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Por:   •  13/8/2014  •  1.993 Palavras (8 Páginas)  •  199 Visualizações

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A região de Campinas se tornou o novo foco das quadrilhas de roubo de cargas em São Paulo. Esse tipo de crime avançou 46% neste ano na região, enquanto no Estado o crescimento foi de 3%.

Os ladrões são atraídos pelas características da indústria local -que concentra montadoras de eletroeletrônicos- e pelo fluxo de mercadorias em torno de Viracopos, o segundo maior aeroporto de cargas do país.

Apenas nas últimas seis semanas houve seis grandes assaltos -e cerca de R$ 9 milhões em itens roubados.

Alguns crimes ocorreram quase ao mesmo tempo, como no último dia 24.

Às 10h30, bandidos levaram R$ 1,3 milhão em celulares na rodovia Dom Pedro 1º, em Nazaré Paulista. Duas horas depois, uma carga de microprocessadores também avaliada em R$ 1,3 milhão -e com apenas 41 kg- era roubada na rodovia dos Bandeirantes, em Campinas.

“Campinas virou o ‘Triângulo das Bermudas’ do roubo de cargas”, diz Autair Iuga, presidente do Semeesp (Sindicato das Empresas de Escolta de SP), em referência à região do mar do Caribe conhecida pelo desaparecimento de navios e aviões.

Iuga atribui a situação ao perfil do parque industrial. “Os roubos de eletroeletrônicos hoje são coqueluche, e todas as indústrias que montam esses produtos estão na região.”

Segundo Orlando Fontes Lima Jr., do laboratório de logística da Unicamp, pelo “Triângulo” passa mais da metade do valor total das mercadorias transportadas no Estado.

As quadrilhas atuam sobretudo nas rodovias, durante o traslado das cargas entre Viracopos e empresas como Dell, LG e Samsung.

O caso mais recente ocorreu na terça, quando parte de uma carga de celulares da Samsung, avaliada em R$ 1,4 milhão, foi levada na rodovia José Roberto Magalhães Teixeira, que liga a Dom Pedro 1º à via Anhanguera.

Horas depois, a polícia recuperou 631 dos 900 aparelhos numa casa, onde apreenderam fuzis, pistolas, revólveres e veículos. Ninguém foi preso.

A boa estrutura de estradas também facilita a ação dos bandidos. “Temos as melhores estradas, e o roubo de carga é beneficiado pelo escoamento [dos produtos]“, lamenta Anselmo Riso, diretor de comércio exterior do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de SP) em Campinas.

As 462 ocorrências de roubo de carga registradas na área de Campinas de janeiro a setembro deste ano já superam os 425 casos de 2012.

Os crimes se concentram em Campinas, Jundiaí, Itupeva, Indaiatuba, Louveira, Valinhos e Vinhedo -cidades cortadas pelas rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Santos Dumont e Dom Pedro-, mas ainda há ocorrências em outras cidades próximas, como Nazaré Paulista.

Juntos, os municípios do “Triângulo das Bermudas” respondem por 87% dos roubos de carga na região. E os números individuais de crescimento ante 2012 são alarmantes: 700% (Itupeva), 400% (Indaiatuba), 167% (Vinhedo), 150% (Jundiaí), 117% (Valinhos), 67% (Louveira).

Especialista em logística, Fernando Salgado, da FGV, prevê aumento de custos. “Se o roubo aumentou 46% na região de Campinas, o preço do seguro [das cargas] vai aumentar na mesma proporção. E se o preço do frete aumenta, aumenta o produto.”

A cúpula da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo e as polícias Civil e Militar afirmam que estão tomando ações para combater a atuação de criminosos especializados em roubo de cargas na região de Campinas e e em todo o Estado.

Na semana passada, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) e o secretário estadual da Segurança Pública, Fernando Grella Vieira, anunciaram a criação de “núcleos de roubo, furto e desvio de carga”.

Alckmin disse que a área de Campinas terá “tratamento especial”, onde o crescimento nesse tipo de crime foi de 46% neste ano em relação ao ano passado. Afirmou também e que haverá foco nos receptadores.

“Queremos chegar até o receptador, porque alguém está vendendo carga roubada, até montando”, disse.

Sobre a região de Campinas, a pasta da Segurança informou que criará um banco de dados sobre roubo de cargas a ser abastecido pelas delegacias seccionais da área.

‘Calo no pé’

O coronel Carlos Júnior, comandante da Polícia Militar na região de Campinas, define o roubo de cargas como o atual “calo no pé” da corporação paulista.

