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Serviço Social

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Por:   •  25/3/2014  •  1.317 Palavras (6 Páginas)  •  267 Visualizações

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O trabalho com famílias tem se constituído numa fonte de preocupação para os profissionais que trabalham na área, tanto pela atualidade do tema como pela sua complexidade. A sua discussão envolve inúmeros aspectos dentre os quais estão presentes as diferentes configurações familiares, as relações que a família vem estabelecendo com outras esferas da sociedade, tais como Estado Sociedade Civil e Mercado, bem como os processos familiares. Além destes, estão envolvidos os aspectos inerentes à própria história e desenvolvimento das profissões que atendem a esse campo.

No âmbito do Serviço Social, os processos de atenção ás famílias, fazem parte da história da profissão. Segundo Neder (1996), os assistentes sociais são os únicos profissionais que têm a família como objeto privilegiado de intervenção durante toda sua trajetória histórica, ao contrário de outras profissões que a privilegiam em alguns e, em outros, a tiram de cena.

Porém, apenas de sua longa tradição no trato com família e do aprofundamento da discussão teórico-metodológica e ético-político, ocorrida no Serviço Social nas últimas décadas, a ação dos assistentes sociais, continua sendo considerada muito aquém das exigências que lhes estão sendo colocadas. Estas exigências estão relacionadas á necessidade de consolidação do atual projeto ético-político da profissão, de qualificação das ações profissionais nessa área, além da afirmação do espaço do Serviço Social num campo cada vez mais disputado por outras profissões.

A intervenção profissional dos Assistentes Sociais com famílias: algumas observações

A pesquisa “Por onde caminham os processos de intervenção dos assistentes sociais em famílias com condutas auto-destrutivas”² permitiu, através do estudo com grupos de profissionais de Serviço Social observar que as ações dos assistentes sociais de maneira geral estão marcadas:

1) pela ausência de discriminação quanto á natureza das ações direcionadas ao atendimento das famílias, em muitos serviços .Orientação pode significar tanto uma informação a respeito do funcionamentos do serviço, como a realização de uma série de entrevistas com a finalidade de apoiar uma família num momento critico de sua vida. Um outro exemplo é quando o assistente social, questionado sobre suas ações, enumera os instrumentos que são utilizados para a sua consecução.

2) Na descrição das ações profissionais impera a utilização indiscriminada de determinadas categorias que demonstram a precária clareza metodológica sobre o escopo de suas ações. Um exemplo disso é a dissociação que fazem entre a categoria “famílias desestruturadas” e a referencia da escola estrutural- funcionalista, no âmbito de um discurso critico.

3) Pela articulação explicita entre referência teóricas e ação profissional que aparece quando o assistente social tem uma formação específica na área da família, que geralmente se faz através de outras áreas. Este é o caso, por exemplo , do boom da terapia familiar que passa a ser discutida como algo que “ainda não tem lugar no Serviço Social” como afirmaram alguns profissionais. É possível creditar esta afirmação ao fato de a formação na área estar concentrada no campo do “psi”, sem uma apropriação e uma discussão do seu lugar e do seu significado na prática cotidiana dos assistentes sociais.

4) Pelo processo de intervenção com famílias que são pensados apenas no âmbito do atendimento direto. Não são vislumbradas, no universo das ações profissionais, outras possibilidades de se trabalhar com famílias; não são considerados especialmente os espaços da proposição, articulação e avaliação das políticas sociais da família.

A permanência de acaracterísticas como estas indicam que as ações são movidas por lógicas muito mais arcaicas e enraizadas culturalmente, tanto no seu universo afetivo como institucional, do que pela lógica da racionalidade dada pelo arcabouço teórico-metodológico da profissão através de processos pautados nos padrões de normatividade e estabilidade. Ou seja, as ações continuam calcadas na perspectiva da funcionalidade e relacionadas aos processos de integração e controle social.

Afirmações semelhantes foram apontadas por outras analises da pratica profissional.

Ao analisar a questão da identidade e do processo de trabalho no Serviço Social, afirma que no discurso dos assistentes sociais existe uma indiscriminação generalizada dos instrumentos, metodologias e atividades profissionais.

Para ela, os assistentes sociais têm uma vivência impressionista da realidade e à medida que possuem leituras teóricas imprecisas, mantêm vivas representações teóricas anteriores que se recompõem com representações profissionais mais atualizadas.

O consenso existe sobre as transformações da família tem se concentrado apenas nos aspectos referentes á sua estrutura e composição, pois as expectativas sociais sobre suas tarefas e obrigações continuam preservadas. Ou seja, espera-se um mesmo padrão de funcionalidade das famílias, independente do lugar em que estão localizadas na linha da estratificação social, padrão este calcado em postulações culturais tradicionais referentes aos papéis paterno e materno, principalmente.

O Serviço Social brasileiro tem apresentado dificuldade para apropriar-se da temática da subjetividade. Ao mesmo tempo em que, por ocasião do movimento de reconceituação, criticou a abordagem hegemônica de subjetividade existente, idenfificou-a como única e assim produziu um vazio nas possibilidades de desenvolvimento da profissão.

Na área da criança e do adolescente,

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