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A Psicologia Social em Ciências Sociais

Por:   •  9/10/2018  •  Resenha  •  1.260 Palavras (6 Páginas)  •  85 Visualizações

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Considerar o campo desta maneira implica fazer uma escolha sobre a delimitação do

objeto, das vertentes psicológicas que serão priorizadas. De saída, pretendemos estudar o

envolvimento teórico-prático de uma linha da psicologia com a transformação social, bem

como o impacto destas formulações nas organizações e nas lutas sociais. Fizemos a opção por

estudar uma psicologia do maior centro de produção da disciplina – por seu impacto mundial

–, mas ao mesmo tempo, uma psicologia, em algum nível, engajada na transformação das

relações de dominação. Portanto, esta não será uma psicologia hegemônica, mas uma

psicologia que estará participando de uma luta social a partir do centro imperialista, servindo

de esteio teórico à formulação de rumos de modificação, mas compartilhando algumas das

principais diretrizes do pensamento hegemônico. Por estes motivos elencamos a psicologia

Funcionalista, principalmente a partir das formulações de John Dewey. A tentativa será a de

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demonstrar os princípios da obra deste autor, que não se limita ao campo da psicologia, mas

trabalha de forma orgânica em outras áreas do conhecimento, como a pedagogia, a filosofia e

a política. Este autor não é indiferente ao desenvolvimento histórico da sociedade moderna.

Pelo contrário, procura fazer uma leitura sistemática da realidade para apontar as contradições

sociais crescentes, além de propor um modelo de intervenção para superar os problemas e

conduzir a sociedade a uma conformação mais justa. É interessante marcar que o período em

que se situa a obra de Dewey corresponde ao momento de individualização do fenômeno

psicológico – sobre o qual o autor se pronuncia inequivocamente – além de compreender

alguns dos eventos mais marcantes da vida política e econômica estadunidense e mundial.

Não é nossa intenção aqui equacionar direta e inevitavelmente o desenvolvimento

das abordagens psicológicas com a progressão do domínio econômico-político, como se elas

estivessem a pleno serviço desta ordem. Pelo contrário, nos cabe apontar que em

determinados momentos há um teor oposicionista destas concepções psicológicas. Não são

abordagens que se colam diretamente aos ideais liberais mais conservadores. Mas, apesar

disso, mesmo sua posição contrária traz consigo os horizontes da intervenção. Podemos

apontar de forma preliminar que a posição política que prevalece nas concepções de Dewey é

a social liberal e próxima à da social-democracia. Não que ele pusesse uma sociedade

socialista ou comunista em seu horizonte longínquo, mas ele busca uma utopia democrática

liberal a ser alcançada progressivamente e, quando realizada, permitiria ao indivíduo uma

“segurança material” que permitiria a plena expressão dos caracteres individuais. A liberdade

não é algo que a sociedade moderna tenha alcançado definitivamente, mas algo que se

atualiza constantemente e que progressivamente alcança patamares superiores.

Substancialmente, Dewey fará uma contraposição às concepções liberais clássicas que viam o

indivíduo em sua abstração e afastado das determinações oriundas de suas relações sociais.

Contra o Estado como mero garantidor das condições mínimas de empreendimento, Dewey

defende que o Estado deve intervir, por meio de seus representantes, como provedor de

algumas condições para que as liberdades individuais sejam de fato – e não apenas

formalmente – asseguradas.

As concepções psicológicas podem não se aproximar inevitavelmente das questões

políticas, econômicas e sociais, mas em alguns momentos, como na filosofia pragmatista e na

psicologia funcionalista há indícios de que isto está a ocorrer. Estas duas concepções – a

científica, psicológica, e a filosófica – representam, neste momento, uma tentativa de

ultrapassar os referenciais mentalistas e atomistas próprios da psicologia wundtiana e,

principalmente, da estruturalista. Nesta tentativa, ao enfatizar a noção de conduta, apontam

para um afastamento dos conteúdos mentais, na medida em que as crenças não são tomadas

como conteúdos, mas como regras para a ação. Estas fazem sentido na medida em que

fortalecem uma conduta – aspecto exterior – e não na medida em que tem uma existência

mental intrínseca. Neste sentido, o modelo Funcionalista seria um intermediário entre a vida

psíquica definida por seus elementos – o modelo estruturalista – e o objeto psicológico

tomado como pura externalidade – a via behaviorista, num total rechaço à vida mental, em

qualquer uma de suas manifestações.

O pragmatismo, tal como formulado por James (2006) propõe uma crítica ácida ao

racionalismo, à doutrina da preponderância da capacidade racional sobre a atividade geradora

de efeitos benéficos imediatos. É importante aproximar este movimento nas concepções

filosóficas

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