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A Saúde do Trabalhador

Por:   •  30/5/2019  •  Trabalho acadêmico  •  2.162 Palavras (9 Páginas)  •  161 Visualizações

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TRABALHO E SAÚDE: DISCUTINDO A SAÚDE DO TRABALHADOR

Para compreendermos o desenvolvimento da saúde do trabalhador, faz-se necessário primeiramente entender a categoria trabalho e suas respectivas mudanças que influenciam diretamente na saúde do trabalhador.

O trabalho sempre esteve presente na vida em sociedade e desde a Antiguidade até os dias atuais suas características são determinadas e relacionadas de acordo com a conjuntura a qual a sociedade se encontra, dessa forma sabendo que a sociedade é dinâmica e vive em constantes mudanças que alteram suas características, o trabalho também sofre alterações, tanto positivas como negativas.

Segundo Marx (1983, apud LESSA, 2011), o trabalho é um processo entre o homem e a natureza, processo este, que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a natureza. Diante disso, percebe-se que o homem, ao se defrontar com a natureza, tem potencial para modificá-la, pois através desse processo irá objetivar algo capaz de suprir suas necessidades, e ao mesmo tempo se alto construir.

[...] Ele põe, em movimento as forças naturais pertencentes à sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mão, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. Ao atuar por meio desse movimento, sobre a Natureza externa a ele ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza [...] (MARX, 1983, p. 149- 150 apud LESSA, 2011).

Portanto, desde as primeiras civilizações até os dias atuais, o trabalho possui características próprias de cada período histórico, em seu sentido negativo Kurz (1997, p.3 apud WOLECK, 2000), contextualiza que:

Na Antiguidade, o trabalho era entendido como a atividade dos que haviam perdido a liberdade. O seu significado confundia-se com o de sofrimento ou infortúnio. O homem, no exercício do trabalho, sofre ao vacilar sob um fardo. O fardo pode ser invisível, pois, na verdade, é o fardo social da falta de independência e de liberdade (KURZ, 1997, p.3, apud WOLECK, 2000).

Compreende-se assim, que o trabalho em seu contexto histórico, mesmo sendo uma categoria contributiva para formação do ser humano enquanto ser social sofreu diversas alterações que a direcionaram a um significado de tortura e castigos, , originando em diversos problemas a classe trabalhadora.

Dessa forma as mudanças vão surgindo, a partir da necessidade de se encontrar um novo meio para atender o novo mercado, essas transformações se tornam mais evidentes na ascensão do Capitalismo, que trouxe consigo novas ideias, objetivos e exigências para alcançar seu principal objetivo, sendo este, o lucro, um exemplo claro disso foi a Revolução Industrial no século XVIII, que culminou em diversas mudanças em relação ao trabalho.

Segundo Martinelli (2009) com o passar do tempo, o trabalho teve algumas modificações, tornando-se alvo de comercialização da mão de obra, associada ao intenso desenvolvimento do capitalismo em sua fase mercantil e a criação de uma força de trabalho assalariada e destituída de meios de produção.na qual o trabalhador foi sendo submetido ao trabalho assalariado, condição indispensável para prover sua subsistência familiar.

Percebe-se que, com as transformações na sociedade, e principalmente com o novo modo de produção vigente, o trabalho sofre alterações, ou seja, modifica-se, pois antes o trabalho significava dignidade e passa a se tornar mercadoria, visando o lucro do capital, dessa forma, o homem não reconhece mais no trabalho uma forma de atender suas necessidades, e sim uma questão de sobrevivência, transformando-se em um trabalho alienado. Para Marx

(...) a alienação não é puramente teórica, porque se manifesta na vida real quando o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu. Isso ocorre porque na economia capitalista prevalece a lógica do mercado, em que tudo tem um preço, ou seja, ao vender sua força de trabalho mediante salário, o operário também se transforma em mercadoria (ARANHA e MARTINS, 2009, p. 70).

Em vista de tais transformações, o ser humano por meio do trabalho adquire características totalmente opostas ao que era, perdendo totalmente o significado de formação do ser social através do trabalho, atendendo agora as demandas da lógica capitalista predominante na sociedade, tornando-se mercadoria desta.

Diante desse contexto percebe-se que o trabalhador cada vez mais é afetado com mudanças que influenciam em sua vida; socialmente, economicamente e politicamente.

O capitalismo à medida que surgem obstáculos que o ameaçam a alcançarem o lucro, procura sempre se reestruturar, buscando uma saída para tal situação, com mudanças que causam impactos diretamente na vida dos trabalhadores que acabam se tornando os mais afetados, pois se tornam explorados, submetendo-se a diversas tarefas que resultam em um esgotamento físico e mental.

Dessa forma, compreende-se que as mudanças significativas que causaram e causam impactos no mundo do trabalho estão relacionadas à reestruturação produtiva do capital, percebe-se ainda que as transformações ocorridas na sociedade e no mundo do trabalho, não foram mudanças que contribuíram para melhoria dos trabalhadores, pois, no decorrer do tempo tornaram o trabalho precarizado, submetendo o trabalhador a condições insalubres e como consequência acabam comprometendo e causando diversos desgastes a sua saúde.

4. saúde do trabalhador

A preocupação em relação à saúde do trabalhador está diretamente relacionada às mudanças ocorridas no mundo do trabalho, pois a saúde dos trabalhadores passou a ficar fragilizada influenciada pelo desenvolvimento do Sistema Capitalista. Dessa forma, ações foram desenvolvidas para minimizar essas situações, como a medicina do trabalho, que surge como resposta as reivindicações dos movimentos operários em busca de melhorias no ambiente de trabalho.

De acordo com Nardi (1997), esta surge a partir da necessidade da intervenção do Estado nas relações de capital-trabalho e regulamentação dos ambientes laborais. Observa-se que a medicina do trabalho surge como preocupação voltada as situações que poderiam ocasionar algum dano que interferisse no resultado do trabalho e não havia de fato uma real preocupação com a saúde dos trabalhadores.

No período de guerra e pós-guerra surge um novo termo em relação ao trato da saúde do trabalhador, este diz respeito ao termo Saúde Ocupacional. Segundo Mendes e Dias (1991), esse período é marcado pela preocupação dos empregadores e companhias de seguro, devido as grandes perdas de vida e sequelas provocadas por acidentes e doenças causadas pelo trabalho.

A Saúde Ocupacional

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