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Socialismo De Marx

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Por:   •  16/11/2014  •  1.626 Palavras (7 Páginas)  •  535 Visualizações

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III Literatura socialista e comunista

1. O socialismo reacionário

a) O socialismo feudal

Para criar simpatias, a aristocracia precisou fingir descurar seus próprios interesses e formular sua acusação à burguesia, aparentando defender somente os interesses da classe operária explorada. Desse modo, entregou-se ao prazer de cantarolar sátiras sobre novos senhores e de lhe segredar ao ouvida profecias de mau augúrio. Assim nasceu o socialismo feudal, sua impotência absoluta de compreender a marcha da História moderna terminou sempre por um efeito cômico.

Quando os campeões do feudalismo demonstram que o modo de exploração feudal era diferente do da burguesia, esquecem uma coisa: que o feudalismo explorava em circunstancia e condições completamente diversas e hoje em dia caducas. Quando ressaltam que sob o regime feudal o proletariado moderno não existia , esquecem uma coisa: que a burguesia moderna é precisamente um fruto necessário de seu regime social.

O que censuram à burguesia, mais do que gerar um proletariado em geral, é o fato de que ela gera um proletariado revolucionário.

Da mesma forma como o clérigo sempre andou de mãos dadas com o feudal, assim o socialismo clerical anda com o socialismo feudal. Nada mais fácil do que dar ao ascetismo cristão um verniz socialista. O cristianismo também não clamou contra a propriedade privada, o casamento, o Estado? E em seu lugar não pregou a caridade e a mendicância, o celibato e a mortificação da carne, a vida monástica e a Igreja? O socialismo cristão é apenas a água benta com que o clérigo abençoa a irritação do aristocrata.

Nos países industrial e comercialmente menos desenvolvidos, essa classe ainda continua a vegetar ao lado da burguesia ascendente.

b) Socialismo pequeno-burguês

No país onde o comercio e a indústria são pouco desenvolvidos ,esta classe continua a vegetar ao lado da burguesia em ascensão.

Nos países em que a moderna civilização se desenvolveu, formou-se uma nova classe de pequenos burgueses, a qual oscila entre o proletariado e a burguesia, Mas os indivíduos que a compõem se veem constantemente precipitados no proletariado, devido á concorrência. Desde modo se formou o socialismo pequeno-burguês. Sismondi é o chefe dessa literatura, não somente na França, mas também na Inglaterra.

Todavia a finalidade real desse socialismo pequeno burguês é ou restabelecer os antigos meios de produção e de troca e, com eles, as antigas relações de propriedade e toda a sociedade antiga ou então fazer entrar á força os meios modernos de produção e de troca no quadro estreito das antigas relações de propriedade que foram destruídas e despedaçadas por eles.

c) O socialismo alemão ou o "verdadeiro"

A literatura comunista e socialista da França, que nasceu sob a pressão de uma burguesia dominante é a expressão literária da luta contra esse domínio, foi introduzida na Alemanha em uma época em que a burguesia estava começando sua luta contra o absolutismo feudal. Filósofos alemães, semifilósofos e beletristas apoderaram-se avidamente dessa literatura, e esqueceram apenas que, com a imigração daqueles escritos da França, não haviam imigrado ao mesmo tempo para a Alemanha as relações de vida francesas. Diante das relações alemãs, a literatura francesa perdeu todo significado prático e tomou um caráter literário.

Para os filósofos alemães do século XVIII, as reivindicações da primeira Revolução Francesa possuíam assim o sentido único de ser reivindicações da "razão prática" em geral, e as manifestações de vontade por parte da burguesia revolucionária francesa significavam aos seus olhos as leis da vontade pura, da vontade, como esta tem de ser, da vontade verdadeiramente humana.

Os literatos alemães agiram de forma contrária com a literatura francesa profana. Escreviam o seu disparate filosófico atrás do original francês, por exemplo, sobre a crítica francesa das relações monetárias,escreveram "alienação da essência humana", atrás da crítica francesa do Estado burguês escreverem "superação do domínio do geral abstrato" e assim em diante.

Assim, a literatura socialista-comunista francesa foi emasculada. E como nas mãos dos alemães, ela deixou de expressar a luta de uma classe contra a outra, o alemão ficou consciente de ter superado a "unilateralidade francesa", de ter representado, em vez de necessidades verdadeiras, a necessidade da verdade, e, em vez dos interesses do proletário, os interesses do ser humano, do homem de uma maneira geral, do homem que não pertence a nenhuma classe, nem a realidade alguma, que só existe no céu nebuloso da fantasia filosófica.

Esse socialismo alemão, que recebeu seus canhestros exercícios escolares com tanta seriedade e solenidade e os alardeou de forma tão charlatanesca, foi perdendo pouco a pouco seu inocente pedantismo. Ele servia aos governos absolutistas alemães, com o seu séquito de clérigos, mestres-escolas, nobres rurais e burocratas, como oportuno espantalho contra a burguesia que estava em ameaçadora ascensão.

Se o verdadeiro socialismo tornou-se uma arma na mão dos governos contra a burguesia alemã, ele também representou, de maneira imediata, um interesse reacionário, o interesse da pequena burguesia alemã. Na Alemanha, a pequena burguesia, proveniente do século XVI e desde então renascendo sem cessar sob formas diversas a verdadeira base social do regime estabelecido.

A supremacia industrial e política da burguesia, teme a derrota certa, por um lado em consequência da concentração do capital, por outro lado pelo advento de um proletariado revolucionário. O socialismo "verdadeiro" pareceu para os burgueses como uma arma para matar esses dois inimigos. Dissemina-se como uma epidemia.

Por outro lado, o socialismo alemão entendeu cada vez mais que sua vocação era ser o representante tonitruante dessa pequena burguesia arcaica.

Ele proclamava a nação alemã como sendo a nação normal e o filisteu alemão como sendo o homem normal. A cada baixeza deste, ele dava um sentido oculto, mais elevado, um sentido socialista no qual essa baixeza significava o seu contrário. Ele chegou às últimas consequências ao postar-se diretamente contra a tendência "rudimentar e destrutiva" do comunismo e anunciar a sua superioridade apartidária sobre todas as lutas de classes. Com muito

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