“Estamos mapeando as regiões e os horários mais críticos e desenvolvendo um serviço de inteligência para combater esse tipo de crime”, afirma o militar.

Esforços direcionados

O capitão Vladimir Ribeiro, comandante da Polícia Militar Rodoviária nos trechos das rodovias Santos Dumont, Anhanguera e Bandeirantes que cortam Campinas, afirma que o patrulhamento está sendo direcionado pelas estatísticas, com reforço em locais e horários críticos.

“O roubo de cargas é o que mais nos preocupa e é para onde estamos direcionando nossos esforços”, afirma.

Falta de combate à receptação de cargas roubadas é maior obstáculo

Profissionais do setor de transporte e de escolta armada -e até a polícia- apontam a falta de combate à receptação como o principal estímulo ao roubo de cargas.

“Para onde vai essa carga roubada? Quem compra?”, diz o capitão Vladimir Ribeiro, comandante da Polícia Militar Rodoviária na região de Campinas.

“Nosso papel é repressão imediata, mas os marginais têm informação privilegiada. Ou você acha que eles vão para a rodovia e falam: ‘Vamos roubar aquele caminhão ali’?”

O modus operandi dos bandidos corrobora a teoria: são quadrilhas fortemente armadas, com veículos potentes e que abordam caminhões em locais de velocidade reduzida e com rotas de fuga, como alças de acesso.

E os sindicatos fazem coro nos pedidos de atuação contra a receptação. “Cobramos da polícia [ações contra] a desova da carga roubada”, diz Lúcio Cláudio Lima, diretor do SindForte (sindicato dos trabalhadores de guarda e transporte de valores de SP).

“A situação está preocupante. Combater só roubo de carga não adianta”, diz Edson Beraldo, do Sindicamp (sindicato das empresas de transporte de carga de Campinas e região).

Altair Iuga, do Semeesp (sindicato das empresas de escolta do Estado), reconhece que se trata de um trabalho difícil. “Temos uma extensão territorial muito grande na região. Em 40 minutos o ladrão está dentro de uma chácara ou galpão, e a recuperação fica muito difícil.”

O dirigente defende investimento em inteligência para tentar frear a onda de crimes, como na criação de uma central que possa compartilhar, em tempo real, todas as informações sobre esses delitos. “Só assim poderemos dar uma resposta.”

Fonte: Folha de São Paulo

“Está muito perigoso. Já teve colega que foi assaltado na Estrada da Pedreira. A gente fica de mãos atadas. Na maioria das vezes, não conseguimos fazer outros caminhos. É complicado”. A declaração é de José Gomes, que trabalha como caminhoneiro em Mogi das Cruzes. Os casos de roubo a estes motoristas têm se repetido na cidade e na região, sempre com o mesmo roteiro: a vítima é rendida na estrada, levada para um cativeiro e libertada horas depois, quando veículo e a carga já desapareceram.

Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública apontam que em todo o ano de 2012 foram registrados 12 casos de roubo de carga em Mogi das Cruzes. Neste ano, apenas de janeiro a setembro, já ocorreram 17 crimes deste tipo. Todo o Alto Tietê já soma 151 registros de roubo de carga em 2013. Cortada pela Rodovia Ayrton Senna, a cidade de Itaquaquecetuba lidera o ranking regional com 49 casos.

Prestador de serviço para uma empresa em Mogi das Cruzes, o caminhoneiro Ezequiel Cardoso recorda outro local em que os motoristas passam com atenção redobrada. “No final da Mogi-Dutra, próximo de Arujá, tem um trecho com várias lombadas em seguida. O motorista tem que passar devagar e é nessa hora que os assaltantes abordam. É sempre de madrugada. Todo mundo teme pela vida.”

Dicas de segurança

São comuns os casos de roubo a caminhoneiros na região. O último aconteceu em 31 de outubro e acabou na prisão em flagrante de três homens no limite entre Itaquaquecetuba e Guarulhos. Segundo a polícia, os suspeitos renderam o motorista e o ajudante quando eles saíam de um posto de combustíveis. Uma testemunha percebeu a ação e acionou os policiais. O caminhão foi recuperado e as vítimas libertadas.

Uma das abordagens mais corriqueiras acontece quando o motorista de um carro em movimento avisa ao caminhoneiro que sua carga está caindo na pista. Foi o que aconteceu com Laerte da Rocha. Ele conta que já sofreu uma tentativa de roubo em Mogi das Cruzes. “Eu estava na Mogi-Dutra, umas 18h, e homens em dois carros disseram que a minha carga estava caindo e queriam que eu parasse. Mogi e São Paulo são as piores cidades para os caminhoneiros trabalharem por causa dos roubos.”

