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Texto 1: Análise Epistemológica Do Campo Do Empreendedorismo

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Por:   •  22/5/2014  •  1.323 Palavras (6 Páginas)  •  461 Visualizações

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No texto podemos identificar diversos autores que apresentam a sua teoria relacionada ao empreendedorismo. O termo, empreendedor, é usado há mais de dois séculos, mas questiona-se ainda sobre um consenso ou unificação do campo. Em um primeiro momento, foi identificado pelos economistas, como um elemento útil à compreensão do desenvolvimento. Cantillon era um banqueiro, seus escritos colocam-no como um pioneiro do taylorismo. Seu manuscrito só veio a ser publicado 20 anos após sua morte, (FILION, 1999).

Say foi o segundo autor a interessar-se e é considerado como o “pai do empreendedorismo”. Considerava o desenvolvimento econômico como resultado da criação de novos empreendimentos e desejava que a revolução inglesa se expandisse até a França.

Já para Cantillon e Say, os empreendedores eram pessoas que aproveitavam as oportunidades objetivando o lucro e assumindo um risco. Associavam os empreendedores à inovação.

Apesar dos trabalhos dos dois autores, foi Schumpeter quem realmente iniciou o campo do empreendedorismo, por meio de sua associação clara à inovação, como pode ser observada nessa passagem: “... sempre tem a ver com criar uma nova forma de uso dos recursos nacionais, em que eles sejam deslocados de seu emprego tradicional e sujeitos a novas combinações” Ele também procurou mostrar a importância dos empreendedores na explicação do desenvolvimento econômico. Estava interessado na compreensão do papel do empreendedor como motor do sistema econômico, como detector de oportunidades de negócios, como criador de empreendimentos e como aquele que corre risco.

Para Bygrave (1993), a definição apresentada por Schumpeter (1942) é bem aceita. Para esse, um empreendedor é uma pessoa que leva a cabo combinações novas, enquanto causa descontinuidade.

Baumol (1993) propôs duas categorias de empreendedores: os organizadores de negócios, que se incluem no tipo descrito por Say e os inovadores, que se enquadram mais no tipo descrito por Schumpeter.

Segundo Drucker (1987), para os economistas modernos, todo empreendedor é importante para a economia e provoca impacto, a partir do momento em que a influencia e molda profundamente.

Posteriormente, os comportamentalistas representados por psicólogos, psicanalistas, sociólogos e outros profissionais relacionados à área do comportamento humano, tentaram entender o empreendedor.

Weber foi um dos primeiros autores a interessar-se pelo assunto, por volta de 1930, ao procurar identificar o sistema de valores dos empreendedores como elemento fundamental para a explicação de seus comportamentos. Apesar dos trabalhos dele, foram os de McClelland quem realmente contribuíram para o estudo do comportamento no ramo do empreendedorismo. Foram incentivados pela busca de explicações para a existência de grandes civilizações. Outros pesquisadores estudaram a necessidade de realização, mas não se chegou a conclusões sobre o sucesso dos empreendedores. A teoria de McClelland sobre a necessidade de realização não identifica as estruturas sociais que determinam as escolhas de cada indivíduo.

Os comportamentalistas dominaram o campo do empreendedorismo até o início dos anos 1980. Procuram definir o que eram os empreendedores e quais eram suas características. Apesar de todas essas pesquisas, os resultados mostraram-se bastante contraditórios, como conseqüência, não foi possível estabelecer um perfil psicológico absolutamente científico do empreendedor. Embora nenhum perfil científico tenha sido traçado, algumas pesquisas são fonte de várias linhas ajudando futuros empreendedores a se situarem melhor. As com escopo comportamentalista expandiram para outras esferas que parecem mostrar forte influência das correntes empírico-analíticas. Apresentavam propostas técnicas procurando criar princípios, leis, normas, regras e conceitos, num nível teórico clássico-positivista. Os fenômenos eram analisados isoladamente, logo as análises produziam variáveis isoladas e quantificáveis, em sua maioria. Utilizando métodos indutivos, partiam de um conjunto de casos particulares para concluir com o caso geral, ou seja, buscavam a generalização de suas pesquisas. A partir de 1980 houve grande crescimento e expansão por quase todas as ciências gerenciais e humanas. Welsch identificou 27 temas dominantes no campo do empreendedorismo. Baseando-se nesse universo, percebe-se uma forte influência da teoria contingencial, sob a ótica da compreensão organicista tanto das abordagens teóricas, quando de observações empíricas. O teor metodológico dos estudos é de cunho basicamente exploratório.

