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A Teoria e Método em Sociologia

Por:   •  21/9/2021  •  Trabalho acadêmico  •  10.848 Palavras (44 Páginas)  •  213 Visualizações

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PATRÍCIA DE ALMEIDA DE PAULA

Avaliação: Teoria e Método em Sociologia

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-Londrina-

2015

AVALIAÇÃO 1: TEORIA E MÉTODO EM SOCIOLOGIA

Tendo em vista os textos de Simmel, Willian Thomas, Coulon e Parsons responda:

  1. A questão epistemológica se coloca de que maneira em suas discussões?
  2. Discuta três conceitos chaves de suas propostas.
  3. Formule um objeto de pesquisa possível para cada autor.
  4. Indique como realizar esta pesquisa e seus procedimentos, tendo em vista estes objetos como norte.

RESPOSTA: autor Georg Simmel.

Georg Simmel nos apresenta uma discussão sobre algumas questões fundamentais da Sociologia nesta demonstra, sobretudo, uma preocupação com a legitimidade da sociologia enquanto ciência, debate que faz parte do que se considera a construção da teoria e do método no campo sociológico.

Tendo em vista, seu texto “Questões fundamentais de Sociologia”, especialmente atentando-se ao primeiro capítulo o qual intitula-se “O âmbito da sociologia”, podemos ter contato com algumas de suas reflexões acerca do caráter epistemológico da mesma.

A discussão de Simmel neste caso perpassa a pergunta de qual seria o âmbito desta ciência, seu caráter, que método ela trata e os principais problemas com que trabalha. No enfrentamento de tais questionamentos o autor nos esclarece o caráter de sua teoria e método.

A questão epistemológica que cerca a construção da pesquisa constitui-se na reflexão sobre o caráter científico do que estudamos. No âmbito da Sociologia, de acordo com o autor, a epistemologia traz um questionamento que ataca essa ciência diretamente na medida em que ela busca estabelecer suas diretrizes e pretende alcançar o título de ciência. Nesse sentido o questionamento dá-se sobre a dúvida de existir ou não legitimidade na pretensão da sociologia em ser científica, ou seja, a mesma pode ser considerada ciência?

Simmel destaca a possibilidade de uma resposta positiva a esse questionamento, no entanto, considera que é colocada em ênfase algumas controvérsias referentes aos conteúdos e objetivos da Sociologia as quais são levantadas e tornam necessário esclarecimentos dos conceitos fundamentais e questionamentos específicos realizados por esta perante a realidade dada.

Neste contexto de esclarecimento, indaga-se acerca de que objeto e quais problemas pertencem ao âmbito sociológico. Simmel, demonstra claramente um rompimento com a perspectiva positivista, no sentido de defesa de que os fatos sociais somente se explicarem pelo fato social bem como discute as críticas que colocam indivíduo em oposição a sociedade assim construindo novas formulações para qual seria o objeto de estudo da sociologia.

De acordo com o autor, uma primeira crítica levantada acerca de que objeto trataria a sociologia é a de que o conhecimento da sociedade ou o objeto de estudo no campo sociológico centra-se nos indivíduos. Para essa crítica, a sociedade somente seria conhecida por meio do estudo dos indivíduos, assim o estudo da sociedade passaria a significar muito pouco, uma vez que toda existência é atribuída exclusivamente aos indivíduos, as suas realizações e vivências. Caso a sociologia os tornasse seu objeto ela poderia chegar ao conhecimento dos fenômenos, os quais somente existem nos seres individuais e nos processos que os mesmos vivenciam.

De outro lado também questionando o objeto de estudo da Sociologia, encontra-se uma segunda crítica, que toma como objeto de estudo a sociedade. Por sua vez, essa crítica faz com que a sociedade adquira significado muito amplo. Destaca-se que tudo o que os seres humanos são e fazem ocorre dentro da sociedade e é determinado por ela que se constitui parte da vida dos indivíduos. Assim toda ciência dos temas humanos seria de certo modo uma ciência da sociedade, o que inclui a ideia da Sociologia enquanto essa ciência. No lugar das ciências particulares isoladas entre si, tomaria o lugar a ciência da sociedade capaz de convergir todos interesses, conteúdos e processos humanos.

A perspectiva de Simmel quanto as duas críticas discute a incapacidade de qualquer uma das duas por si só explicar como a Sociologia constrói seu conhecimento e o modo como os objetos de estudo são construídos nesse campo.

De acordo com o autor a primeira que parte da afirmação de que toda existência real só pode ser conhecida no estudo dos indivíduos atribui a sociologia o objetivo de construir o conhecimento mediante a análise do comportamento das coisas individuais, nesse sentido, essa crítica acredita que apenas na medida em que se conhece cada indivíduo em particular se deduziria toda existência real. Outro conhecimento que não se baseie nestes indivíduos mas nas sínteses intelectuais tomaria para si como objeto apenas abstrações e irrealidades, sendo acusado sob o caráter de conhecimento inadequado.

Porém, destaca Simmel que os objetos da sociologia não podem ser construídos nesta perspectiva, bem como toda ambição de que o conhecimento histórico é alcançado pelo conhecimento do indivíduo particular não passa de uma ambição fantástica incapaz de responder aos questionamentos sociológicos os quais não se dão sobre esta ou aquela singularidade, nem pela observação de indivíduos considerados isoladamente.

Afirma o autor que o objeto da sociologia é uma construção destacada pela síntese intelectual, não alicerçado nesta ou naquela singularidade individual. Destaca-se a título de esclarecimento que o objeto não é físico, não compreende o estudo do indivíduo humano isolado e de suas características pessoais mas estuda as ações, crenças, valores, ideologias, ideários, atitudes, práticas sociais. Aqui duas ressaltas são importantes: a sociologia não lida apenas com questões objetivas, nem explica-se somente pelo fato social, ela lida também com questões subjetivas e na medida que o objeto exige também com questões psicológicas; ela também volta-se ao estudo dos agrupamentos e formas coletivas, partindo da observação das mesmas para a construção de análises por meio de síntese intelectual. Esses constructos dados pela síntese mantém correspondência com a realidade e assim encontram-se livre da acusação de se constituírem análises errôneas do real.

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