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Fundamentos da Educação Musical em Schafer

Por:   •  3/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.314 Palavras (6 Páginas)  •  732 Visualizações

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INSTITUTO METODISTA IZABELA HENDRIX






Fundamentos da Educação Musical:
Raymond Murray Schafer







Flávia Cardoso Corrêa
Natália Gualberto
Paulo Sérgio Abreu
Thiago Augusto Guedes

André Luiz de Paula











Maio - 2015
Belo Horizonte - MG

Raymond Murray Schafer, nasceu em 18 de julho de 1933, alcançou repercussão internacional como compositor, educador, ecologista, estudioso, pedagogo musical, escritor e investigador do ambiente sonoro, além de artista plástico e cenógrafo. Schafer se dedicou não apenas ao universo da música mas ao universo sonoro em geral. Como pesquisador, estudou e desenvolveu pesquisas a respeito do ambiente sonoro incluindo a poluição sonora e o ruído ambiental. Montou o “The world Soundscape Project” que pode ser traduzido como Projeto de Paisagem Sonora Mundial para estudar a relação entre as pessoas e o ambiente acústico. Sua primeira experiência como educador foi em 1963-1965 como residente da Universidade Memorial e depois 1965-1975 na Universidade Simon Fraser. Seu envolvimento com a educação musical o levou a escrever suas principais obras que são: O compositor em sala de aula; Quando as palavras cantam; O rinoceronte em sala de aula; Afinação do mundo; O ouvido pensante e A educação sonora.

O AMBIENTE SONORO OU PAISAGEM SONORA

“Através da minha janela aberta, ouço o vento roçando as foçhas dos álamos.

Os filhotes de passarinho acabaram de sair de seus ninhos pois é julho, e o ar

está pleno de seu canto. Do lado de dentro, o refrigerador repentinamente faz

se presente, com seu penetrante queixume. Respiro profundamente, e então

continuo a baforar meu cachimbo, que produz pequenos ruídos explosivos

enquanto fumo. Minha caneta passeia suavemente por sobre o papel vazio; o

som se enrola irregularmente, entao estala quando pingo um “i”, ou encerro

uma frase.

Uma das principais vertentes do trabalho de Schafer está relacionada ao ambiente sonoro, ou à paisagem sonora em que vivemos. Ele propõe uma reflexão sobre os sons que ouvimos diariamente e os ruídos que nos passam despercebidos, pois aprendemos a ignora-los. Em seu trabalho como educador ele propõe a execução de exercícios de treinamento auditivo em relação aos sons do ambiente. As perguntas estão relacionadas em primeiro lugar à audição da paisagem sonora em que estamos inseridos e em segundo lugar sobre os julgamentos de valor como quais sons gostamos, quais são desnecessários, se os mais delicados estão sendo tragados pelos mais volumosos, etc.  Schafer diz que o ambiente sonoro de uma sociedade é uma importante fonte de informação, e que a importância desta reflexão para nós - principalmente músicos - está ligada ao fato de existirem evidencias recentes de que o homem moderno está ficando gradualmente surdo, devido à grande poluição sonora.

Paisagens sonoras são incrivelmente variáveis modificando-se com o período do dia, com a época do ano, o lugar, e a cultura. Em “A afinação do mundo”, Schafer discute toda a história do som em nossas vidas, descreve o método de transformar uma abordagem totalmente negativa sobre ruído em uma busca positiva de planejamento acústico. Para ele o projeto acústico da paisagem sonora não é planejado de cima ou de fora, mas sim, de dentro, através de um estímulo de um número cada vez maior de pessoas para que ouçam os sons a sua volta, com cada vez mais atenção crítica.

Ele diz: “Acredito que o caminho para melhorar a paisagem sonora é muito simples. Precisamos aprender a ouvir, esse parece ser um hábito que esquecemos.”  E cita também um projeto chamado “Limpeza dos ouvidos”, com alguns exercícios que foram utilizados em suas próprias experiências como educador, nos quais desenvolve estimulos à percepção auditiva, à imaginação, produção de sons diversos e o som dentro do contexto social.

LIMPEZA DE OUVIDOS

Em um curso de música experimental, Schafer realizou alguns exercícios com o intuito de “abrir ouvidos”, ou seja, ele procurava levar os alunos a notar sons que  nunca haviam notado, ouvir os sons do ambiente e o que eles propriós produziam. No seu livro “O ouvido pensante” ele usa como exemplo a figura de um cirurgião, que precisa lavar as mãos sempre, antes dos procedimentos cirúrgicos. Da mesma forma um músico deve limpar os ouvidos antes da prática ou da apreciação da música. Ele caracteriza ambos como sendo operações muito delicadas.

Os ouvidos estão sempre expostos e vulneráveis aos estímulos e sons que recebemos no dia a dia, ao contrário dos outros órgãos de sentido, os quais podemos controlar. Por isso, a importância de sua limpeza e educação. Com este experimento, Schafer nos concientiza de que fazer música perpassa as habilidades técnicas de ler partituras ou ser um bom instrumentista. Antes destas habilidades serem desenvolvidas é necessário educar os ouvidos através do processo de escuta e apreciação, pré-requisitos importantes na formação do músico, educador ou apreciador.

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