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RESPONSABILIDADE SOCIAL E AS ORGANIZAÇÕES

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Por:   •  28/3/2015  •  5.669 Palavras (23 Páginas)  •  126 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O RESORP – Responsabilidade Social e Relações Públicas, grupo formado por alunos graduandos em Relações Públicas da Universidade Estadual de Londrina (UEL), é responsável pela pesquisa “Responsabilidade Social nas Empresas Londrinenses”.

Esta pesquisa, realizada durante o segundo semestre do ano 2000, foi desenvolvida com o intuito de explorar o tema Responsabilidade Social numa realidade local, na cidade de Londrina, analisando as opiniões de diversos agentes (públicos de interesse) que influenciam a atuação social das organizações. O seu ineditismo é evidenciado com a análise conjunta das fases qualitativa e quantitativa do Plano de Pesquisa de Opinião Pública.

Para isso, o trabalho foi dividido em dois momentos, o primeiro qualitativo, quando foram realizadas entrevistas em profundidade com lideranças empresariais (profissionais responsáveis por projetos e/ou áreas envolvidas com a responsabilidade social empresarial), buscando conhecer suas visões e experiências em relação ao assunto e, no segundo momento, quantitativo, no qual foram pesquisados, por meio de questionários, 356 funcionários e 400 consumidores de empresas londrinenses, visando descobrir as percepções que esses grupos têm perante a realidade da Responsabilidade Social Empresarial.

A metodologia adotada possibilitou adequação aos possíveis desvios, pois levou em consideração diversas variáveis locais, pouco exploradas em pesquisas regionais ou nacionais, como cultura local, acontecimentos latentes na cidade, desenvolvimento e consumo sustentável, população segmentada, amostra estatística, pré-requisitos necessários aos entrevistados, além das técnicas qualitativas de investigação.

1. RESPONSABILIDADE SOCIAL E AS ORGANIZAÇÕES

Com a queda das barreiras comerciais e a integração dos mercados, todas as organizações viram-se voltadas a uma nova realidade, que significou a inserção numa escala de competição nunca antes vista. “A rápida e radical mudança no relacionamento entre empresa e sociedade está gerando um profundo impacto no modo como as empresas fazem e mantêm seus lucros”.

O novo modo das sociedades se organizarem decorre do aumento do fluxo de informações, que configura uma verdadeira revolução cívica, na qual a comunicação tem papel primordial. “Hoje, os cidadãos, cada vez mais informados e conscientes, esperam que as empresas tenham não só direitos, mas também responsabilidades para com as sociedades onde e com quem atuam”.

Esse contexto apresenta como desafio para as empresas a conquista de níveis cada vez maiores de competitividade e produtividade, introduzindo a preocupação crescente com a legitimidade social de sua atuação, como pode ser observado na seguinte afirmação: “as empresas começam a descobrir que ser socialmente responsáveis pode se tornar uma vantagem competitiva no seio desta mesma esclarecida e exigente sociedade”.

O tema responsabilidade social está contagiando o cenário empresarial brasileiro. Está em evidencia que um posicionamento socialmente responsável é um diferencial competitivo que traz bons resultados. De fato, muitas empresas têm levado a sério sua atuação social, até porque, nos últimos anos, essas relações tornaram-se uma questão de estratégia financeira e de sobrevivência empresarial. Como bem sintetizou Herbert de Souza, o Betinho, “as empresas, públicas ou privadas, queiram ou não, são agentes sociais no processo de desenvolvimento”,ou seja, são responsáveis pelo bem-estar de seus colaboradores.

Os critérios de avaliação do sucesso corporativo começam a incorporar o respeito ao meio ambiente e a preocupação com a valorização do ser humano e da sua cultura e, segundo João Sucupira, “a nova postura da empresa cidadã baseada no resgate de princípios éticos e morais passou a ter natureza estratégica”.Essa tendência fica comprovada nas palavras de Oded Grajew, presidente do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social, quando faz a seguinte afirmação:

“O conceito de responsabilidade social está se ampliando, passando da relação socialmente compromissada da empresa com a comunidade, para abranger todas as relações da empresa: com seus funcionários, clientes, fornecedores, acionistas, concorrentes, meio ambiente e organizações públicas e estatais. Passa a ser uma forma de gestão empresarial, aplicando princípios e valores a todas as práticas e políticas da empresa.”

A responsabilidade social está se traduzindo em lucro, ampliação do mercado, além de dar um sentido ético às atividades. A sociedade cada vez mais consciente e exigente coloca as organizações na situação de ter que responder às necessidades, às aspirações e às solicitações de seus públicos, ou ter de encarar todas as sanções possíveis de uma sociedade que conta, sobretudo, com várias opções de escolha. Pois, como apontam Cappellin & Giuliani, “a sociedade civil organizada é um viveiro de princípios regulares as práticas econômicas, políticas e institucionais”.

Hoje, mais do que nunca, o tipo de relação que determinada organização mantém com a sociedade, deve ser transparente, sendo necessária a atividade de comunicação para tornar público, divulgar e dar ênfase à responsabilidade social e às áreas de atuação da organização, pois “se a sociedade da comunicação é aquela que lhe fornece os meios de crescimento globalizado, é também a mesma que lhe cobra uma postura mais comprometida com os feitos deste crescimento”.

Empresas socialmente responsáveis estão mais preparadas para assegurar a sustentabilidade no longo prazo dos negócios, simplesmente, por estarem sincronizadas com as novas dinâmicas que afetam a sociedade e o mundo empresarial.

A idéia de que os consumidores vêem o governo como o maior responsável pela realização de programas sociais, encontra-se completamente ultrapassada, uma vez que o conceito macroambiental empresarial e, conseqüentemente, as práticas de responsabilidade social, já fazem parte da gestão empresarial de muitas empresas preocupadas com sua sobrevivência, principalmente, por estarem em busca de um mercado altamente globalizado e extremamente competitivo.

Optar apenas pela qualidade ou pelo preço do produto é um equívoco que pode até trazer resultados, mas por pouco tempo. A decisão de compra de um consumidor recebe um leque de variáveis muito mais complexas, que passam pelo preço do produto até a atitude desta empresa perante a sociedade em que realiza suas atividades. Há uma percepção cada vez maior de que a verdadeira fidelidade do cliente precisa agora, mais do que nunca, ser conquistada pelas empresas.

O

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