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Resumo "O Que é Mito"

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Por:   •  14/11/2014  •  1.356 Palavras (6 Páginas)  •  574 Visualizações

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Cap. 2 - O mito hoje

O mito é uma fala.

Não uma fala qualquer, são necessárias condições especiais para que a linguagem se transforme em mito. O mito é um sistema de comunicação, uma mensagem. Não sendo objeto, conceito ou idéia.

O mito é um modo de significação, uma forma. Ele não se define pelo objeto de sua mensagem, mas pela maneira como o profere: o mito tem limites, formas, contudo, não substanciais.

Pode-se conceber que haja mitos antiguíssimos, mas não eternos, pois é a história que transforma o real em discurso, é ela e só ela que comanda a vida e a morte da linguagem mítica. O mito é uma fala escolhida pela história. Essa fala é uma mensagem que pode ser oral, escrita ou representações.

Todas as matérias-primas do mito pressupõe uma consciência significante. A linguagem, o discurso, a fala, são toda a unidade, ou toda síntese significativa, quer seja verbal, quer seja visual.

O mito como sistema semiológico

A semiologia é uma ciência das formas, visto que estuda as significações, independentemente de seu conteúdo. A mitologia faz parte simultaneamente da semiologia, como ciência formal, e da ideologia, como ciência histórica: ela estuda ideias-em-forma.

Na semiologia temos o significante, o significado e o signo. Este é o total associativo dos dois primeiros termos. O significante é vazio, e o signo é pleno, é um sentido. Para

Saussure, o significado é o conceito, o significante é a imagem acústica, e a relação entre o conceito e a imagem é o signo, entidade concreta.

O sonho, para Freud, não é o seu conteúdo manifesto, nem o seu conteúdo latente, mas sim a ligação funcional de ambos os termos. Na crítica Sartriana finalmente, o significado é constituído pela crise original do sujeito, a literatura como discurso e a relação da crise com o discurso, define a obra, que é uma significação.

A semiologia só pode comportar uma unidade no nível das formas, e não dos conteúdos, o seu campo é limitado, tem por objeto apenas a linguagem e só conhece uma operação: a leitura e o deciframento.

No mito, pode-se encontrar o esquema tridimensional: o significante, o significado e o signo. Mas o mito é um sistema particular, visto que ele se constrói a partir de uma cadeia semiológica que já existe antes dele: é um sistema semiológico segundo. O que é signo (totalidade associativa de um conceito e de uma imagem), no primeiro sistema, transforma-se num simples significado no segundo.

É necessário recordar que as matérias-primas da fala mítica (língua, fotografia, pintura, cartaz, rito, objeto...), por mais diferentes que sejam inicialmente, desde o momento que são captadas pelo mito, reduzem-se a uma pura função significante: o mito vê nelas apenas uma matéria-prima, a sua unidade provém do

fato de serem todas reduzidas ao simples estatuto de linguagem. O mito considera uma totalidade de signos, um signo global, o termo final de uma primeira cadeia semiológica. Tudo se passa como se o mito deslocasse de um nível o sistema formal das primeiras significações.

No mito, existem dois sistemas semiológicos, um deles deslocado em relação ao outro: um sistema lingüístico, a língua, que Barthes chama de linguagem-objeto, porque é a linguagem de que o mito se serve para construir seu próprio sistema; e o próprio mito, que Barthes chama de metalinguagem, porque ú uma segunda língua, na qual se fala da primeira.

O semiólogo deve tratar do mesmo modo a escrita e a imagem porque o que ele retém delas é que ambas são signos e chegam ao limiar do mito dotadas da mesma função significante, tanto uma como a outra constituem uma linguagem-objeto.

O significante pode ser encarado, no mito, sob dois pontos de vista: como termo final do sistema liguístico ou como termo inicial do sistema mítico. No plano da língua, Barthes chama o significante de sentido, no plano do mito, o chama de forma, e significado continua chamando-o de conceito. O autor chama o terceiro termo do mito (signo) de significações, esta palavra cai aqui como uma luva, segundo o autor, porque o mito tem efetivamente uma dupla função: designa e notifica, faz compreender e impõe.

A forma e o

conceito

O significante do mito se apresenta de uma maneira ambígua: é simultaneamente sentido e forma, pleno de um lado, vazio de outro. O sentido do mito tem um valor próprio e faz parte de uma história: no sentido, já está constituída uma significação, que poderia facilmente bastar-se a si própria se o mito não a tomasse por sua conta e não a transformasse subitamente numa forma vazia, parasitária. O sentido já está completo, postula um saber, um passado, uma memória, uma ordem comparativa dos fatos.

O ponto capital é que a forma não suprima o sentido, apenas o empobrece, afasta-o, conservando-o a sua disposição. Cremos que o sentido vai morrer, mas é uma morte prorrogada: o sentido perde o seu valor, mas conserva a vida, que vai alimentar a forma do mito. O sentido passa a ser para a forma como que uma reserva instantânea de história.

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