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Uma felicidade simplista

Por:   •  4/3/2016  •  Dissertação  •  514 Palavras (3 Páginas)  •  321 Visualizações

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Da terra molhada para a terra gelada. Não mais de água, irrigada, proposital; mas de mar, grande e imenso. A paisagem transmutada, da fazenda e seus campos vastos com verduras e legumes diversos. Da família que trabalhava, sempre sorridente, numa cantoria conjunta para alegrar o trabalho duro. Sempre adorei correr por aqueles campos, por entre folhas, por entre os frutos da terra. Esconder-me em meio ao milharal se tornou quase que um ritual diário, regado de muita reclamação posterior quanto a coceira que aquelas folhas causavam sobre a minha pele. Mas eu adorava! Adorava me jogar na terra e ali deitar. Observar as formigas, as minhocas e a grama. Brinca com ela, com os dedos, com as mãos e sentir a areia grudando embaixo das unhas, antes de um bom banho.

Uma felicidade simplista.

Mas naquele dia, em especial, decidi buscar o diferente. Em um outro meio, em uma outra forma, totalmente atípica. <i>A praia.</i> Que eu costumava visitar pouquíssimas vezes e que nunca me apeteceu de forma tão profunda. Contudo, diante daquilo que se mostrava em meus olhos, no resplendor do sol que batia contra as marés e brisa soprando contra os cabelos, me permiti viajar. Navegando nos pensamentos, nos devaneios, nas firulas e preocupações. De um garoto de pouca idade, que não tem muito o que se preocupar na vida a não ser se tornar alguém digno, alguém justo, alguém de futuro. E talvez seja exatamente essa a minha preocupação, tão inóspita e tão hostil, que atinge a alma e a mente quase que de forma crítica.

<i>Me permiti navegar.</i>

Em águas desconhecidas. Enquanto na boca sibilava algum cântico qualquer, uma melodia inventada, para tentar alegrar o rosto fixado. Enquanto aqueles que me cuidavam pareciam não se importar com meu passeio, cientes da segurança e confiança regadas a mim. Era só uma volta, em frente ao mar, buscando por necessidade sair da rotina tão ferrenha e encontrar no mar aquela serenidade inegável. De águas cristalinas e maré branda. Sentado sobre a areia, tão próximo da beira, molhando o corpo a cada onda mais forte, mais furtiva. Sujo de areia e sem me importar muito com isso, sorrindo ao contemplar a água passeando sobre meu corpo como se lavasse, não somente a pele, como também a alma.

Isso até sentir uma proximidade. Da sombra que se projetava no chão, próxima, de um alguém desconhecido. E sua voz rapidamente me chamando atenção, forçando meu rosto a virar-se e encarar seu rosto. <b>- Oi!</b> - Respondi no automático, projetando aquele sorriso largo e radiante que eu simplesmente não conseguia controlar, enquanto o observava com atenção. Parecia ter minha idade, pouco mais ou pouco menos e não era alguém que eu estava acostumado a encontrar por Lannick. Turista? <b>- Prazer! Me chamo Bjørn. É... É estranho, eu sei. </b>- Torci os lábios, prevendo o que ele poderia falar sobre o meu nome, exatamente o que todo mundo costumava falar quando me apresentava. E embora seja realmente diferente, não poderia deixar de amá-lo.

Sua dúvida seguinte me fez confirmar as suposições. Realmente não era dali e estava perdido,

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