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A importância da auditoria interna na gestão de governança corporativa

Por:   •  5/5/2017  •  Artigo  •  7.766 Palavras (32 Páginas)  •  306 Visualizações

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RESUMO

Este estudo abordará as boas práticas de governança corporativa que ocupam um espaço cada vez mais significativo no debate acerca da criação das condições necessárias para o desenvolvimento do mercado de capitais. No mercado de capitais brasileiro, no entanto, as reformas legislativas que visam aumentar os direitos dos minoritários geralmente encontram sérios obstáculos políticos. Este estudo investiga o impacto que tal adesão aos níveis diferenciados de governança tem sobre o valor que os investidores atribuem às empresas participantes no Novo Mercado. Como variáveis dependentes de valor, foram utilizados o Q de Tobin e índice P/L. A variável de adesão ao Novo Mercado apresentou o resultado mais significativo para a determinação do valor de mercado medido pelo Q de Tobin quanto pelo índice P/L. Porém, a adesão aos demais níveis de governança não apresenta resultados significativos e conclusivos em relação ao valor. Tais resultados indicam que o mercado de capitais brasileiro atribui maior valor somente às ações das empresas que adotam as mais rígidas práticas de boa governança corporativa.

Palavras chave: Governança, mercado, Q de Tobin e P/L


INTRODUÇÃO

As mudanças verificadas na economia global com a internacionalização das empresas transnacionais, a integração dos mercados, a expansão dos fluxos de capitais, do sistema de informações e inovações tecnológicas, afetaram as relações de troca entre os países industrializados e os países em desenvolvimento, que apresentam baixa taxa de poupança interna, são dependentes de tecnologia bem como de recursos externos para investimentos e tem na agricultura um dos seus principais vetores de sustentação econômica.

A governança corporativa tem sido objeto de vários estudos nacionais e internacionais sendo reconhecida como um fator fundamental ao acesso das empresas ao mercado de capitais.

Ao determinar princípios que compõem os diversos interesses afetados pelas regras, leis e regulamentos internos que regem as companhias sua conceituação é bem abrangente incluindo apenas os interesses dos acionistas, da sociedade ou outros interesses que não exclusivamente dos acionistas, porém também dos consumidores, empregados, membros da comunidade e outros em que a companhia está inserida.

A governança corporativa abordará o conjunto de instrumentos de natureza pública e privada, incluindo leis, normativos expedidos por órgãos reguladores, regulamentos internos e práticas comerciais organizando e comandando a relação, numa economia de mercado, entre controladores e administradores da empresa e aqueles que investem recursos da compra de mobiliários por ela emitidos como os debenturistas e acionistas minoritários.

O debate sobre governança corporativa surgiu para superar o chamado conflito de agência dos gestores, que é resultado da separação entre a propriedade e a gestão nas companhias. Esse conflito de interesses pode assumir características distintas em função da estrutura de propriedade das empresas.

Independente do ponto terminológico, a governança corporativa é vista como a regulamentação administrativa da sociedade anônima, por meio do estabelecimento de direitos e deveres dos vários acionistas e a dinâmica e organização dos poderes.

Para o Professor Arnold Wald, a governança corporativa significa na sociedade anônima o estabelecimento do Estado de Direito, pois garante o interesse social sobre casuais interesses particulares dos acionistas, sendo controladores, representando da maioria ou minoria. Por meio da governança corporativa é criada a democracia societária, princípio de equilíbrio e separação de poderes, em oposição à onipotência anterior e poder absoluto do controlador ou grupo de controle.

A área de estudos sobre governança corporativa abrange conhecimentos de finanças, economia e direito e seu estudo ganha relevância a partir da metade da década de oitenta, com inicio nos Estados Unidos e na Grã-Bretanha. Para destacar a atualidade do tema, citamos Zingales (1998, p.1) que garante que o termo governança corporativa no início dos anos oitenta nem existia na literatura de administração de empresas.

O estudo sobre governança corporativa não deve ser limitado a aspectos teóricos e abstratos, ao contrário, deve considerar que através da introdução de regras corporativas e métodos gerenciais é possível obter uma estrutura de governança resultando na valorização da companhia e crie valor para os acionistas.

Este trabalho também tem como objetivo é analisar as empresas brasileiras de capital aberto com níveis diferenciados de Governança Corporativa que possuem maior valorização de suas ações no mercado.


A EMPRESA

Segundo a literatura acadêmica, o conceito de empresa advém da Economia, no entanto, se traslada a outras ciências como o Direito, a Sociologia e a Administração.  Com isso, as primeiras abordagens ligam à empresa a idéia central de organização dos fatores de produção (capital, trabalho e natureza), para alcance de uma atividade econômica (MARTINS, 2001).

Indo ao campo da etimologia da palavra, se observa conotação econômica, uma vez que Empresa advém latim “prehensa” é significa empreendimento, ou organização econômica destinada à produção ou venda de mercadoria ou serviços, tendo como objetivo final o lucro (DICIONÁRIO AURÉLIO, 2002).

Deste modo, considera-se a noção inicial de empresa esta ligada ao pensamento da organização como fonte de produção, isto é, capital, trabalho e atividade econômica (NUSDEO, 1997).  

Contudo, são vastos os estudos que percebem a empresa, não somente como uma atividade econômica como também como um sistema que interage com seu ambiente e de forma planejada, busca a satisfação de demandas e desejos de seus clientes (OLIVEIRA, 2005).

Chiavenato (1999) em sua visão de gestão de recursos humanos vê a empresa como um sistema social formado basicamente por pessoas, sentimentos, interesses e motivações.

Nessa mesma linha de pensamento esta Drucker (1981) que observa a empresa não somente como um nome, um estatuto ou produção. Ela se visualiza pela sua missão, objetivo e visão. Isso implica em um valor econômico, financeiro e social que se contextualizam na gestão empresarial.

Dentro da ótica contábil, Mossimann e Fisch (1999, p.17) abordam a empresa como uma estrutura hierarquizada por elementos intelectuais, físicos e financeiros cujo propósito é extrair transformar, transportar e distribuir riquezas ou produzir serviços, gerado assim sua utilidade social.

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