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Ética do Dever x Ética da Utilidade

Por:   •  12/6/2015  •  Seminário  •  1.173 Palavras (5 Páginas)  •  166 Visualizações

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UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

CENTRO DE FILOSOFIA E EDUCAÇÃO

DISCIPLINA: ÉTICA EAD - 103

Trabalho sobre Dilemas Morais desenvolvido durante as aula 4 e 5.

        Um dilema moral é definido como uma espécie de conflito entre dois deveres, onde uma pessoa se encontra diante de duas obrigações, onde deve escolher apenas uma para cumprir, pois essas são impostas ao mesmo tempo. A dificuldade da escolha não é o que de fato escolhemos, mas sim o que deixamos ao fazer tal escolha. A mentira é um dilema moral, porque em determinadas situações nos deparamos com a questão se devemos ou não mentir, mentir por si só é um ato que é visto de maneira errônea. Porém existem situações, onde mentir é vista como melhor opção em determinados momentos, mas devemos ter a visão de que esse ato terá uma consequência, principalmente quando se temos a premissa de que a verdade é válida universalmente.

            Pra Kant mentir não é algo permitido moralmente, mesmo que isso pareça necessário em determinada situação. A partir disso escolhemos a ética do dever, onde o homem não deve se levar por inclinações e sentimentos ou qualquer outra motivação que não o leve a ser moralmente correto.

Ética do dever:

           O imperativo categórico em Kant se dá de forma pura, e não depende do útil ou prejudicial, sendo uma escolha voluntária de forma racional, onde deve se superar os interesses e se impor a moral, o dever. A ética do dever se fundamenta na razão, essa por sua vez, pode ser universal, onde não se pode agir mediante as nossas emoções, desejos ou sentimentos, pois esses são de caráter íntimo, pessoal, deve se preocupar com a intenção do agir e não com as consequências. Uma ação, nesse contesto é certa quando realizada por um dever, isto é, o dever é agir sem inclinação, a intenção deve ser pura.

        Podemos dizer que só existe pureza em nossos atos se não buscarmos nenhuma satisfação ou interesse com eles isso é um modo de agir puro, por exemplo, se alguém de nós fizer uma doação para uma pessoa extremamente necessitada, doente, incapaz, etc., para nos sentirmos bem sentimentalmente, isso significa que temos interesses próprios, estamos buscando algo em troca, uma satisfação. Isso quer dizer que nosso modo de agir não é puro e ético. Segundo Kant a razão se liga com a boa vontade do agir, cruzando com a liberdade de escolha, a razão é a condição da própria vontade.

        A corrente universal sustentada no imperativo categórico mostra e nos faz afirmar que desde o princípio a ação deve ser correta e justa, e que, por exemplo, sacrificar a vida de um em benefício dos demais é restringir o direito à vida e a felicidade deste, sendo uma atitude errada e inaceitável. Matar é crime não importa a circunstância ou o local, não é uma ação moralmente aceita pela sociedade. No caso dos marinheiros, eles não pararam para raciocinar que não sabiam quanto tempo iria demorar o resgate, sendo assim, depois de sacrificar seu colega para servir de alimento, se ficassem por mais tempo presos em meio ao mar, teriam de sacrificar um a um, restando apenas aquele que fosse mais egoísta.

        Todos estão sujeitos a inclinações, porém, não podem se deixar levar por elas, a razão deve guiar as ações levando o ser humano a agir de maneira justa perante o corpo social, de maneira que todos estejam em acordo mútuo em relação o que é moralmente aceito, distinguindo o certo do errado. Portanto, a ética do dever é que deve ser seguida pela comunidade, porque tem como pressuposto o agir correto, coerente desde o início.

Ética da Utilidade:

        O utilitarismo busca promover a felicidade, não só individual, mas sim como um todo, ele buscar entender de alguma forma a natureza humana, para Stuart Mill uma ação é moralmente correta quando promove o bem estar, ou seja, é uma questão que se envolve a felicidade de todos, pois o homem é um ser que se socializa e é fundamental que se junte aos outros  e conheça seus interesses e aprimore os próprios.

        As ações são julgadas certas ou erradas em virtude de sua consequência, isto é, se considerarmos que o nosso agir tem uma intenção e uma consequência, o utilitarismo julga o agir como certo e errado através da consequência, ou seja, o fim a que chegou. Diferente de Kant que julga o agir por meio da intenção

        Segundo Mill, a quantidade da felicidade que será produzida é o que mais importa essa, por sua vez deve ser de modo imparcial, as ações corretas ou erradas terão consequências, o agir no utilitarismo é julgado pela consequência gerada, onde se é justificado apenas o fim, o que resultou, e induz que essa promoção da felicidade deve ser superior a situação, mas nem sempre a felicidade procurada tem caráter moral.

           Em torno da perspectiva universalista proposta por Kant, em que o homem deve agir pelo dever, ficando apto a não sofrer inclinações na hora da tomada de decisões. Por outro viés, a perspectiva do utilitarismo apregoa que os fins justificam os meios e que, portanto, o homem deve agir de tal modo que a sua ação atinja o maior número de indivíduos e os traga felicidade, mesmo que para isso, sacrifique a sua própria felicidade em determinadas ocasiões. No caso do dilema apresentado partindo da premissa em que, quatro marinheiros ficaram à deriva no mar e esgotando-se seus meios de sobrevivência naturais restou decidir entre sacrificar um deles ou arriscar a vida de todos à espera do resgate.

        A ética do dever pressupõe que a partir da preocupação existente em fundamentar nossas ações com mais análise e agindo com boa vontade, as consequências serão mais positivas, do que apenas agirmos visando à consequência, temos que nos deter no momento usar a razão no ato da situação, de modo que a escolha seja aceita por todos de maneira racional. Se olhar apenas para o lado da promoção da felicidade, o caminho para chegar a tal pode não ser visto como correto e não aceito moralmente, porque a promoção da felicidade no utilitarismo pode resultar em pessoas prejudicadas, mesmo que essa seja indagada na promoção como um todo.

        Nossas ações refletem na sociedade, e devemos buscar promover esse bem estar, as atitudes devem ser aceitas moralmente entre o grupo em que vivemos, essa ação deve ser de boa vontade de maneira que todos  sintam-se bem, não havendo prejudicados a partir de nossas escolhas.

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