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Por:   •  21/10/2014  •  Seminário  •  571 Palavras (3 Páginas)  •  359 Visualizações

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O cuidado ao lidar com essas pessoas que têm saberes e produzem cultura, embora se expressem de modo pouco familiarizado com a gramática de nossa língua, deve ser estimulado. Não há justificativa para transformar a linguagem popular em chacota e risos porque seria um desrespeito às pessoas que não tiveram oportunidades para aprender bem.

Porém, quando admito que se deve conviver com o erro sem corrigi-lo, admito também que estou privando esse carente linguístico de aprender o que é correto e de ter oportunidade de melhorar de vida.

De que adianta propalarmos que mais um ano de escola aumenta, em média, 15% o valor do salário de uma pessoa se a prática do ensino e o ato de aprender está vinculado a uma perversa pedagogia que “faz o pobre continuar pobre”.

Uma das melhores estratégias para estar um professor mais próximo de seus alunos é, exatamente, a linguagem coloquial que usa. Se ele for compreendido, todos terão possibilidade de aprender.

Pois é nesse ponto que alguns confundem aproximação com o uso da linguagem coloquial dos próprios alunos, muitas vezes retratando os erros de várias origens e as palavras que podem significar termos socialmente desaconselhados. Refiro-me diretamente aos “palavrões”.

Um aluno fala palavrões com mais frequência na linguagem coloquial e, os professores, quando em reunião com colegas, fazem a mesma coisa. A diferença está quando dois grupos diferentes se encontram, sendo um educador e, o outro, educando.

Por mais próximo que se torne um professor, ele precisa perceber que continua sendo uma referência para seus alunos, apresenta um parâmetro que servirá de medida para comparações. Os alunos, diante de um professor, não querem um igual para conviver com eles, querem um amigo que reflita experiência, apoio e segurança. Iguais eles já têm em sala de aula e nos recreios ou nas ruas.

Torna-se também evidente que o professor precisa explicar aos alunos, diante de palavrões ouvidos, o seu significado linguístico. Os palavrões fazem parte de um vocabulário mais antigo, ligado a outras sociedades ou mesmo próximos das raízes das línguas.

Quando um professor, para tornar-se mais popular e mais próximo de seus alunos, usa palavrões, esperando aumentar a comunicação, os alunos geralmente analisam essa postura como uma atitude de nivelamento, tiram do professor a “aura” de formador de opinião e de transmissor de valores.

Enquanto a genética estuda o “gene” transmissor dos caracteres hereditários, a memética estuda o “meme” transmissor dos valores sociais e culturais. Quando um professor permite a si mesmo o uso de palavras não aconselhadas no convívio social mais culto ou mais formal a transmissão da cultura, naquele momento, indica um caminho perfeitamente possível de ser trilhado pelos alunos até quando se dirigem ao professor.

Esse costuma ser o primeiro passo para a perda da autoridade e da credibilidade, dois aspectos que não podem, os professores, perder porque compromete a educação.

A linguagem, na visão do professor Vasco Moretto, faz parte dos pilares da competência, seguindo-se como dedução que um professor que não se comunica adequadamente tem mais possibilidades de perder essa necessária competência que, conforme o mesmo autor,

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