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Música e Educação

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Por:   •  10/11/2013  •  Tese  •  5.356 Palavras (22 Páginas)  •  326 Visualizações

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A Música e Educação

Acompanhar a história da música é o mesmo que acompanhar o desenvolvimento do ser humano na Terra: desde os tempos pré-históricos até hoje, a música está presente entre o homo sapiens. Na busca de uma “arqueologia musical”, podemos imaginar que, antes do aparecimento dos primeiros instrumentos, o já homem fazia a sua música, imitando os sons da natureza: gritos, sons corporais, batendo com paus, ramos, pedras, conchas. Quando o homem começou a produzir sons intencionalmente se iniciou a longa caminhada que chamamos “História da música”. Há diversos vestígios, especialmente entre as pinturas nas cavernas espalhadas pelas mais diferentes regiões do mundo, de que o homem pré-histórico, antes mesmo do período Neolítico, utilizava a música. Ela era utilizada basicamente nas cerimônias rituais: encorajamento para a caça, evocação das forças da natureza, culto aos mortos. No início, eram usados somente a voz e outros sons do corpo, mas, ao longo do tempo, o homem pré-histórico foi construindo instrumentos e com eles acompanhou essas músicas e danças para torná-las mais ricas e assim agradar aos deuses.

Essa “investigação” arqueológica sobre a relação do homem pré-histórico com a música apresenta muitas dificuldades. Contudo, uma boa maneira de tentar compreender como o homem desse período vivenciava a música é conhecer um pouco mais sobre a música indígena brasileira. Este grupo de nossa sociedade preserva uma rica cultura musical, correspondente ao período Neolítico da história humana. No capítulo sobre a “Breve História do Brasil Musical”, saberemos um pouco mais sobre como é a música indígena brasileira e será possível, então, fazer uma verdadeira “viagem no tempo” para compreender a relação do homem, em seu período tribal, com a música.

À medida que as sociedades humanas adquiriam uma organização mais complexa, também a música se tornava mais elaborada, com a criação de novos instrumentos. Na região da Mesopotâmia, onde viviam os sumérios, assírios e babilônios em 3.000 a.C, foram descobertas harpas de 3 a 20 cordas e cítaras. Também foram descobertas escritas para acompanhamento de harpa. No Egito, instrumentos de corda, harpas e cítaras eram artisticamente elaborados. Os egípcios faziam suas músicas para acompanhar cultos, momentos profanos e de trabalho. Na Grécia antiga, a música era a glorificação da vida e da natureza. Expressava um anseio constante pela perfeição, ritmos e harmonia, o apreço pelos valores espirituais e o culto da beleza ideal. Os gregos construíram teorias musicais mais elaboradas que qualquer outro povo na Antiguidade.

Pitágoras, um filósofo e pensador grego que viveu no século VI antes de Cristo, dizia que a música e a matemática eram as chaves para os segredos do mundo. Ele dizia que os planetas produziam diferentes tonalidades harmônicas e que o Universo cantava! Então, você pode imaginar como a música era importante para este povo, né? Os gregos ainda usavam as letras do seu alfabeto para representar as notas musicais, que eles dividiam em tetracordes – uma sucessão de quatro sons. Combinando esses tetracordes de várias maneiras, criaram um grupo de notas chamado ‘modos’. Os modos foram utilizados durante muito tempo na música ocidental, especialmente na Idade Média, e até hoje o conhecimento sobre os modos gregos é um grande auxílio aos músicos que querem aprimorar sua arte de improvisar sobre uma música. O povo mais diretamente influenciado pela teoria musical dos gregos foi o romano. Com a expansão do Império Romano por toda a Europa, quando a população romana no mundo aumentou de 1,5% para 25% de todos os habitantes do planeta, a teoria musical definida.

Pelos gregos se difundiu e se agregou a diversas culturas musicais. Foi essa unificação de culturas, iniciada com a expansão romana, que deu início à história musical do Ocidente. Nesse momento, assim como em vários outros, histórias mundial e musical andaram lado a lado. Outro fato histórico muito importante aconteceu logo após o período da expansão romana: o surgimento e crescimento do cristianismo. O cristianismo, assim como diversas outras religiões, utilizava a música em seus cultos. A igreja passou a ter um papel fundamental para o desenvolvimento e evolução da música, pois foram os monges que, nos mosteiros, continuaram a desenvolver a escrita e a teoria musical. Os cânticos nada mais eram do que uma melodia simples, com apenas uma linha melódica, que era tocada e cantada por todos os executantes e que seguia o ritmo das palavras.

Eram os cânticos litúrgicos vocais e de transmissão oral, que faziam parte do repertório mais usado na música da Idade Média. Sentindo necessidade de unificar e fortalecer o cristianismo, São Gregório Magno, monge beneditino eleito papa em 590 d.C., compilou e selecionou uma série de cânticos em uma coletânea denominada “Antifonário”. A essa forma de cantar deu-se o nome de ‘canto gregoriano’, que era basicamente uma forma de oração para demonstrar o amor a Deus. A música religiosa tocada na Idade Média possuía uma característica primordial, a monofonia, ou seja, havia apenas uma linha melódica cantada e tocada por todos os executantes. Como na Idade Média a Igreja Católica possuía uma enorme influência sobre toda a sociedade, essa era a doutrina musical que prevalecia. Assim, todas as músicas daquele tempo, sacras ou profanas, eram executadas na forma Monofônica a sensação de um turista que assiste a uma peça de teatro em uma língua diferente da sua é interessante: é possível perceber a intenção do gesto do ator, às vezes é possível até prever o que acontecerá depois, mas, sem o conhecimento da língua usada em cena, não se consegue entender as palavras trocadas entre os atores. quase sempre se perder a essência da peça assistida.

Na música também é assim. Como a música não é só técnica, mas também arte, todos podemos sentir, desde a infância, a emoção que uma música busca despertar. Mas, além de sentir a música, é possível também decifrar sua língua, compreendê-la, conhecê-la um pouco mais. E, assim como é possível aumentar o prazer da degustação quando reconhecemos um ingrediente raro em um prato que apreciamos, podemos aumentar ainda mais o prazer de ouvir uma bela música ao conhecer a linguagem utilizada.

Música Indígena

A mais antiga forma de expressão

A música é uma das expressões mais universais e antigas do homem. Esse conhecimento acerca da antiguidade e universalidade da música pode ser constatado no contato com os povos indígenas de todo o mundo. Não há povo indígena que não tenha a

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