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Sarah

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Por:   •  18/3/2015  •  427 Palavras (2 Páginas)  •  202 Visualizações

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No entanto, existiam chefes nas aldeias Tupis. Eles eram escolhidos entre os mais valentes para liderá-los nas guerras. Deles, exigia-se ainda uma outra qualidade: saber falar bem, para resolver conflitos entre os membros. Cumprindo bem esses papéis, os chefes ganhavam prestígio, mas permaneciam sem poder: por exemplo, por mais prestígio que tivessem eles não tinham poderes para iniciar uma guerra indesejada pela aldeia. O seu poder sobre o grupo era nulo.

Para os europeus esse modelo era incompreensível. Américo Vespúcio afirma não ter conseguido descobrir os motivos dos conflitos entre eles, pois não tinham bens próprios, Senhorios de Impérios ou Reinos. De acordo com Vespúcio, os Tupis guerreavam para “vingar a morte dos pais antepassados”.

Os europeus compreendiam perfeitamente as guerras motivadas pela ambição de riqueza (“cobiça de propriedades”) ou pelo poder (“avidez de reinar”). Como os Tupis não guerreavam por nenhum desses motivos, a razão pela qual se matavam em guerras intermináveis era uma incógnita para os portugueses. Estamos habituados a pensar que a guerra só ocorre quando a tentativa de resolver os conflitos pacificamente fracassa. Por isso, a nossa sociedade acaba muitas vezes recorrendo às guerras e conflitos.

Para os indígenas, coragem e bravura eram as qualidades de um bom guerreiro. Ser corajoso significava não temer a morte. Sendo a coragem e a valentia os valores mais elevados, a submissão também era incompatível com a imagem do guerreiro. Era preciso que sempre houvesse combates, a fim de que os os mesmos fossem enaltecidos pela bravura e glorificados por seus feitos.

Os indígenas tomavam banhos diários e isso era considerado muito diferente do que era praticado na Europa, pois lá graças ao clima eles evitavam o banho.

Entre os Tupis, havia também regras para o tratamento dos prisioneiros de guerra. Os mesmos não eram torturados, maltratados, humilhados ou encarcerados. Um inimigo aprisionado ou trazido à aldeia vivia como qualquer outro membro, ou seja, livremente. Apesar disso, não fugia. A tribo tinha que dar ao prisioneiro algumas regalias: uma esposa, que o acompanhava por toda a parte, alimentação e tratamento igualitário.

Depois de algum tempo, sem data fixa, executava-se o prisioneiro. A execução era precedida por uma grande festa, para a qual a aldeia convidava os vizinhos aliados. Mesmo sabendo que seria sacrificado, o prisioneiro participava da festa com a mesma alegria dos índios convidados. Chegada a hora, era amarrado pela cintura com uma corda especial chamada “muçuarana”, cujas pontas eram seguradas por dois ou três guerreiros. Porém, antes de receber o golpe mortal na cabeça, o executor incentivava-o a demonstrar sua valentia para que no futuro, ninguém dissesse que matara um covarde.

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