Atividade Referente a Texto
Por: lararegesmartins • 1/11/2025 • Trabalho acadêmico • 653 Palavras (3 Páginas) • 12 Visualizações
Universidade de Brasília[pic 1]
Instituto de Ciências Sociais Departamento de Sociologia
2025/02
SOL0042 – Introdução à Sociologia
(Terças e quintas-feiras – 14:00 às 15:40 h)
Prof. Edson Farias
Exercício de fixação de leitura I
Texto de referência:
RODRIGUES, Carla. Notas sobre o tempo e o luto no mundo pós-covid. O que nos faz pensar, v. 31, n. 52, p. 7-22, 2023.
- No desenvolvimento do seu argumento, a autora do texto articula a instauração do período pós-pandêmico da Covid às permanências e rupturas, em especial aquelas ocorridas no mundo das relações de trabalho para refletir sobre luto e esperança. Sintetize o trajeto da argumentação.
 
A partir do conceito de “novo tempo do mundo” de Paulo Arantes, a autora inicia sua argumentação dizendo que vivemos o “tempo do fim”, ou seja, as perspectivas de futuro que nós humanos temos estão limitadas e cada vez menores e a pandemia do coronavírus apenas intensificou esse sintomas de fim do mundo, de certa forma meio apocalípticos. Vale fazer, também, uma reflexão: O mundo só existe porque nós estamos nele? Somos nós que damos sentido ao mundo? Aliás, o termo “pós-covid” denota duas dimensõe: a continuidade de certos padrões e a transformação advinda da pandemia no meio social.
O termo usado para abordar essa ideia central de permanência e ruptura é o capitalismo de plataforma, conceito importado de Srniceck, sendo este um conjunto de novos modos da exploração econômica e que se adaptam a essa tal realidade vigente – demonstrando assim a plasticidade do capitalismo. Essas formas de exploração se ligam, hoje, ao desevolvimento tecnológico, como por exemplo os serviços de aplicativo como Ifood, Uber e Airbnb que contribuiram para essa transformação de como os seres humanos habitam suas cidades e se relacionam e a própria flexibilização das leis de trabalho, implicada pela falsa autonomia dos “prestadores de serviço” desses apps.
No texto, Carla recorre a teses de Agamben para discorrer sobre a indissociabilidade da conexão digital com o meio social (aqueles que não participam dessa rede, vivem à margem da sociedade) e aponta, com base em Jonathan Crary, a respeito do papel da Internet na destruição do planeta. É entendido que na visão do teórico, no período da contemporainedade o desenvolvimento científico não está alinhado com as necessidades humanas e se faz uma reflexão sobre os aparelhos celulares. Serão eles um sinal de progresso ou retrocesso na vida humana? Destacam-se as consequências socioeconômicas e ambientais e as mudanças na sociabilidade motivadas pelos celulares.
A autora também aborda o plano das subjetividades e articula as ideias de Achille Mbembe, que vê na atual fase do capitalismo a reprodução de lógicas coloniais e escravistas, e mostra como emerge o sujeito “empreendedor de si mesmo”, responsabilizado individualmente por sua sobrevivência. Judith Butler é outro pensador citado por Carla, com ele é trazido a concepção de que o luto e a precariedade revelam nossa interdependência e que, segundo a autora do artigo: “Butler se junta a autores e autoras empenhados na tentativa de recuperar a nossa capacidade de imaginação de outros mundos”. A conexão entre Mbembe e Butler é feita pois na visão de Rodrigues, a vulnerabilidade material evidenciada na covid-19 é acompanhada de uma fragilidade subjetiva.
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