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Teoria Dos Pólos De Crescimento: François Perroux E Jacques R. Boudeville

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Por:   •  22/10/2013  •  939 Palavras (4 Páginas)  •  887 Visualizações

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François Perroux foi um dos primeiros teóricos a contestar, em uma série de trabalhos

desenvolvidos no decorrer da década de 50, a noção vulgar e inexata de espaço utilizada nas análises

econômicas realizadas até então que resultavam na coincidência entre espaços econômicos e humanos

e, conseqüentemente, em recomendações imprecisas de políticas econômicas. A noção de espaço

introduzida por este teórico descarta o conceito de espaço euclidiano e utiliza o conceito matemático

de espaço abstrato, mais adequado para analisar as inter-relações econômicas. Desta forma existiriam

tantos espaços econômicos quantos fossem os fenômenos econômicos estudados.

Neste sentido, a empresa, como unidade de produção, ocupa um espaço vulgar (ou

geonômico), onde se situam seus meios materiais e pessoais, ou seja, é o seu local de funcionamento, e

três espaços econômicos: i) a empresa ocupa em primeiro lugar um espaço definido como conteúdo de

um plano, sendo este entendido como o conjunto das relações estabelecidas entre a empresa, seus

fornecedores de input (matérias-primas, mão-de-obra, capital) e seus compradores de output

(intermediários e finais). Este plano é mutável no tempo, independe de seu espaço vulgar e é instável,

o que dificulta sua representação cartográfica; ii) em segundo lugar a empresa ocupa um espaço

definido como campo de forças, constituído por centros (pólos ou sedes) de emanação de forças

centrífugas e recepção de forças centrípetas. Cada centro tem seu próprio campo, que é invalidado

pelos campos de outros centros. A empresa atrai ao seu espaço vulgar homens e coisas (elementos

econômicos) ou afasta-os dele, determinando sua zona de influência econômica, relacionada ou não à

sua zona de influência topográfica; e iii) num terceiro aspecto, a empresa ocupa um espaço definido

como conjunto homogêneo. As relações de homogeneidade dizem respeito às unidades e sua estrutura

ou às relações entre estas unidades. Quaisquer que sejam suas coordenadas no espaço vulgar, estas

empresas localizam-se no mesmo espaço econômico. A determinação dos espaços econômicos é

bastante complexa, pois “o espaço da economia nacional não é o território da nação, mas o domínio

abrangido pelos planos econômicos do governo e dos indivíduos” (PERROUX, 1967, p.158).

Estabelecido o conceito de espaço econômico, Perroux passa a análise do processo de

crescimento, que seria irregular: “o crescimento não surge em toda parte ao mesmo tempo; manifesta-

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se com intensidades variáveis, em pontos ou pólos de crescimento; propaga-se, segundo vias

diferentes e com efeitos finais variáveis, no conjunto da economia” (PERROUX, 1967, p. 164). Seus

principais aspectos estão relacionados às variações da estrutura econômica nacional, que consiste no

aparecimento e desaparecimento de indústrias e em taxas de crescimento diferenciadas para as

diversas indústrias no decorrer do tempo. O aparecimento de uma indústria nova (ou grupos de

indústrias) ou o crescimento de uma indústria existente possui efeitos de propagação na economia

através de preços, fluxos e antecipações. Assim, para analisar essa modalidade de crescimento é

preciso considerar o papel desempenhado pela indústria motriz, pelo complexo de indústrias e pelo

crescimento dos pólos de desenvolvimento.

No decorrer do processo de crescimento a atenção é atraída para determinadas indústrias que

“mais cedo do que as outras, desenvolvem-se segundo formas que são as da grande indústria

moderna” (PERROUX, 1967, p. 166), cujas taxas de crescimento do seu próprio produto são mais

elevadas do que a taxa média de crescimento do produto industrial e do produto da economia nacional

durante determinados períodos. Estas indústrias, denominadas motrizes,

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