A Polícia Rodoviária afirma que tem conhecimento dos casos e vem intensificando suas operações. O tenente Marcos Douglas Guillon Pinto dá algumas dicas que podem livrar o motorista de sofrer um roubo. “O condutor não deve parar seu veículo e sim procurar sair daquele local e parar em um lugar seguro. Pode ser um comércio com grande movimentação de pessoas, uma base da Polícia Rodoviária, locais próximos de viaturas. É importante o caminhoneiro ligar para o telefone 190 da Polícia Militar e, se tiver condições de informar, também deve passar as características do veículo suspeito e de seus ocupantes.”

O tenente também orienta sobre o que fazer caso os ladrões consigma render o caminhoneiro. “Nesses casos o condutor nunca deve reagir para não colocar sua vida em risco. Tão logo seja liberado, ele deve comunicar imediatamente a Polícia Militar, passando as informações que conseguir. Não deve se esquecer de registrar o ato criminoso junto à delegacia, o que facilita o mapeamento dos locais de ações desse tipo de quadrilha.”

Conhecendo as rotas

Uma forma de se prevenir dos roubos é conhecer bem o caminho a percorrer. Dono de uma transportadora de Mogi das Cruzes, Dario José da Silva Júnior afirma que está preocupado com a onda de roubos. “Não tivemos problema de prejuízo e roubo não, mas estamos nos precavendo dessa situação. Eu sempre percorro com um caminhão as rotas novas que vamos fazer para montar uma avaliação da estrada e repassar aos meus motoristas”, conta.

O último trecho que Dario percorreu foi da Rodovia Carvalho Pinto, no caminho para a cidade de Guaratinguetá. “Percebi que faltam postos de gasolina com suporte para os caminhoneiros. Eu costumo anotar os quilômetros em que tem postos da polícia rodoviária e outros pontos de apoio para passar às pessoas que prestam serviço para mim”, explica.

Fonte: TV Diário

O Grupo Tracker recuperou 3857 veículos em 2012, entre automóveis, caminhões, utilitários e motos. 16,35% a mais do que o registrado em 2011. Na categoria veículos pesados, foram 443 ocorrências no ano passado, um número 11,03% maior do que nos doze meses anteriores.

Os estados mais violentos nessa categoria foram São Paulo (69,07 das ocorrências), Minas Gerais (9,26), Rio de Janeiro (7%), Paraná (3,16%) e Goiás (3,16%). Entre as cidades mais perigosas estão São Paulo, Guarulhos, Jundiaí, Rio de Janeiro, São Bernardo do Campo, Campinas, Itaquaquecetuba, Mauá, Duque de Caxias e Porto Alegre.

Apesar da alta no ano, nos últimos três meses, houve queda de 19,85% nas ocorrências envolvendo caminhões. Foram 131 recuperações no 3º trimestre e 105 no 4º trimestre. “Acreditamos que essa queda foi algo sazonal, já que nos finais de ano as quadrilhas especializadas migram para o roubo de cargas, sendo uma modalidade bastante lucrativa”, analisa o diretor Nacional de Operações do Grupo Tracker, Carlos Alberto Betancur.

O roubo de cargas apresentou leve tendência de aumento no Estado de São Paulo, de acordo com os números divulgados pela Secretaria de Segurança Pública no primeiro semestre de 2013. De janeiro a junho, o Estado registrou 3.743 ocorrências, com média de 623,83 roubos por mês, um aumento de 1,96% na média de ocorrências em relação a 2012 (611,83).

De acordo com os dados da SSP, o registro das ocorrências no Estado apontou para a grande maioria dos roubos acontecendo na Capital e Região Metropolitana, com mais de 81% das ocorrências. O Interior ficou com cerca de 19% dos roubos.

Os meses com maior número de roubos foram março, abril e maio, com 673, 649 e 635 ocorrências, respectivamente.

Tendência de aumento do crime

A análise dos dados do roubo de cargas apresentados pelo governo de São Paulo traz uma realidade preocupante para o transporte rodoviário no Estado com maior movimentação de cargas do País. Em 2012, o total de ocorrências de roubo de cargas em terras paulistas foi de 7.342. O ano anterior, 2011, apresentou 6.958 roubos e 2010 registrou 7.294 ocorrências.

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