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ARQUITETOS DO PODER

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Por:   •  17/9/2014  •  869 Palavras (4 Páginas)  •  263 Visualizações

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Em Entreatos, João Moreira Salles acompanha os últimos dias de Lula antes da eleição que o tornou presidente pela primeira vez. No filme, a câmera atenta de Walter Carvalho nos traz importantes registros da rotina de uma campanha política vencedora, onde tanto os momentos de reuniões muito sérias como os de banalidades do cotidiano são muito significativos. O filme de Escorel e Joffily, por sua vez, acompanhou por sete meses seis candidatos a vereadorores pela cidade do Rio de Janeiro, sendo os seis personagens muito diferentes entre si, com possibilidades bem diversas de serem eleitos. Este painel construído pelo filme apresenta bem como as apropriações e usos da política por cada candidato podem ser díspares e o quanto pode haver despreparo dos candidatos ao cargo, o que deixa evidente a importância da máquina política que os legitima e fortalece. O mais novo documentário brasileiro tratando do tema traz uma síntese entre uma visão acadêmica e a de um cineasta experiente. Arquitetos do poder, filme de Alessandra Aldé (IUPERJ) e Vicente Ferraz (Urca Filmes) não trata apenas dos bastidores do poder numa campanha eleitoral, mas dos orquestradores desse poder durante as campanhas presidenciais no Brasil. Trata daqueles que fazem as funções de marqueteiro político – embora alguns não se definam assim.

Arquitetos do poder começou a ser gerando ainda em 2003 e foi finalizado agora em 2010, ano de nova campanha para presidente, o que o torna fundamental para refletirmos o processo das campanhas eleitorais e relativizar os métodos utilizados nelas. Ao longo do filme nos damos conta de que, mesmo nos considerando sempre atentos ao cenário político, a nossa memória é muito seletiva e guarda muita coisa que não conseguimos resgatar por nós mesmos. Mais que isso, além de nos lembrar diversas campanhas presidenciais e seus principais conflitos, a riqueza principal do filme reside nos depoimentos daqueles que tomaram as decisões que orientaram essas campanhas. Passamos então a conhecer as estratégias por trás dos jingles, dos slogans, das cores mais utilizadas, dos ícones escolhidos, maneiras de falar e se vestir dos candidatos, sobre ter artistas apoiando a campanha e por aí vai. Passamos a conhecer melhor o quanto uma decisão desses profissionais pode chegar a interferir significativamente nas propostas da campanha e dos argumentos colocados em debate.

Arquitetos do poder abre com uma fala de Duda Mendonça, personagem paradigmático entre os marqueteiros políticos, o responsável pela campanha que gerou mais votos no mundo até hoje numa disputa democrática, mas a primeira campanha abordada, porém, é a de Getulio Vargas, onde o filme de fato começa. A partir de Getulio, o documentário passa por todas as campanhas presidenciais até chegarmos à reeleição do atual presidente. Ao longo das campanhas vamos acompanhando o crescimento da importância dos meios de comunicação no processo democráticos e observando também a incorporação de cada nova forma de mídia e das novas formas de utilizá-las, tudo isso acompanhado do crescimento vertiginoso da importância decisiva do marketing político. Claro, nem sempre foi assim. Quem lembra daquelas campanhas onde só apareciam as fotos dos candidatos em sequência com seus números? Tempos da Lei Falcão. Nessa época só dava pra se diferenciar fazendo muita cara de honesto ou abrindo um sorriso bem grande.

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