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AS MANIFESTAÇÕES POPULARES

Por:   •  7/5/2015  •  Artigo  •  2.810 Palavras (12 Páginas)  •  124 Visualizações

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO

SERVIÇO SOCIAL

TELMA REGINA BATISTA REIS FREIRE

MANIFESTAÇÕES POPULARES

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Jacobina

2014


TELMA REGINA BATISTA REIS FREIRE

MANIFESTAÇÕES POPULARES

Trabalho apresentado ao Curso Serviço Social da Faculdade Norte Paraná,  conforme solicitação dos Professores Gleiton Lima; Giane Albiazzetti; Rosane Malvezzi; Rodrigo Trigueiro das Disciplinas Formação Social, Histórica e Política do Brasil; Antropologia; Acumulação Capitalista e Desigualdade Social; Metodologia Científica.

Jacobina

2014


As manifestações populares na sociedade brasileira, ocorridas recentemente, deixaram uma marca positiva na identidade nacional, ao serem intituladas apartidárias e nacionalistas. Tais ações despertaram a participação popular, enfatizando o clamor por justiça social e a diminuição da desigualdade social, anseios necessários para fortalecer o conceito de cidadania e buscar mudanças  sociais que consigam transformar nossa nação. O que ocorreu foi uma grande insatisfação popular com o poder exercido por parlamentares e governantes que levou o povo a protestar sobre assuntos diversos e a exigir prioritariamente o cumprimento dos direitos fundamentais citados na Constituição Federal Brasileira, já que o dinheiro público não tem sido aplicado devidamente nas políticas públicas para a defesa da qualidade vida e melhor prestação dos serviços públicos. Nesta ocasião, as redes sociais exerceram um papel muito importante, pois enquanto a mídia apresentava fatos com uma visão conservadora, na internet circulavam outras versões e convocações para as ruas, marcando local, data e hora das mobilizações.

Alguns acontecimentos na política brasileira antecederam a onda de manifestações. O primeiro foi aumento da passagem de ônibus ao mesmo tempo em todo o país, quando, em São Paulo, o prefeito Fernando Haddad (PT) e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) fizeram declarações com posições idênticas, apesar de serem de partidos diferentes e disputarem eleição, aparentemente se uniram para reprimir o povo. Outro fato foi o grande financiamento feito pelo governo para as obras da Copa do Mundo, que serão pagos pelas empresas concessionárias, administradoras dos estádios, somente após a realização do evento, enquanto os serviços básicos para a população são de péssima qualidade, sem que haja o investimento necessário.  Por fim, o risco do retorno da inflação e a queda da economia brasileira devido à crise mundial. Nesse cenário de indignação e temor, no momento em que o Brasil se preparava para eventos esportivos e chamava a atenção do mundo, os protestos ganharam grande repercussão nacional e mundial.

No dia 6 de junho de 2013, um grupo de jovens, do Movimento Passe Livre, que é um movimento social brasileiro que defende a tarifa zero para transportes públicos, se reuniu na Avenida Paulista para protestar sobre o aumento da tarifa de ônibus em São Paulo. Aquele seria o início das manifestações populares espalhadas por todo o país, onde um milhão e meio de pessoas em 19 capitais e mais de 100 cidades brasileiras saíram às ruas reivindicando respeito aos direitos de cidadania plena, saúde, trabalho, moradia, segurança e educação de qualidade, além de moralização na administração política da coisa pública.

As multidões expressaram a ânsia da sociedade brasileira pelas ruas do país: maior participação sobre o orçamento público, suas prioridades, sobre os investimentos e recursos da União.  “Participar” significa tomar parte ou ter parte em algo, ou, ainda, fazer ou ser parte de algo (BORDENAVE, 1994, 22). Assim, participação social é o envolvimento do cidadão em atividades políticas (DALLARI, 1985, 11). Seja elegendo ou sendo eleito, militando em partido político, exercendo função pública, manifestando publicamente a opinião, fiscalizando, denunciando ou cobrando qualidade nos serviços públicos, o cidadão constrói a democracia participativa, como também através de entidades ou instituições sociais, que formulam, executam e fiscalizam as políticas públicas. A participação popular é a soberania do povo em ação, é essencial para o Estado Democrático de Direito.

Segundo Victor Vicent Valla, 1998, a aplicação deste termo na América Latina vem desconstruir uma concepção de sociedade, onde classes populares seguem os caminhos apontados por quem tem estudo e recursos, a fim de que sejam direcionadas em como deve ser a sociedade. Já no Brasil, o povo nas ruas representa a aplicação deste termo, uma vez que não havia bandeiras de partidos políticos, não havia direcionamento de instituições, o povo seguia seu próprio caminho, com suas próprias reivindicações.

No contexto atual, há uma tendência mundial de decadência no engajamento partidário, comparado a época da revolução industrial até pós-segunda guerra mundial, onde os partidos políticos representavam os interesses das classes e articulavam em favor das massas, o que presenciamos é uma nova geração centrada não só em temas, como desigualdade e acesso a políticas básicas, mas em questões ligadas à qualidade de vida como meio ambiente e qualidade na educação e na saúde. Essa nova geração, com melhor nível de escolaridade, com facilidade à informação, usou a “auto-gestão” e organizou de forma autônoma a própria pauta de reclamações.

Outros sentidos do termo “participação popular” que se acredita ser coerente, são modernização, integração de grupos marginalizados e mutirão (Valla, 1993). Modernização entende-se como avanço tecnológico e cultural de uma sociedade, como é o caso das tecnologias, que são desenvolvidas com facilidade no uso e consumo, como é o caso dos tablets, celulares, computadores e outros itens. Há também avanços culturais como consumismo, crédito fácil, lanches rápidos, palavras americanizadas e outros que vem transformando a sociedade com o passar do tempo. Com o crescimento do e facilidade do poder de compra, as classes mais baixas acreditam que estão sendo recebidas em novas modalidades de inclusão, quando na realidade, o padrão de vida da maioria continua sem mudanças e essa participação popular não passa de ilusão.

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