TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

AD Teoria Do Conhecimento UNISUL

Monografias: AD Teoria Do Conhecimento UNISUL. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  23/2/2015  •  1.706 Palavras (7 Páginas)  •  862 Visualizações

Página 1 de 7

Disciplina: Teoria do Conhecimento

Curso: Gestão Pública

Professor: João José Buss

Nome do aluno:

Data:

Orientações:

• Procure o professor sempre que tiver dúvidas.

• Entregue a atividade no prazo estipulado.

• Esta atividade é obrigatória e fará parte da sua média final.

• Encaminhe a atividade via Espaço UnisulVirtual de Aprendizagem (EVA).

Questão 1: (3,0 pontos)

O conhecimento científico é uma conquista relativamente recente da humanidade. A Revolução Científica do século XVII marca a autonomia da ciência, a partir do momento que ela busca seu próprio método, desligado da reflexão filosófica. Na unidade de aprendizagem “Teoria do Conhecimento”, você estudou três grandes concepções históricas da ciência. Em um texto dissertativo de no mínimo 10 linhas, identifique e explique qual é a concepção histórica preponderante em cada um dos recortes apresentados a seguir (1 e 2).

Recorte 1

A Ciência Galileana precisou, para emergir, destruir a concepção de mundo, o cosmos, herdado do Aristotelismo. Giordano Bruno e Nicolau Copérnico minaram as bases deste cosmos, que Galileo e Newton substituíram por um espaço infinito, isotrópico e homogêneo. Além disso, mudou também a forma de produzir os conhecimentos. Galileo busca entender o mundo real através da Experimentação e da Matemática. Com ele, toma corpo uma maneira de se fazer Ciência em que a linguagem matemática se adequa ao estudo dos fenômenos físicos e a experiência matematicamente controlada é usada como critério de veracidade. A matematização da experiência vai apontar a diferença entre o experimento e a simples observação característica da Física Aristotélica. Tudo isso deixa claro, então, a ruptura conceitual e metodológica da Ciência Galileana frente a Física Aristotélica. Ruptura conceitual, uma vez que houve, após dois milênios, uma mudança indiscutível nos conceitos acerca do movimento, com os conceitos aristotélicos sendo substituídos pelos conceitos galileanos do movimento, cujo principal é o de inércia. Ruptura metodológica, sem dúvida, pela transformação que o advento da Ciência Galileana causou na forma de se pensar o mundo e na maneira de se fazer Ciência, que até hoje permanece vigente, introduzindo a matematização e a experimentação, o que tornou a natureza manipulável e desvendável permitindo, como conseqüência, o advento da Tecnologia.

Fonte: TEIXEIRA, Elder Sales; FREIRE JUNIOR, Olival. A ciência galileana: uma ilustre desconhecida. Caderno Catarinense de Ensino da Física, Florianópolis, v. 16, n. 1, p. 35-42, abr. 1999. Disponível em: <http://www.periodicos.ufsc.br/index.php/fisica/article/viewArticle/6874>. Acesso em: 24 jul. 2012.

Ao romper com a visão de ciência estipulada pelo Aristotelismo, a Ciência Galileana se alinha, ou, poderíamos dizer, ajuda a estabelecer a concepção moderna de ciência. Nessa época, em conjunto com outros “cientistas”, Galileu inicia o período que se dividiu entre modelos fundados na matematização e na experimentação. A concepção racionalista trazia a ideia de ciência como algo racional e que pode ser provado em demonstrações. Já a concepção empirista é auto-explicativa. Baseada na experiência, essa visão defende que o ser humano traz em si a capacidade de aprender com as experiências. A Física, sendo considerada a ciência perfeita, se desenvolveu da simples observação dos fênomenos, instituída por Aristóteles, para uma ciência experimentável, verificável, e isso pode ser considerado um dos pontos de partida para um grande desenvolvimento da ciência como um todo, possibilitando que chegássemos ao estágio atual do conhecimento científico e do desenvolvimento tecnológico.

Recorte 2

É no interior da própria física [...] que se inicia a ruptura com o dogmatismo e a certeza da ciência. Um dos primeiros a denunciá-la foi Pierre Duhem. Para ele o cientista constrói instrumentos, ferramentas – suas teorias – para se apropriar da realidade. A aceitação da validade dos instrumentos de observação e quantificação, a seleção das observações de manifestações empíricas e sua interpretação dependem da aceitação da validade ou não dessas teorias. Os critérios utilizados no fazer científico, enquanto método, para Duhem, devem ser entendidos, como condicionados historicamente. São convenções articuladas no contexto histórico-cultural. E, como tal, permitem a renovação e progresso das teorias, revelando o caráter dinâmico da ciência e a historicidade dos princípios epistemológicos do fazer científico. A análise da história da ciência permite que Duhen discorde de Newton, desmistificando o positivismo calcado no empirismo e na indução do método newtoniano.”

Fonte: KÓCHE, José Carlos. Fundamentos de metodologia científica. 14. ed. rev. e ampl. Petrópolis: Vozes, 1997, p. 58

A visão apresentada no recorte 2 é a contemporânea. Com a ideia de romper com os preceitos gregos e também com o pensamento da idade moderna. Essa visão assume a falibilidade da ciência, podendo, talvez, ser comparada com o pensamento de Heráclito, o devir, onde a verdade pode não ser absoluta, porém, provavelmente, sem o radicalismo do filósofo pré-socrático, pois não fica caracterizado nenhum modelo exclusivo para representar o conhecimento atual. Assim, a visão contemporânea da ciência estabelece que deve haver uma revisão crítica do conhecimento.

