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Um Pouco De História

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Por:   •  24/3/2015  •  354 Palavras (2 Páginas)  •  138 Visualizações

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Em meus ouvidos ressoam, ainda hoje, os contos maravilhosos, os quais,

com tamanha paciência, minha mãe se dispunha a contar-me. Em meio a essas histórias,

ensinou-me as letras e apresentou-me o prazer da leitura. Com um saber singular, falava-me

da trama com tanto entusiasmo que não me deixava outra alternativa a não ser a de me

deliciar com as páginas dos livros que ganhava de presente, cada um a seu tempo.

Por sua vez, os causos da minha avó eram tecidos diariamente: enquanto

colhia frutas no pé, contava-me das estripulias de sua infância; ao plantar roseiras, recordava

os cuidados da minha bisavó com o quintal da casa, e a lenha do forno para assar o pão

esquentava os romances de décadas passadas. Igualmente valiosos, eram os finais de tardes,

quando, sentada com o meu pai na varanda escutava as histórias divertidas do sítio,

entrecortadas pelas noites de medo, ao relembrar as assombrações que meu avô insistia ter

encontrado pelas estradas.

Assim, vivenciar esses agradáveis e intensos momentos, certamente, foi

determinante para despertar em mim o interesse pelos livros e pelas histórias. Essa

experiência tão marcante guiou minhas escolhas por todo o período escolar, especialmente no

decorrer do Curso de Graduação em Pedagogia e, como é possível notar, reflete-se ainda hoje

sobre o tema desta pesquisa.

Na condição de professora, tive a oportunidade de, durante alguns anos,

acompanhar e elaborar atividades com Literatura Infantil, sobretudo a Hora do Conto, de sorte

que pude perceber o quanto as crianças se envolvem com as histórias, como se interessam

pela narrativa e são capazes de criar a partir do que ouvem.

Os comentários das crianças, decorrentes da narração de histórias durante as

aulas ou encontros da Hora do Conto, os personagens criados e seus diálogos, no

desenvolvimento das atividades lúdicas, despertaram-me o interesse pela questão da narrativa.

O ato de recontar uma história ou recriá-la oralmente não parecia ser, naquele momento,

apenas um simples jogo infantil, mas talvez uma forma das crianças contarem algo de si.

Para Walter Benjamin (1994), em O Narrador, aquele que narra conta algo

de si e, mesmo transmitindo uma história vivenciada por outros, está imerso na narrativa,

tornando impossível recontá-la sem trazer consigo marcas do contador. Essa leitura

aprofundou minhas reflexões sobre

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