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A IMPORTÂNCIA DOS AUTORES CLÁSSICOS PARA A SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA

Por:   •  14/8/2019  •  Ensaio  •  2.566 Palavras (11 Páginas)  •  172 Visualizações

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A IMPORTÂNCIA DOS AUTORES CLÁSSICOS PARA A SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA

Autor : Luis Alberto Pereira Fernando

INTRODUÇÃO

O propósito deste ensaio é mostrar a importância dos autores clássicos para a Sociologia Contemporânea. Este ensaio é parte de uma análise da interpretação do texto de ALEXSANDER, Jeffrey C. A Importância dos Clássicos. IN: GIDDENS, Anthony; TURNER, Jonathan. Teoria Social Hoje, que tem como objectivo discutir e analisar a importância dos autores clássicos para a Sociologia contemporânea.

Com base na leitura da obra acima citada, o ensaio mostrará aquilo que serão os postulados entre os contra e os prós dos clássicos das ciências sociais, onde a Sociologia esta inserida. No final de cada debate em função da temática, o autor apresentara o seu posicionamento que constantemente irá incidir na valorização da importância dos clássicos.

A IMPORTÂNCIA DOS AUTORES CLÁSSICOS PARA A SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA

Neste ensaio, o autor enfatiza a importância dos autores clássicos para a Sociologia Contemporânea.

São vários questionamentos que diversos autores vêm colocando sobre a importância dos clássicos, como por exemplo, a relação existente entre as ciências sociais e os clássicos; porque as ciências sociais precisam recorrer a textos escritos do passado? Outros vão mais a fundo, salientando que, o que quer que fosse relevante em tais textos dos clássicos, já deveria ter sido incorporado à teoria contemporânea ou refutada e lançada à lata de lixo. Enfim, recentemente surgiu um argumento contra a aplicação de preocupações contemporâneas à considerações dos textos clássicos. (ALEXSANDER,1999: 23)

Os positivistas radicais são contra a aproximação dos textos clássicos com a ciência social contemporânea. Desta feita, consideram os textos clássicos como históricos, o que difere com a finalidade das ciências sociais contemporâneas.

Antes de responder aos questionamentos acima descritos, urge a necessidade de contextualizar alguns termos neste ensaio. Pode-se entender como ciências sociais o conjunto de ramos de saber específicos, por exemplo, Antropologia, Sociologia, que buscam estudar os aspectos sociais e compreender as diferenças da realidade humana, buscam a compreensão da vida social do indivíduo enquanto participante de grupos humanos, para que se possa entender as diferentes realidades com os quais convivemos.

Durkheim apud Quintaneiro et al. (1995: 16), “via na ciência social uma expressão de consciência racional das sociedades modernas, mais não excluía o diálogo com a História, a Economia e a Psicologia, embora aponta-se os limites de cada uma dessas disciplinas na explicação dos factos sociais”.

Considera-se um clássico, o resultado do primitivo esforço da exploração humana que goza de status privilegiado em face da exploração contemporânea no mesmo campo. As obras e ensinamentos dos clássicos constituem uma referência contemporânea pois, nelas se estabelece os critérios básicos em seu campo de especialidade. É neste contexto que, os pesquisadores contemporâneos das ciências sociais procuram reinterpretar as obras dos clássicos, uma vez constituírem ferramentas de aprendizagem e pesquisa nos dias actuais. Por exemplo, com a evolução das sociedades actuais e seus diversificados fenómenos religiosos, os cientistas sociais sentem-se convidados a revisitar o que os clássicos como Emile Durkheim , Karl Marx e Max Weber diziam. Segundo Hervieu-Léger e Willaime (2009:13), salientam que, “essa retomada critica da trajectória chamada de secularização não invalida as análises clássicas: ao contrário, ela convida a relê-las de outro modo, delas fazendo surgir novas potencialidades”.

A busca ininterrupta dos clássicos, permite a união das ciências sociais diante da sua pluralidade teórica.

Enfim, os textos dos clássicos das ciências sociais constituem uma ferramenta importante de aprendizagem, na medida em que apresentam a génese de estudos dos indivíduos no contexto social.

O desafio do empirismo à importância dos clássicos

É obvio que o desafio contra a importância dos clássicos por parte das ciências sociais é a ausência de clássicos nas ciências naturais.

Whithead apud Alexsander (Op.cit. 25) escreveu “uma ciência hesitante quanto a esquecer seus fundadores é uma ciência perdida”.

Para os positivistas, a longo prazo, a ciência social terá de ignorar os clássicos, devendo atenção a eles ser limitada a curto prazo. Os positivistas pretendem aniquilar os clássicos pela mera informação empírica. Neste contexto, ainda afirmam que, a teoria científica é sistemática porque procura testar as leis explicativas por meio de processos experimentais e acumula, assim, conhecimentos verdadeiros. Como a acumulação ocorre, não existe a necessidade de textos clássicos. Merton apud Alexsander (ibidem. 26), afirma que, “o teste mais rigoroso do conhecimento verdadeiramente cumulativo […] é que as mentes comuns podem resolver problemas, hoje, que os grandes cérebros antes sequer conseguiam começar a resolver”.

Os positivistas ainda afirmam que, a investigação de personalidades antigas representa uma actividade histórica que nada tem a ver com o trabalho científico: é tarefa dos historiadores e não para cientistas sociais. Desta feita, a exegese e o comentário não deveriam fazer parte da ciência social.

Neste contexto, fica claro que, Merton, equipara a ciência social como uma ciência natural e que a ausência dos clássicos demonstraria o puro empirismo. Ao que parece, Merton apud Alexsander (ibidem: 26) terá ignorado que as teorias sociológicas dos clássicos como Durkheim, Marx e Weber ainda constituem fontes de consulta para a Sociologia Contemporânea.

Ao se desfazer a tentativa de fundir a sistemática e a História, caberia a História tratar os textos antigos, isto é, clássicos, como documentos históricos e não como fontes de informação não-recolhida, sem exegese, pois cabe ao historiador estudar o ambiente das ideias e não as ideias.

Merton apud Alexsander (ibidem: 28), ao pretender repelir a fusão da ciência com a História, ele baseia-se na exigência de uma Sociologia Cientifica e de uma História Cientifica.

É

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