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Serviço Social FHTMIII

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Por:   •  12/8/2014  •  3.196 Palavras (13 Páginas)  •  149 Visualizações

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Método Marxiano em si:

Marx inicia seu método pelo real e pelo concreto que aparecem como dados do objeto, com o avanço da análise chega-se a conceitos, abstrações que remetem a determinações mais simples, que ao serem alcançadas tem que voltar e fazer a viagem de modo inverso até chegar ao real e ao concreto do objeto com uma rica totalidade de determinações. Segundo Marx, é esta viagem de volta que caracteriza o método adequado para a elaboração teórica. O concreto é concreto porque é a síntese de múltiplas determinações, isto é, unidade do diverso. O concreto pensado é um produto do pensamento que realiza a viagem de modo inverso, deixando assim de ser caótico pois o mesmo é concreto pensado. O conhecimento concreto do objeto é o conhecimento de suas múltiplas determinações.

Diferença entre Ontologia Marxiana e Greco-Medieval:

Cabe-nos, então, demonstrar qual a diferença entre a centrali¬dade da objetividade greco-medieval e a de Marx, que permite não só romper com aquela tradição, mas também com a perspectiva da centralidade da subjetividade. Ela deixará claro que a ênfase na objetividade se justifica porque, para Marx, na relação entre sujeito e objeto, o polo regente é este último embora, com isso, não seja diminuída a importância da subjetividade. Trata-se, pois, para Marx, de partir não de ideias, especulações ou fantasias, mas de fatos reais, “empiricamente verificáveis”, no caso os indivíduos concretos, o que eles fazem, as relações que estabele¬cem entre si e as suas condições reais de existência, para então apre¬ender as determinações essenciais que caracterizam este tipo de ser e o seu processo de reprodução.

Vale a pena ressaltar que a palavra empírico tem, aqui, um sentido ontológico e não empiricista. Ou seja, quando Marx diz que estes pressupostos são empiricamente verificáveis, está enfatizando o caráter de realidade deles em contra¬posição às especulações produzidas apenas pelo automovimento da imaginação ou da razão. Voltar-se para o objeto, histórica e socialmente construído a par¬tir da sua matriz fundante, que é o trabalho, para apreender a lógica desse processo de entificação; trazer para a cabeça a lógica desse ob-jeto; capturar e traduzir teoricamente o processo histórico e social de construção desse objeto é o que caracteriza, segundo Chasin, a impostação marxiana da problemática do conhecimento. O trabalho é o elemento que torna possível integrar o natural e o so¬cial. Esta integração se dá por intermédio de uma síntese que dá origem a um novo tipo de ser, o ser social.

Greco e medievais: elaboraram concepções nas quais o mundo tinha uma estrutura e uma ordem hierárquica definidas e essencialmente imutáveis. Estrutura e ordem no interior das quais também a posição do homem estava claramente definida. Ao homem cabia diante do mundo, muito mais uma atitude de passividade do que de atividade, devendo adaptar-se a uma ordem cósmica cuja natureza não podia alterar. Deste modo tanto o conhecimento como a ação tinham como polo regente a objetividade (mundo real), sendo esta marcada por um caráter essencialmente a-histórico.

O pensamento greco-medieval tinha procurado responder a este problema afirmando a existência, ao lado das aparências mutáveis, de uma essência una e imutável. Com isto estariam resolvidos os primeiros e fundamentais problemas com que se defrontou a refle¬xão filosófica: o problema do uno e do múltiplo e o problema da permanência e da mudança.

Descoberta por Marx, numa manifestação de sua grande genialidade e originalidade. Ao capturar a natureza essencial do processo social, ele constatou que este é, ao mesmo tempo, uno e múltiplo, permanente e mutável, embora radicalmente histórico. Constatou, também, que estes aspectos não só não são conflitantes entre si, senão que se exigem mutuamente, compondo uma unidade indissolúvel. O fundamento desta grande descoberta marxiana está na sua constatação – a partir da análise do ato do trabalho – de que o homem tem uma essência, que também se constitui historicamente (“o conjunto das relações sociais”) – portanto não é imutável – que se articula com formas diversas de manifestação imediata, também evidentemente históricas. Já nos referimos anteriormente a estes traços históricos que compõem a essência humana. Deste modo, para Marx, o ser social seria um complexo indisso¬lúvel de essência e fenômeno, ambos resultantes do processo histó-rico.

Como se sabe, nas ontologias tradicionais, esta distinção se dava por intermédio da relação destas categorias com o ser. A essência teria um grau de ser maior do que o fenômeno. Desse modo, pelo fato de conter o ser em sua plenitude, a essência seria una e imutável, ao passo que o fenômeno, por estar longe desta plenitude, seria heterogêneo e sujeito a mudanças.

Resumindo o que ficou estabelecido até agora, podemos dizer que, na perspectiva marxiana, o ser social tem como ponto de par¬tida o trabalho, síntese de teleologia e causalidade e, como tal, ato ontologicamente fundante do ser social. O trabalho, por sua vez, é a mediação através da qual o homem transforma a natureza, ade¬quando-a aos seus fins e, ao mesmo tempo constrói a si mesmo. Da natureza do trabalho também decorre o fato de que o homem é um ser essencialmente interativo, social, universal, consciente e livre. A partir do trabalho e como exigência da complexificação do ser social surgem inúmeras outras dimensões da atividade humana, cada qual com uma função própria na reprodução do ser social. E, enfim, da análise do trabalho decorre, naturalmente, a constatação de que o homem é um ser radicalmente histórico e social.

Deste modo, fica claro que o processo de tornar-se homem do homem não é um acontecer aleatório. O que não significa dizer que seja determinado aprioristicamente. É uma processualidade que, tendo como fundamento o trabalho, vai se pondo sob a forma de um complexo de complexos, ou seja, de um conjunto de dimensões que interagem entre si e com a dimensão fundante. Ao longo desse processo, o ser social se torna cada vez mais heterogêneo, diversi¬ficado, multifacetado e, ao mesmo tempo, cada vez mais unitário. Entre todos estes momentos heterogêneos, dois assumem um papel especialmente relevante: o momento da singularidade (indivíduo) e o momento da universalidade (sociedade); unidade indissolúvel, cujas relações e cuja contraposição só podem ser compreendidas a partir da própria lógica do processo real e jamais tomadas como um dado ontológico constitutivo do ser social.

Como se pode ver, o resgate

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