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Linguística antes de Ferdinand Saussure - um retorno histórico

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Por:   •  24/6/2014  •  Projeto de pesquisa  •  501 Palavras (3 Páginas)  •  477 Visualizações

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A Linguística Antes de Ferdinand Saussure – Uma Retomada Histórica

O estudo das línguas antes de Saussure tinha motivações externas à própria língua. O interesse pelos fatos da linguagem é muito antigo e data de séculos antes da publicação dos escritos de Saussure. Porém, eram realizados estudos assistemáticos e irregulares, de acordo com a necessidade de cada povo e de cada cultura.

A autora ressalta ainda que a tentativa de classificar cronologicamente esses estudos seria frustrada, pois eles foram realizados de forma independente e não podem ser relacionados historicamente uns com os outros. Deixa claro também que a tradição linguística desses povos desenvolveu-se e ainda se desenvolve paralelamente aos estudos linguísticos modernos. Entretanto, no plano temporal, apesar de alguns modos de pensamento e de análise da língua se desenvolverem de forma autônoma, outros estudos se apresentam de forma sucessiva e com algum efeito cumulativo ou cíclico.

Esses estudos são importantes porque se constituem numa preparação para aquilo em que a linguística se transformaria a partir de Saussure: uma ciência autônoma. Destacou-se que os hindus se ocupavam da descrição do sistema fonético e gramatical de sua língua com o objetivo de que seus textos sagrados não sofressem modificações ao serem entoados nos rituais religiosos. Já́ os gregos estudavam a linguagem com a intenção de estabelecer a língua dos clássicos e manter aquilo que consideravam como superioridade em relação aos outros povos, a sua cultura. Entre os gramáticos gregos a grande discussão era a de se a língua era um produto da natureza ou de uma convenção. Essa controvérsia persistiu e evoluiu para outra oposição: analogia e anomalia – embate que não foi resolvido por aqueles estudiosos. Entre os romanos o objetivo dos estudos da linguagem não eram outros senão a manutenção do latim diante das línguas dos povos por eles conquistados. Percebe-se que os romanos também se ocupavam da descrição da língua dos clássicos, em detrimento da língua efetivamente falada pelo povo. Na Idade Média, os estudos linguísticos objetivavam a evangelização tanto no que se referia à manutenção do latim como língua oficial da igreja, quanto à necessidade de comunicação entre os romanos e outros povos para que a fé́ cristã fosse difundida. Com a chamada Reforma Religiosa essa postura foi modificada e a língua estudada passa a ser aquela dos melhores escritores, dos clássicos. No século XVII, com o declínio do latim, cresce a atenção às línguas de outros povos, surgindo a comparação entre línguas. No século XIX é que o interesse pelas línguas vivas se estabelece mais efetivamente. Os estudos comparativos ganham novo fôlego com a descoberta do sânscrito e de suas semelhanças com outras línguas. Com esta retomada histórica, procurou-se destacar a contribuição do Curso de Linguística Geral, aos posteriores estudos acerca da linguagem, pois antes dele os estudos sobre os fenômenos linguísticos, mesmo tendo sua importância, sempre tiveram motivações externas à própria língua. Somente a partir de Ferdinand de Saussure é que a língua por si mesma passa a ser objeto de estudo de linguistas e de estudiosos da linguagem.

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