Questão 2: (3,0 pontos)

Heráclito diz: "Tudo flui (panta rei), nada persiste, nem permanece o mesmo". E Platão ainda diz de Heráclito: "Ele compara as coisas com a corrente de um rio - que não se pode entrar duas vezes na mesma corrente"; o rio corre e toca-se outra água. Seus sucessores dizem até que nele nem se pode mesmo entrar, pois que imediatamente se transforma; o que é, ao mesmo tempo já novamente não é. Além disso, Aristóteles diz que Heráclito afirma que é apenas um o que permanece; disto todo o resto é formado, modificado, transformado; que todo o resto fora deste um flui, que nada é firme, que nada se demora; isto é, o verdadeiro é o devir, não o ser - a determinação mais exata para este conteúdo universal é o devir. Os eleatas dizem: só o ser é, é o verdadeiro; a verdade do ser é o devir; ser é o primeiro pensamento enquanto imediato. Heráclito diz: Tudo é devir; este devir é o princípio. Isto está na expressão: "O ser é tão pouco como o não-ser; o devir é e também não é". As determinações absolutamente opostas estão ligadas numa unidade; nela temos o ser e também o não-ser. Dela faz parte não apenas o surgir, mas também o desaparecer; ambos não são para si, mas são idênticos. É isto que Heráclito expressou com suas sentenças. O não ser é, por isso é o não-ser, e o não-ser é, por isso é o ser; isto é a verdade da identidade de ambos.

Fonte: http://www.mundodosfilosofos.com.br/heraclito.htm. Acesso em 28/01/2013. Acesso em 28/01/2013.

Raul Seixas diz:

Prefiro ser essa metamorfose ambulante. Eu prefiro ser Essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Eu quero dizer agora, o oposto do que eu disse antes. Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Sobre o que é o amor. Sobre o que eu nem sei quem sou. Se hoje eu sou estrela. Amanhã já se apagou. Se hoje eu te odeio. Amanhã lhe tenho amor. Lhe tenho amor. Lhe tenho horror. Lhe faço amor Eu sou um ator. É chato chegar. A um objetivo num instante Eu quero viver nessa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Sobre o que é o amor. Sobre o que eu nem sei quem sou. Se hoje eu sou estrela. Amanhã já se apagou. Se hoje eu te odeio. Amanhã lhe tenho amor. Lhe tenho amor. Lhe tenho horror. Lhe faço amor. Eu sou um ator. Eu vou lhe desdizer. Aquilo tudo que eu lhe disse antes. Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo. Do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.

Fonte: http://letras.mus.br/raul-seixas/48317/. Acesso em 28/01/2012.

Com base nos conteúdos estudados, estabeleça um paralelo entre o pensamento de Heráclito sobre o “devir” e a música “metamorfose ambulante”, de Raul Seixas.

Assim como Heráclito, Raul Seixas coloca na música “Metamorfose Ambulante” a ideia de que não devemos acreditar em verdades absolutas, imutáveis. O compositor brasileiro diz na canção que o que hoje é, amanhã pode deixar de ser. O indivíduo que em um dia tem ódio por algo ou por alguém, noutra ocasião pode mudar radicalmente esse sentimento, uma verdade tida como irrefutável pode ser desmentida, estudada de maneira mais profunda, e perder esse posto. Pode-se dizer que a composição de Raul Seixas exemplifica o pensamento de Heráclito sobre o devir.

Questão 3: (4,0 pontos)

Você sabe o que é ceticismo? E dogmatismo? Ceticismo é uma posição filosófica a qual afirma que é impossível o conhecimento, seja como juízo de valor ou como conclusão. O dogmatismo, ao contrário, considera certos conhecimentos como certezas e verdades absolutas e indubitáveis. Comparando as duas posições, perceba que elas têm algo em comum: a visão imobilista do mundo. Enquanto o dogmático atinge uma certeza e nela permanece, o cético afirma que não é possível alcançá-la. A Filosofia é movimento, pois o mundo é movimento: a tese (o conhecimento que está posto) e a antítese (a negação do conhecimento que está posto) serão superadas pela síntese (um novo conhecimento), a qual, por sua vez, será nova tese, e assim por diante. Assim como a Filosofia, a busca do conhecimento é a procura da verdade, não a sua posse. Buscar o conhecimento é estar a caminho. A atitude de busca está na raiz do conhecimento e é o caminho para alcançá-lo, sem jamais ter a pretensão de possuí-lo.

Com base no texto supra, estabeleça as principais diferenças entre as concepções de Parmênides e Heráclito sobre o conhecimento, considerando o ceticismo e o dogmatismo como caminhos a serem evitados e a atitude de busca pelo conhecimento como desejável.

Para Heráclito o conhecimento é um campo infinito, uma vez que seu pensamento é que nada é absoluto, em um eterno movimento, no ceticismo de se encontrar uma verdade final imutável. Já Parmênides, que podemos considerar um amante da lógica, apresentou-nos justamente o oposto, alegando que o conhecimento pode alcançar o imutável, uma verdade definitiva. O ideal seria traçarmos um meio termo entre esses dois pensamentos, não caindo no ceticismo, onde o saber nunca alcançará a plenitude sobre qualquer tema, e o dogmatismo, onde os fatos são imutáveis, sem a possibilidade de serem revistos, ou mesmo atualizado. Penso que cada um tem razão em determinada medida, já que com o crescimento do conhecimento aquilo que sabemos de certo tema pode mudar, mas não necessariamente deverá estar em uma constante mudança.

...

Baixar como  txt (11.1 Kb)  
Continuar por mais 6 páginas »