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Análise do livro "Globalização: as conseqüências humanas" Zygmunt Bauman

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Por:   •  29/10/2013  •  Resenha  •  1.940 Palavras (8 Páginas)  •  598 Visualizações

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Zygmunt Bauman é professor emérito da Universidade de Leeds e Varsóvia. Seus trabalhos estão entre os mais importantes da sociologia moderna, tendo como um dos seus temas principais a globalização e suas conseqüências, tanto no que tange suas transformações, assim como as mudanças trazidas par a vida das pessoas nela inserida.

Neste livro, globalização: as conseqüências humanas, o autor trabalha os mais diferentes enfoques dados a este tema. Para alguns, a globalização é o objetivo a ser almejado e desejado, já para uma outra tendência, ela é responsável por todos os males da sociedade. Mas, independente da posição, todos vislumbram a globalização como uma processo irremediável e irreversível.

O objetivo desta discussão é oferecer luzes sobre os fenômenos da globalização que não estão sendo visualizados, como, por exemplo, o espaço e tempo, a noção de local e global. Bauman procura entender as tensões existentes em um contexto pós-moderno e a partir dele, sugere alternativas para se rever as concepções do mundo contemporâneo.

No primeiro capitulo, somos chamados a refletir sobre a construção das grandes corporações e sua localização no tempo e no espaço e o conflito gerado pela falta da presença física dos investidores “A companhia pertence às pessoas que nela investem - não aos seus empregados ou à localidade em que se situa” Bauman (1999, p. 13 apud DUNLAP 1996).

O fato apresentado é que a comunidade e os empregados das empresas não têm por nenhum momento voz ativa na tomada de decisão. As deliberações são tomadas por investidores não locais, tornando-os incessíveis as necessidades locais. Para estes investidores, o que está em jogo é o maior acúmulo de capital, ou seja, a busca incessante pelo lucro, sendo a exploração da mão de obra um determinante do seu objetivo.

Os acionistas não estão presos ao local, portanto seu capital não depende da localização, ao contrário dos funcionários, que tem seus vínculos familiares e suas obrigações. Desta forma, o empregado não pode mudar-se de acordo com a necessidade da empresa, ele está preso ao espaço. Desta maneira, quando os acionistas vislumbram maiores oportunidades em outras localidades, prevendo maiores dividendos, estes o fazem sem problema, deixando “a tarefa de lamber as feridas” para as pessoas que estão presas a localidade (BAUMAN, 1999 p.15).

Constitui-se, portanto, neste projeto, a materialização de duas formas proeminentes do espaço, onde quem está livre da localidade pode escapar dos adventos da globalização. Já os que estão presos ao local, estão fadados a cumprir as penalidades do processo.

No novo contexto mundial, a mobilidade tornou-se um dos pontos mais desejados, pois dela decorre a proeminente hierarquia social, onde os padrões econômicos, sociais e políticos deixaram à esfera local e passaram a agir mundialmente, sendo, portanto, indispensável esta liberdade de ajustamento, pois dela deriva a eficácia do capital e dos investidores modernos.

Não há mais, por conseguinte, atitudes de pressão ao capital, pois como a empresa perdeu seu vinculo com o local, tornou-se também, resistente à coação dos trabalhadores. Consequentemente, o capital quando pressionado tem a alternativa de procurar lugares mais pacíficos, ou como sugere Bauman (1999), “uma opção mais suave”.

Sendo assim, as distâncias já não importam mais, pois o que está sendo apresentado é o fim da geografia em termos de espaço, sendo as fronteiras meras formas simbólicas e sociais. “a distância é um produto social; sua extensão varia dependendo da velocidade com a qual pode ser vencida” (BAUMAN, 1999 p. 19)

Este encurtamento das distâncias e término da geografia é um efeito da velocidade das informações e dos meios de comunicação, assim como um crescente desenvolvimento de novas tecnologias que ao invés de diminuir os espaços das diferenças homogeneizando-as, ele as tornou polarizadas.

Para alguns ele assegura uma liberdade sem precedentes para se locomover, adaptar e agir à distância, assim podem se locomover para fora da localidade. Mas para outros esta distância continua muito abrangente, cabendo a estes somente o caminho da observação e da constante inépcia para a utilização das informações adquiridas.

“Diz-se com freqüência e com mais freqüência ainda é tido como certo que a idéia de espaço social nasce na cabeça dos sociólogos” (BAUMAN, 1999, p. 34), mas o que é visto e comprovado é o oposto. O homem desde os primórdios da sociedade sempre se utilizou de padrões de comparação e medidas, de limites e fronteiras.

A partir desta idéia o autor nos expõe à luz a discussão da estrutura proposta pelos homens em padronizar os espaços geográficos e a partir dele construir um espaço de reprodução e homogeneidade, tanto no que tange os mapas das cidades, como a própria construção desta. Ou seja, o ser humano tem como característica seguir os caminhos e os princípios da uniformidade, produzindo desta forma cidades com estruturas similares, seguindo uma utopia da “cidade Perfeita”, perfeito no que se refere aos padrões arquitetônicos vigentes.

Para Habermas isso era advindo da legitimação objetiva que transforma o espaço tempo em universal, assim, Bauman delineia que para a construção e visão da cidade perfeita os homens são obrigados a rejeitar a história e seus traços palpáveis.

Todo esse processo de transformação redundou na precarização e na desintegração dos “laços humanos”, onde a vida seguida de seus padrões lógicos permeou a solidão e demudou as relações sociais em relações autônomas. Na construção da cidade idealizada, esqueceram que ela depende da oportunidade dada aos homens, pois são eles, e somente eles, que devem se privilegiar desta harmonia “os homens não se tornam bons simplesmente seguindo as boas ordens ou o bom plano de outros” (BAUMAN, 1999 p 54).

A cidade que outrora fora criada para preservar o coletivo dos males vindos de fora, agora serve para preservar os cidadãos do “inimigo interior”. Os muros não estão mais para proteger as cidades e, sim, para blindar o indivíduo que agora se protege dentro de sua casa e de seus muros.

Partindo desta reorganização social, o Estado ganha um novo sentido na visão de Bauman. No seu terceiro capitulo o autor trabalha com a mudança e a nova perspectiva do Estado, onde este abre uma divisão com a economia.

Com a velocidade dos novos acontecimentos, a economia ganha um impulso determinante, que acaba por romper com as últimas barreiras de proteção do Estado, ficando este condicionado ao fator econômico.

As empresas perante a falta

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