Segurança E Higiene Do Trabalho

Resumo

O presente trabalho busca proporcionar conceitos básicos de qualidade que podem ser efetivamente aplicados à Segurança e Higiene do Trabalho através de sistemas apropriados. Este apresenta conceitos de qualidade voltados à Segurança e Higiene do Trabalho e um roteiro simplificado para a implantação de um sistema de Segurança e Higiene do Trabalho, além das normas para a gestão e garantia de Segurança e Higiene do Trabalho que podem ser aplicados para a minimização, a eliminação e a prevenção de não conformidades à Segurança e Higiene do Trabalho.

É proposta ainda a adoção de regras que resultam não somente na aplicação de conceitos de qualidade à Segurança e Higiene do Trabalho, mas também no segmento do Sistema de Segurança e Higiene do Trabalho com normas de gestão de garantia baseadas na ISO série 9000 – gestão de qualidade e garantia de padrões de qualidade.

Palavras-chave

Gestão - Higiene - Qualidade – Segurança - Trabalho

Abstract

This paper seeks to provide basic concepts of quality that can be effectively applied to the Health and Safety at Work through appropriate systems. This introduces quality concepts focused on Health and Safety at Work and a simplified roadmap for deployment of a system of Health and Safety at Work, in addition to rules for the management and assurance of Health and Safety at Work that can be applied to minimize elimination and prevention of non-conformances to the Health and Safety at Work.

It also proposed the adoption of rules that result not only in the application of quality concepts to the Health and Safety at Work, but also in the Health and Safety at Work System segment with collateral management standards based on the ISO 9000 series - management quality assurance and quality standards.

Keyword

Management - Health - Quality - Safety – Labour

Introdução

Os primeiros estudos sobre a saúde dos trabalhadores, ao que se sabe, datam do século VXI, mas o principal marco ocorreu em 1700 com a publicação da obra De morbis artificum diatribe, de Ramazzini. Desde então, estes estudos evoluíram, principalmente após a Revolução Industrial quando surgiram as primeiras leis trabalhistas visando proteger o ser humano a acidentes e possíveis doenças ocupacionais em suas relações de trabalho.

Entretanto, ainda que, em consequência da evolução das operações industriais e das técnicas de trabalho, os conhecimentos avancem significativamente e a legislação dos mais diversos países se torne mais rigorosa, de modo a reduzir relativamente a incidência dos acidentes de trabalho e os casos de doenças ocupacionais, tais ocorrências jamais deixaram de existir e têm causado, ao longo dos anos, enormes dores de cabeça às instituições, isto porque envolvem o homem e é ele, em última instância, a principal razão de qualquer sociedade. Além desse aspecto, os custos destes acidentes de trabalho e doenças ocupacionais são de monta tal que, afora os prejuízos dos trabalhadores e vários segmentos sociais se comprometem mais e mais para definir meios que reduzam e previnam as ocorrências indesejáveis à segurança e higiene do trabalho bem como a eliminação de seus efeitos.

Segundo Cardoso (1993), no empenho de obtenção de sucesso quanto a eliminação e prevenção de riscos à saúde dos trabalhadores nas empresas, profissionais das mais diversas áreas procuram uma metodologia capaz de universalizar os conceitos de segurança e higiene do trabalho. E parece não existir, até o momento, um consenso, e isto decore de haver dos fatores teoricamente conflitantes e, ao mesmo tempo, necessários às atividades industriais: o operacional e o humano. São ambos necessários porque as operações industriais não acontecem sem a interferência humana, ainda que mínima, e a ocorrência do homem nas atividades industriais se dá em função da existência destas operações; de outro lado, são conflitantes em razão da natureza distinta de cada e, como tal, quase sempre são considerados separadamente. Em outras palavras, homem e operações são contemporaneamente fatores independentes e interdependentes nas mais diversas atividades industriais, e este contraste marcadamente interfere no processo da elaboração de qualquer metodologia, principalmente levando-se em consideração a variabilidade do comportamento humano, ou seja, a realidade que um homem vê não é a mesma para todos os homens, nem um homem possui o mesmo comportamento ou o comportamento de outros homens diante da mesma realidade.

Dentre todas as aplicações das mais diferentes e possíveis metodologias, aquela que tem oferecido os resultados mais positivos à segurança e higiene do trabalho é a prevenção de perdas, e isto se dá em virtude de quatro fatores:

1º) A alta administração das empresas assume o compromisso explícito para com os objetivos da prevenção de perdas;

2º) Há a definição e a implantação de regras de trabalho baseadas na adaptação das atividades ao estado físico dos trabalhadores, ou seja, instruções de trabalho tornam-se obrigatórias e são ditadas conforme estudos ergonômicos;

3º) Existe um rígido controle do programa de prevenção de perdas;

4º) Há uma consciência coletiva de que prevenindo qualquer tipo de perda, ter-se-á, como consequência natural, a prevenção dos acidentes de trabalho.

Contudo, mesmo que a prevenção de perdas apresente uma razoável redução do desperdício material e dos acidentes de trabalho nas empresas, esta metodologia não consegue o efetivo controle dos elementos não conformes à segurança e higiene do trabalho na globalidade das ações das empresas, e isto ocorre, talvez, por se cometer o pecado de considerar os casos ocorridos em virtude de falhas no gerenciamento administrativo, como se o fator humano não exercesse qualquer influência nas operações industriais e não houvesse qualquer variabilidade de comportamento dos homens diante da realidade

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