Dessa forma, no campo do empreendedorismo, o grupo dos praticantes representado pelos intelectuais-patrões e outros associados às tarefas de ações administrativas e de produção do conhecimento administrativo. A concepção pragmática da produção de conhecimento desse grupo é marcante.

Béchard (1996), buscando compreender o campo do empreendedorismo, procurou identificar, analisar e sintetizar as contribuições mais citadas pelos pesquisadores do campo, o que o permitiu de fazer um grande passo rumo a uma resposta coerente. Cunningham & Lischeron (1991) sugeriram que o campo está sendo estruturado em torno de seis pontos: a escola do “grande homem”, a escola de características psicológicas, a escola clássica (da inovação), a escola do gerenciamento, a escola de liderança e a escola do intraempreendedorismo. Para Bygrave (1993), o processo empreendedorístico é dinâmico e muda de forma descontínua. Para o autor, isso envolve numerosa variável para se construir um algoritmo e é extremamente sensível às condições iniciais. Os trabalhos de Bygrave sobre a teoria do caos mostram sua influência pelo paradigma da complexidade. A partir do estudo das perturbações dos empreendedores, o autor mostra a desordem traduzida na vida dos homens, com efeitos importantes sobre toda a sociedade.

Segundo Fayolle (2000), as pesquisas dos dez últimos anos contribuíram para a compreensão do campo e acréscimos à heterogeneidade pela emergência de novos temas. No entanto, as abordagens independentes não são mais suficientes para progredir o conhecimento do fenômeno empreendedor, o qual aparece cada vez mais complexo.

Segundo Donjou inúmeras áreas do conhecimento disputam o campo de pesquisa acerca do empreendedorismo. Algumas, entretanto, privilegiam apenas umas das três abordagens:

• a do contexto.;

• a do ator, e

• a da ação.

Segundo Danjou o empreendedorismo compreende o fato de que indivíduos realizam ações concretas. Separar o indivíduo do processo empreendedor é tomar abstrato aquele que sustenta a aventura pessoal e coletiva. De fato, a literatura sugere que não é possível estabelecer uma ligação de causalidade entre um ou outro traço de personalidade, sugere ainda à existência de uma multiplicidade de combinações de 9 traços de personalidade que transforma ilusória toda tentativa visando a desenhar o perfil de uma personalidade empreendedora .

De acordo com o trabalho de Verstraete (1999), o empreendedorismo é um fenômeno psico-sócio-econômico e cultural complexo que não pode ignorar os fatores que influenciam o sistema, sejam econômicos, sociais, culturais, ou mesmo psicológicos. Dentre essas novas perspectivas observa-se o empreendedorismo feminino, pois em poucos anos as mulheres donas de negócios próprios, bem como as mulheres autônomas, constituem uma parte crescente na população econômica de muitos países, tanto de países desenvolvidos quanto de países em desenvolvimento. Cada vez mais os governos passam a vê-las como uma importante fonte de negócios e geradora de empregos. Fagenson diz que muitos autores sugeriram que o tipo de indivíduo que se torna um empreendedor seja psicologicamente distinguível do tipo de indivíduo que se torna um gerente. Ele pesquisou 255 homens e mulheres, empreendedores e gerentes ordenando-os em 15 valores terminais e em cinco instrumentais. Os resultados revelaram que o gênero dos indivíduos teve uma pequena influência nos sistemas de valor. Estes sugerem que os homens e mulheres que se tornam empreendedores ou que desenvolvem profissões administrativas são mais semelhantes ao sexo oposto dentro da profissão do que em uma profissão complementar. Estes resultados sugerem que se deve categorizar cuidadosamente a atividade empreendedora com estereótipos de sexo-papel tradicionais, pois estes estereótipos não estão aplicáveis do outro lado. Entretanto grandes disparidades continuam a existir entre países, e em muitos países a iniciativa de criar um novo negócio continua a ser de domínio dos homens.

A partir do que foi falado, poderia se definir o campo do empreendedorismo como aquele que examina as atividades, características, efeitos sociais e econômicos e os métodos de suporte usados para facilitar a expressão da atividade empreendedora. O objetivo foi ressaltar alguns dos principais trabalhos do campo do empreendedorismo. Pelo que foi exposto, destaca-se a diversidade de visões sobre o empreendedorismo e a figura do empreendedor. Para alguns, o empreendedor é um indivíduo dotado de características psicológicas particulares, para outros ele é visto como um grande administrador dotado da capacidade intuitiva para empreender, organizar, e criar algo novo.

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