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Substancias Quimicas

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Por:   •  3/11/2014  •  1.505 Palavras (7 Páginas)  •  340 Visualizações

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O uso e abuso de substâncias transformou-se em um grave problema de saúde pública em praticamente todos os países do mundo. Está altamente associado com comportamentos violentos e criminais, como acidentes de trânsito e violência familiar, principalmente entre indivíduos com histórico de agressividade e com complicações médicas e psiquiátricas, elevando drasticamente os índices de morbidade e mortalidade (Chalub & Telles, 2006; Kolling, Silva, Carvalho, Cunha & Kristensen, 2007; Nassif, 2004).

Conforme o Relatório Mundial do Escritório da Organização das Nações Unidas de Combate às Drogas e Crimes (United Nations OFFICE for Drug Control and Crime Prevention - UNODCCP, 2006), estima-se que 5% da população mundial entre 15 e 64 anos faz uso regular de algum tipo de substância ilícita, contabilizando aproximadamente 200 milhões de pessoas. Dentre as substâncias lícitas, o álcool é mundialmente a substância mais consumida, seguido pelo tabaco.

O II Levantamento Domiciliar sobre Uso de Drogas Psicotrópicas no Brasil (Carlini & cols., 2007) constatou que o álcool é a substância lícita mais utilizada nas 108 maiores cidades do país, contabilizando 74,6% dos indivíduos entrevistados, sendo 12,3% dos entrevistados diagnosticados como dependentes. O tabaco aparece com prevalência de 44,0% para o uso na vida e 10,1% para dependência. Nesse mesmo estudo, verificou-se uma prevalência de 22,8% em relação ao uso na vida de substâncias ilícitas na população pesquisada, sendo a maioria do sexo masculino. Assim como mostram os dados mundiais, no Brasil, verifica-se que a droga ilícita de maior consumo e de maior acessibilidade é a maconha (8,8%), seguida pelos solventes (6,1%), benzodiazepínicos (5,6%), cocaína (2,9%) e crack (1,5%). Segundo estudos publicados no Relatório Mundial sobre Drogas de 2007, da Organização das Nações Unidas (ONU), no Brasil, o aumento do uso de cocaína passou de 0,4% no ano de 2001 para 0,7% em 2005, sendo considerado um dado importante, assim como o aumento do uso de maconha (1% no ano de 2001 para aproximadamente 3% em 2005).

O início do consumo de substâncias pode ocorrer por diversos motivos como: hedonismo, curiosidade, alívio da dor e sofrimento que, provavelmente, persistirão após a dependência, como também, com o objetivo de vivenciar novas experiências (Brajević-Gizdić, Mulić, Pletikosa & Kljajić, 2009). As experiências devido ao consumo da substância podem causar autodestruição, além de alterações comportamentais como: violência, indiferença, isolamento e desprezo. O uso crônico dessas substâncias pode causar dependência química, consequência da relação patológica entre um indivíduo e uma substância psicoativa (Brusamarello, Sureki, Borrile, Roehrs & Maftum, 2008). Outro problema refere-se à utilização de drogas psicotrópicas, assim como à existência de comorbidades psiquiátricas em dependentes de drogas (Filho, Turchi , Laranjeira & Castelo, 2003).

O estudo da dependência de álcool e outras substâncias, bem como a manifestação de transtornos mentais e de comportamento decorrentes do uso de drogas vêm sendo pesquisado há muito tempo (Ross, Glaser & Germanson, 1988). Verifica-se a existência de episódios depressivos, por exemplo, associados ao abuso de substâncias (Bukstein, Brent & Kaminet, 1989; Dilsaver, 1987). Babu e cols. (2009) observaram que o uso abusivo de álcool, mesmo em concentrações mínimas como 0,1%, cocaína e anfetaminas afeta o sistema serotoninérgico e que este está relacionado com a depressão, causando a sua diminuição no meio extra-celular. Little, Krolewski e Cassin (2003) constataram que usuários de cocaína também perdem a proteína VMAT2, que é responsável pelo transporte de monoaminas, causando prejuízos no sistema dopaminérgico, podendo resultar em transtornos do humor em indivíduos com dependência severa dessa substância. Estudo realizado com 198 dependentes de múltiplas drogas como a cocaína, o crack, a maconha, o álcool e o tabaco corrobora os dados acima, indicando que a maioria dos dependentes apresentava graves transtornos psicopatológicos, entre eles a depressão (Sandí & Diaz, 1998). Na última década, a co-ocorrência de transtornos mentais e de transtornos devido ao uso de substâncias psicoativas é vastamente conhecida na clínica psiquiátrica (Zaleski & cols., 2006).

As pesquisas do Epidemiologic Catchment Área Study (Regier & cols., 1990) revelaram que cerca de metade dos indivíduos diagnosticados como dependentes de álcool e outras substâncias pelos critérios do Manual de Diagnóstico e Estatística das Perturbações Mentais - DSM-IV-TR (American Psychiatric Association, 2000/2002) apresentam um diagnóstico psiquiátrico adicional: 26%, Transtornos do Humor; 28%, Transtorno de Ansiedade; 18%, Transtornos de Personalidade Antissocial; e 7%, Esquizofrenia. No estudo de Delbello e Strkowski (2003), a prevalência de Depressão Maior entre dependentes químicos variou de 30 a 50%. Da mesma forma, em outros estudos tem sido constatado que os transtornos mais comuns são os Transtornos de Humor como: a Depressão (Milling, Faulkner & Craig, 1994; Regier & cols., 1990), tanto uni como bipolar (Hätönen, Forsblom, Kieseppä, Lönnqvist & Partonen, 2008; Ribeiro, Laranjeira & Cividanesi, 2005) e Transtornos de Ansiedade (Messina, Wish, Hoffman & Nemes, 2001; Watkins, Lewellen & Barret, 2001).

Steadman e cols. (1998) acompanharam pacientes de hospitais psiquiátricos gerais dos Estados Unidos, nos quais a taxa de abuso de substância era de 21,8%. No Brasil, em relação aos pacientes internados por problemas psiquiátricos, aproximadamente 35% apresentam problemas decorrentes do uso de substâncias psicoativas, sendo 90% relacionados ao consumo de álcool (Noto & Carlini, 1995). Segundo Alves, Kessler e Ratto (2004), o álcool pode causar sintomas de depressão, ansiedade e hipomania/mania durante a intoxicação e a abstinência.

Gauer e cols. (2007) observaram que, dentre os internos delinquentes do Instituto Psiquiátrico Forense Maurício Cardoso, localizado em Porto Alegre, 60,8% daqueles que cometeram algum delito contra outra pessoa possuíam um transtorno relacionado ao álcool e 30,4% possuíam um transtorno relacionado ao uso de cocaína. E, nos crimes contra o

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