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O rock e a moda: visual punk

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Por:   •  22/4/2013  •  Trabalho acadêmico  •  2.022 Palavras (9 Páginas)  •  707 Visualizações

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O ROCK E A MODA: VISUAL PUNK

MONALISA MOREIRA DA COSTA

RESUMO

No mundo todo podemos ver nas vitrines dos maiores shopping centers os elementos que um dia causaram repugnância e medo incorporados às imagens de beleza e de pertencimento: camisetas de banda rasgadas e puídas, calças jeans “detonadas” e lixadas e mesmo o piercing, que os punks traziam em seu visual de maneira grosseira, hoje estão bastante desenvolvidos em modelos e técnicas de aplicação. Quando o punk surgiu? Por que seus seguidores adotaram esse visual agressivo? Já era considerado moda? O que era protesto, hoje virou moda. O que era uma filosofia de vida, virou puramente estilo de se vestir.

PALAVRAS-CHAVE

Punk 1; Moda 2; Música 3; Rock 4.

1 PUNK ROCK

Punk rock é um movimento musical e cultural que surgiu em meados da década de 1970 e que tem como características principais músicas simples (que geralmente não passam de três acordes), rápidas e ruidosas, com canções que abordem ideias políticas anarquistas, niilistas e revolucionárias. De acordo com Legs McNeil e Gillian McGain, autores de Mate-me Por Favor (1997), “O punk se opõe a todo tipo de poder ou autoritarismo, tudo que oprime a liberdade de se expressar, por isso eles dedicam a sua vida na luta por uma nova sociedade livre de qualquer preconceito, exploração.” Também abordam em suas letras problemas sociais como o desemprego, a guerra, a violência e drogas; ou o contrário disto: temas como relacionamentos, diversão e sexo. O visual agressivo e rasgado, chocante, que foge dos padrões da moda e da sociabilização, a linguagem despudorada, a filosofia "faça-você-mesmo" (Do It Yourself em inglês, ou, numa sigla, DIY), a imagem "anti-ídolo" (inclusive sem ser obrigado a tocar corretamente seu instrumento) e atitudes destrutivas também são outras características do punk; embora nem todas as bandas sigam tal padrão. Se opôs, principalmente, aos excessos do rock progressivo, do fusion e do hard rock quando, em 1977, invadiu a Inglaterra via Estados Unidos. Segundo Craig O’Hara, no livro A Filosofia do Punk (1992):

“O punk é uma formidável voz da oposição: Nós criamos nossa própria música,nosso próprio estilo de vida,nossa própria comunidade e nossa própria cultura... Estamos construindo um movimento baseado no amor,agindo na esperança de que algum dia a paz possa ser finalmente alcançada.Podemos tropeçar em nossos esforços,mas lutaremos para prosseguir adiante. A liberdade é algo que podemos criar todo dia; cabe a todos nós fazer com que isso aconteça.” (Craig O’Hara, 1992)

O movimento punk no Brasil surgiu no final da década de 1970. O precursor foi o guitarrista Douglas Viscaino, que fundou a banda Restos de Nada, primeira banda punk brasileira em meados de 1978. Nessa época surgiu uma legião de bandas com o mesmo molde que juntas formaram o movimento punk. Entre elas as bandas: AI-5, Condutores de Cadáver, Cólera, banda liderada pelo músico Redson Pozzi na cidade de São Paulo, Aborto Elétrico em Brasília. CJ Ramone, ex-baixista do Ramones, em entrevista para a revista Rolling Stone (2010) diz que “Desde que essa onda emo tomou conta, parei de buscar por novas bandas, porque era inacreditavelmente frustrante. Via uma foto de um grupo que parecia punk, se vestia como punk, e quando ia ouvir, pensava: 'Jesus Cristo, é emo!”.

Desde 1976 e 1977, alguns roqueiros "mais antenados" já ouviam e tinham acesso aos discos dos Ramones, Sex Pistols, Clash e Stranglers, e também das bandas pré-punk como o MC5 e os Stooges. Porém foi só em 1978 que começaram a surgir bandas e gangues punks no Brasil. Os primeiros shows punks iriam ocorrer apenas em 1979. Originalmente, fãs de punk rock vestiam-se como greasers dos anos 1950 e 1960, sobretudo nos Estados Unidos, ou de forma semelhante aos fãs de Glam Rock, estilo musical em voga na Inglaterra no começo dos anos 1970. O punk teve seu primeiro estilo próprio difundido com a estilista Vivienne Westwood, dona da loja de roupas Sex que abasteceu as primeiras bandas punks na Inglaterra. Podemos então dizer que existe uma moda chamada punk?

2 A MODA PUNK

O estilo punk pode ser reconhecido pela combinação de alguns elementos considerados típicos: alfinetes, patches, lenços no pescoço ou à mostra no bolso traseiro da calça, calças jeans rasgadas, calças pretas justas, bondage pants, bottons de bandas punk e de protesto, jaquetas de couro com rebites e mensagens inscritas nas costas, coturnos, tênis converse, correntes, corte de cabelo moicano, (colorido ou espetado, etc), sendo esta combinação aleatória ou de acordo com combinações comuns à certos subgêneros punk, ou ainda o reconhecimento pode ser pelo uso de uma aparência que seja desleixada, "artesanalmente" adaptada e que carregue alguma sugestão ou similaridade com o punk sem necessariamente utilizar os itens tradicionais do estilo. A moda punk, em sua maioria, é deliberadamente contrastante com a moda vigente e por vezes apresenta elementos contestadores ou ofensivos aos valores aceitos socialmente - no entanto um número considerável de punks e alguns subgêneros apresentam uma aparência menos chamativa (por exemplo, o estilo tradicional hardcore). Há também indivíduos intimamente ligados a esta cultura que não têm nenhum interesse ou deliberadamente se recusam a desenvolver uma aparência punk, em geral motivados pelas diversas críticas que a moda punk recebeu durante sua história. Craig O’Hara, em A Filosofia do Punk (1992) diz que “Queiramos ou não, punk é um rótulo, que pode ser aceito com orgulho pelo próprio ou dito com o maior escárnio, arrogância e menosprezo por alguns que não vêem realmente a realidade que levou a este tipo de atitude.” As variações dos elementos das roupas punk e o surgimento de ramificações de estilo estão associados, na maioria dos casos, ao surgimento de novos subgêneros musicais, influências ideológicas e de elementos de outras culturas que em determinados momentos dividiam o mesmo espaço com o punk.

Enquanto o estilo punk, desligado de um movimento, costuma utilizar com liberdade os elementos, combinando peças intuitivamente e utilizando outros itens que não fazem parte do estilo clássico, os membros dos diversos grupos do movimento punk consideram fundamental algumas combinações tradicionais de elementos, uma vez que elas identificam o grupo (e consequentemente a ideologia) específico que o indivíduo pertence. O livro Não Devemos Nada a Você (2010), conta um pouco sobre isso:

“Como já foi dito, não há uma cartilha ou

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