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Análise das Teorias de Popper e Kuhn

Por:   •  29/9/2015  •  Trabalho acadêmico  •  1.027 Palavras (5 Páginas)  •  311 Visualizações

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Desde a Antiguidade o critério de demarcação entre o que é ou não ciência tem sido debatido. Iniciou-se um processo de questionamento das formas de se caracterizar a ciência e a sua metodologia que vem atingindo diversas áreas do conhecimento. Em “A Lógica da Pesquisa Científica”, Karl Popper apresenta um importante conjunto de idéias relacionadas à metodologia e ao conhecimento científico. Nessa obra, o autor expõe contribuições essenciais ao problema da indução.

De acordo com a concepção tradicional de ciência, o ponto de largada do cientista são os dados experimentados, empíricos. Tais dados da observação são reunidos e fundamentam hipóteses que, quando verificadas, tornam-se leis científicas. O procedimento lógico dessa ciência é a indução e o seu critério de demarcação é a verificação. O raciocínio de Popper inicia-se com uma crítica ao princípio da indução como método científico, pois, para o autor, não se pode fundamentar um enunciado universal através de proposições particulares, porque uma única observação diferenciada poderia contradizer todas as anteriores. Para ele, só se pode tentar fundamentar uma indução através de novas induções, acarretando assim, um ciclo vicioso de sucessivas induções sem conexões causais. Assim, os enunciados singulares podem refutar ou corroborar uma teoria, mas não podem comprovar a veracidade da mesma.

O autor apresenta também uma crítica ao critério de verificabilidade que segundo ele “[...] era apenas outra maneira de formular o venerável critério dos indutivistas; não havia diferenças reais entre as idéias de indução e de verificação” (POPPER, 1986, p. 87-88). Rompendo com a identificação entre ciência e opinião, Popper acredita em uma ciência não indutivista, feita pela construção de hipóteses e sua comparação com a realidade. Com isso, o autor defende que o falseamento seria o critério básico para a consideração de cientificidade de uma teoria.

Tal procedimento metodológico baseia-se em uma tomada de decisão, por parte do cientista, de não proteger do falseamento nenhum enunciado científico. Assim, toda proposição que possa ser refutada por experiência empiricamente observável é científica; do contrário, a proposição em questão é metafísica, ou seja, a autor exige que “sua forma lógica seja tal que se torne possível validá-lo através de recurso a provas empíricas, em sentido negativo: deve ser possível refutar, pela experiência, um sistema científico empírico” (POPPER, 2001, p. 42).

Podemos perceber que, para o autor, a ciência seria movida pela crítica e refutação de teorias, que seriam responsáveis pela colocação de novos problemas e novas perguntas. A lógica dos métodos e dos procedimentos fundamentaria o conhecimento científico e todas as “verdades” na ciência seriam provisórias, ou seja, são válidas até que outra teoria a substitua. Desta forma, uma teoria será tanto melhor quanto mais refutável ela for, pois assim muito aprenderemos com o seu sucesso e também com a sua refutação; refutação que impulsionaria o conhecimento humano, ao gerar a crítica que faz a ciência se mover.

Um segundo ponto de vista acerca das discussões epistemológicas e estruturais da constituição da ciência é apresentado na obra “A Estrutura das Revoluções Científicas” de Thomas Kuhn. O autor, voltando sua atenção para a história da ciência, tentou elaborar uma teoria mais coerente com o contexto histórico. Há uma ênfase no caráter revolucionário do progresso científico, onde uma revolução acarreta o abandono de uma estrutura teórica que é substituída por outra incompatível.

Para Kuhn, a ciência não é o acúmulo gradual de conhecimentos, mas sim uma complexa relação de teorias, dados e paradigmas. Ela define previamente o que é ou não possível de se conhecer, ou seja, a observação e experimentação são feitas dentro dos limites dos paradigmas. O conceito de paradigma está presente em toda a obra do autor e pode ser definido como sendo “as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para

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