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Reportagens Otimizaçao Barragem De Rejeito

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Por:   •  3/4/2014  •  1.235 Palavras (5 Páginas)  •  527 Visualizações

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Mineradora lucra com eliminação de barragem de rejeitos

terça-feira, 9 de julho de 2013

Projetos que visam eliminar a barragem de rejeitos podem gerar lucros para as companhias. A Votorantim Metais teve uma receita extra de R$ 70 milhões com a venda de calcário agrícola retirado de seus rejeitos. A empresa pretende eliminar todas as suas barragens até 2020.

Empresas de mineração do Brasil estão investindo em tecnologias para a eliminação das barragens de rejeitos e, com isso, reaproveitar os minerais que seriam eliminados e aumentar o faturamento da companhia.

A Votorantim Metais investiu nos últimos cinco anos, R$ 25 milhões para o desenvolvimento de pesquisas voltadas para a eliminação das barragens de rejeitos. A iniciativa faz parte de uma meta anunciada pela companhia, que pretende eliminar de vez as os aterros até o ano de 2020.

Com isso, desde 2011, a companhia utiliza as sobras da exploração das jazidas de zinco de sua unidade de Paracatu (MG), para a produção de calcário agrícola, usado para a correção da acidez do solo.

O investimento já está dando retorno. As vendas do calcário agrícola já rende eu R$ 70 milhões, ou seja, quase o triplo do que foi investido. “Ninguém mais duvida de que transformar os resíduos em novos produtos é uma oportunidade de negócio”, afirma Santos.

Mas este não é o único resíduo gerado pela mineradora. A companhia elemina cerca de 6 milhões de toneladas de outros resíduos que produz. De acordo com o gerente de sustentabilidade da Votorantim Metais, Ricardo Barbosa Santos, em entrevista à revista Exame, seria possível reaproveitar muito mais, caso já houvesse tecnologia disponível no mercado.

Barbosa conta que a lama terciária, resíduo da unidade de zinco localizada na cidade mineira de Três Marias, poderia ser usada na produção de cimento, mas para isso a empresa precisaria construir uma fábrica de 200 milhões de reais.

Segundo o gerente da empresa, a Votorantim Metais está pesquisando uma maneira de reduzir esse valor.

A Votorantim Metais é, atualmente, uma das cinco maiores produtoras de zinco no mundo, a maior fabricante de níquel eletrolítico da América Latina e líder brasileira na produção de alumínio primário.

Na indústria de mineração, a companhia atua na exploração mineral em seis países, incluindo Brasil, Argentina, Bolívia, Canadá, Colômbia e Peru, com cerca de 70 projetos desenvolvidos para alumínio, zinco e níquel.

Seguindo essa mesma tendência, empresas de outros setores também apostam na reutilização de seus resíduos para, além de ajudar a diminuir a quantidade de lixo gerado, aumentar os lucros da companhia. A P&G, de bens de consumo, conseguiu fazer com que 48 de suas 158 empresas espalhadas pelo mundo não enviassem nenhuma grama de seu lixo para os aterros sanitários.

Ela conversa o lodo de sua estação de tratamento de efluentes em combustível para fornos de cimenteiras e reutiliza rebarbas das hastes das lâminas de barbear na produção de novos aparelhos.

A primeira fábrica da P&G a abandonar os aterros foi a de Budapeste, na Hungria, em 2007. Na Europa, desde 2004 a legislação ambiental impõe uma série de impostos sobre a prática. Lá, o preço médio que uma empresa paga hoje para aterrar 1 tonelada de lixo é 140 euros. Aqui, mandar o lixo para os aterros é bem mais barato: o valor oscila de 60 a 120 reais por tonelada devido à concorrência com formas inadequadas de disposição, como lixões clandestinos.

No Brasil, algumas empresas já adotam essa prática com o mesmo fim, eliminar o resíduo e aumentar a receita da companhia. A Ambev, fabricante de bebidas, conseguiu adaptar sua fábrica de Manaus (AM) para reaproveitar 100% de tudo que é gerado.

