. Para solos de várzea, 2 a 3 toneladas de matéria seca são suficientes para que se tenha uma adequada cobertura para implantação do PD. Quantidades maiores, além de dificultarem a evaporação da água do solo, podem produzir ácidos orgânicos em níveis tóxicos ao arroz (Embrapa, 2005).

O sistema de plantio direto adotado na região da campanha do RS, consiste de uma aração/ ou gradagem aradora e duas gradagens niveladoras do solo após a colheita do arroz, entaipamento e pousio ou eventualmente cultivo de alguma gramínea no inverno e dessecação das ervas daninhas em meados de setembro, quando se inicia então a semeadura do arroz irrigado, caracterizando um sistema semi-direto.

Segundo Pedroti et al. (2001), em solos de várzea com a utilização de plantio direto de arroz irrigado e rotação com culturas anuais ocorreu uma menor compactação (densidade do solo), comparado ao cultivo contínuo de arroz em sistema de preparo convencional. Andres et al. (2001) verificaram que a rotação com culturas anuais proporcionou redução no banco de sementes de arroz vermelho, que é considerado a principal invasora em lavouras de arroz irrigado.

O sistema de PD, além de evitar o revolvimento do solo e diminuir os custos de produção, permite aos produtores o uso mais eficiente das máquinas agrícolas e o plantio na época recomendada para a cultura, proporcionando maiores produtividades do arroz irrigado. Isto é importante uma vez que a época de semeadura ideal é de poucas semanas e muitas vezes ocorrem intensas precipitações nesses períodos diminuindo drasticamente a quantidade de dias ideais disponíveis ao plantio.

2. JUSTIFICATIVA

Os solos de várzeas ocupam 25% da área do Estado do Rio Grande do Sul, os quais são utilizados principalmente com arroz irrigado ou a pecuária extensiva. Sua utilização na pecuária extensiva proporciona baixa renda dificultando o desenvolvimento da região, especialmente a região da campanha e fronteira oeste do RS. Por outro lado, partes desses solos são utilizados no cultivo contínuo e em sistema convencional de arroz irrigado, levando a degradação desses solos com o passar dos anos. Dessa forma, as áreas são utilizadas no cultivo de arroz irrigado e após alguns anos (6 a 7 anos), a área é utilizada alguns anos com pastagem e assim sucessivamente.

Este estudo justifica-se pelo fato das mudanças climáticas e da sustentabilidade ambiental estarem em evidência, em função

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