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Relaçoes Entre Individuo E Sociedade

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Por:   •  19/7/2013  •  2.396 Palavras (10 Páginas)  •  392 Visualizações

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SOCIOLOGIA DA EDUCAÇÃO – a sociedade e o indivíduo1

Suemy Yukizaki

A concepção de sujeito – com todas as implicações que decorrem dela e das

quais somos herdeiros seguindo a tradição filosófica do Ocidente – tem sido, ainda hoje,

no campo das ciências humanas e sociais, alvo de controvérsias.

Quando se trata da educação, a concepção de sujeito parece se destacar quase

que naturalmente, pois não se pode pensar a educação sem aqueles que são seus agentes

sociais, os educadores, que assumem, neste caso, na perspectiva correntei

, o lugar dos

sujeitos do processo educativo.

No entanto, essa concepção trazendo, como seu correlato, a concepção de

objeto, leva-nos a inferir que, no caso da ação educativa, são os educandos, os alunos,

os objetos da ação dos sujeitos-educadores.

Estabelecendo-se, assim, os dois pólos da relação educativa – educadores e

educandos - trata-se, agora, de perguntar pela natureza do que é passado de uns para

outros.

Em um âmbito mais abrangente, para além dos limites restritos da educação

formal, observa-se que a ação educativa acontece no contexto de um processo de

socialização, que se inicia com o nascimento do indivíduo. Assim, o conteúdo da ação

educativa, nesse âmbito, se constitui de orientações a serem dadas às crianças, sob a

forma de normas, regras, comportamentos, atitudes, etc., para que estas se incorporem à

vida social.

Embora tenha sido escrito há muitos anos, e seja, portanto, tributário do contexto

sócio-cultural do tempo e do lugar de seus autores, ainda considero o texto de Peter e

Brigitte Berger (Socialização: como ser um membro da sociedade) um texto bastante

adequado para tratar do tema da socialização, e bastante oportuno para inserir a questão

da subjetividade.

Sendo professora da disciplina Sociologia da Educação, dada aos alunos dos

primeiros períodos da licenciatura, é com o texto dos Berger que inauguro o tratamento

da temática.

O texto inicia-se com a menção aos componentes não-sociais da experiência da

criança, incentivando o leitor a um retorno ao passado, à infância, e estimulando nele a

lembrança das primeiras e originárias sensações, como, por exemplo, a sensação do

calor e do frio, da luz e da escuridão.

Em seguida, lembra que, se existem essas dimensões da experiência, existem

outras que incluem o contato da criança com as demais pessoas de seu núcleo familiar, e

que essas dimensões constituem os componentes sociais da experiência infantil.

Uma vez estabelecida a distinção entre os componentes não-sociais e sociais da

experiência, os autores tratam, então, de introduzir uma articulação, mostrando, num

exemplo, que a sensação de conforto ou desconforto físico experimentada pela criança

pode resultar da ação ou da omissão das outras pessoas, o que é o caso da fome, que só

pode ser aplacada pela iniciativa de outrem.

Sob o ponto de vista de um observador externo, percebe-se que o texto pretende,

já em suas páginas iniciais, insistir na compreensão da importância da sociedade frente

ao indivíduo, o que pode ser verificado no exemplo acima, em que se destaca que os

padrões alimentares das pessoas do núcleo familiar da criança são impostos a ela, de

modo que “o que acaba acontecendo é que a criança não apenas é alimentada em horas

determinadas, mas também sente fome nessas horas”. (Berger, 1990: 201)

1

Publicado o livro: Educação na era do conhecimento em rede e transdisciplinaridade. LIBANEO,

J.C.& SANTOS, Akiko (orgs). Campinas,SP: Alínea, 2005. Sendo assim, em seu desdobramento, o texto introduz o termo microcosmo ao

associá-lo às relações mais próximas que a criança estabelece com seus familiares,

articulando-o ao macrocosmo, termo associado à sociedade mais ampla. O argumento

utilizado, então, é que os padrões alimentares impostos à criança não representam uma

decisão individual da mãe, mas expressam um padrão bem mais abrangente que

predomina na sociedade em que esta vive.

Nesse sentido, a socialização é definida como sendo a imposição de padrões

sociais à conduta individual, no bojo de um processo em que o indivíduo aprende, desde

o nascimento, a ser um membro da sociedade.

Nesse processo, sob o ponto de vista da criança, os padrões sociais impostos são

tomados como sendo absolutos, o que, como diz o texto, não é absolutamente

verdadeiro, pois esses padrões dependem também das particularidades relativas aos

adultos que convivem com a criança e, ainda, dos diversos grupamentos sociais a que

eles

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