O bagaço do malte, um subproduto da mistura que forma a base da cerveja, é vendido a fabricantes de ração animal devido a grande quantidade de proteínas. A expectativa da empresa é que todas as outras fábricas consigam atingir o mesmo grau de aproveitamento de resíduos.

Já a montadora Fiat, consegue reaproveitar 100% dos resíduos da fábrica de Betim (MG) e 99,5% da produtora de motores em Campo Largo (PR). Para isso, a empresa montou nas duas unidades, galpões para onde os resíduos são levados e separados, para posteriormente serem enviados a centros de reciclagem.

Rejeito vira negócio na mineração

Vale vai extrair até 31 milhões de toneladas de minério de ferro baixo teor que estavam depositados em barragens de suas minas

Paola Carvalho - Estado de Minas

Publicação: 20/08/2011 06:00 Atualização: 19/08/2011 23:45

O destino do minério de baixo teor de ferro era, até agora, a barragem de rejeito. Considerado um passivo ambiental e uma dívida com a sociedade, o local será explorado como negócio pela Vale. A mineradora vai implantar um novo processo de mineração, com tecnologia que permitirá a extração de até 31 milhões de toneladas de minério de ferro, de 2013 a 2018, em oito barragens localizadas em Minas Gerais. É uma produção equivalente a uma mina de pequeno porte da companhia no estado.

Avanços tecnológicos, somados ao elevado preço pago pelo minério de ferro no mercado mundial, permitirão que a Vale reaproveite o material depositado em barragens de rejeitos e o transforme em produto final de mesma qualidade do já comercializado. "Antes, as plantas de concentração para beneficiar o rejeito eram de pequeno porte, usavam muita energia e a qualidade ainda era baixa. Isso mudou", disse Lúcio Cavalli, diretor de Planejamento e Desenvolvimento de Ferrosos da Vale.

Os estudos indicam a possibilidade de produzir 1 milhão de toneladas no primeiro ano, 5,5 milhões de toneladas em 2014 e 6,5 milhões de toneladas anuais, entre 2015 e 2018. O material depositado possui, em média, um teor de ferro de 35%, patamar semelhante do explorado pela MMX na região de Serra Azul, no Quadrilátero Ferrífero. Depois de passar pelas novas plantas de concentração que serão instaladas, entretanto, deve atingir o nível de 62% de teor de ferro.

NOVIDADE A tecnologia a ser empregada é a concentração magnética de grande capacidade. Trata-se de um processo já conhecido nas áreas operacionais da Vale para produção de minério de ferro, no entanto, nunca antes usado para beneficiar material extraído de barragens. Os investimentos no desenvolvimento da tecnologia e na construção das plantas de concentração não foram revelados.

Do total das barragens que receberão o novo processo, uma está no Complexo Vargem Grande e outra em Mutuca (Nova Lima), três na Mina de Fábrica (Congonhas e Ouro Preto), uma em Córrego do Feijão (Brumadinho), uma na Mina do Pico (Itabirito) e outra na Mina de Alegria (Mariana). A expectativa é de que sejam retirados cerca de 35% do material atual das barragens em avaliação.

Embora sejam necessários ajustes em cada uma das unidades onde o rejeito será beneficiado, o processo de produção seguirá as mesmas etapas. O minério será retirado das barragens por caminhões e escavadeiras ou por bombeamento e dragagem. Em seguida, será levado até novas plantas de concentração. Depois de beneficiado, vai para o pátio de estoques já existente na mina e, daí por diante, utilizará a estrutura logística de escoamento já implantada.

Assim, o resíduo das operações da mineradora, antes descartado, será transformado no produto final pellet feed, uma qualidade de minério fino. "Além de ganhos econômicos e de produtividade, teremos benefícios ambientais. Poderemos, por exemplo, evitar a construção de outras barragens", afirmou Cavalli.

Para Paulo Prado Costa, diretor da Bios Consultoria, embora seja uma oportunidade de negócio, é também a solução para um passivo que ficaria para as gerações futuras darem um fim. "O passivo está se transformando em ativo. Usar o material depositado nas barragens de rejeito é uma alternativa economicamente viável e ambientalmente correta", avalia.

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