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Resenha sobre o livro: Tempos líquidos do autor Zygmunt Bauman - sociólogo polonês

Por:   •  12/4/2018  •  Resenha  •  1.307 Palavras (6 Páginas)  •  917 Visualizações

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Resenha sobre o livro "Tempos líquidos”, do autor Zygmunt Bauman sociólogo polonês.

Redigido por: Juliano Leite Paixão

Titulo: "Tempos líquidos”, do autor Zygmunt Bauman sociólogo polonês.

1. INTRODUÇÃO

O artigo descreve brevemente cinco pontos de partida para nossa reflexão a respeito dos desafios impostos ao indivíduo na era presente na obra Bauman em “Tempos Líquidos”. A obra tem como foco principal a insegurança. O Estado não protege a mais a sociedade em um mundo globalizado, ou reduz a confiabilidade oferecida por este. Apontando o que um novo ambiente para as tarefas da vida pessoal gera mudança e remete a desafios. Assim sendo, a obra em análise contribui para o entendimento e compreensão dos fenômenos sociais que nos cercam, e indica como agir de modo assertivo.

O primeiro é a passagem solida para a liquida na modernidade onde as instituições não podem manter sua forma e se dissolvem mais rápida do que o tempo em foi levado para se consolidar e que não permite tempo para desenvolver um projeto de vida pessoal conforme denomina Bauman. Na visão dele existe um medo existencial nas pessoas e em busca de sensação de segurança se cercam de vários recursos (desde sistemas de segurança até prevenções de possíveis doenças) para serem protegidos da insegurança que é um novo objeto da exploração capitalista. Ressalta também a que as formas de desiguais sociais são em escala global e afirma que o mercado sem fronteiras é uma receita para injustiça e nova desordem mundial que gera a violência generalizada, e por sua vez, o medo generalizado o que estimula uma ação defensiva. Nesse sentido, o Estado social passa a ser Estado da proteção pessoal.

O segundo é a separação entre poder e política, onde o poder de controle político deixa de existir e não dar direção para solucionar os problemas existentes na sociedade e as funções de cunho estatal fica subsidiado ou terceirizado (mercantilizadas). Ele desenha a nova forma de capitalismo está morrendo pelo esgotamento de seus recursos e produzindo uma grande massa de excedentes humanos. São vistos como indesejáveis pelos governos  que constroem campos de refugiados  que se tornam permanente o que Bauman classificou de “hiperguetos”. Outro ponto é o movimento em escala global de refugiados oriundos de guerras locais e de outros fatores e estão numa jornada sem fim. Ele ainda problematiza a passagem de um “Estado de inclusão social” para o “Estado excludente” ou/e de controle do crime para controlar a migração pelas fronteiras, principalmente na União Europeia e Estados Unidos.

O terceiro é a falta de segurança onde os laços inter-humanos estão cada vez mais frágeis e a sociedade é vista como uma rede interconectada aleatoriamente, mas sem consistência. O autor aponta os temas: Estado, democracia e administração do medo. A princípio ele relaciona a questão da insegurança moderna com o sofrimento humano e que a insegurança deriva da falta de se chegar ao escopo da segurança total e ela é caracterizada pelo medo da maleficência e dos malfeitos humanos. Essa forma de controle evoluiu do estado de bem estar social (previdência, saúde etc.), os direitos sociais, ou pessoais na constituição do Estado. O autor faz a relação entre direitos pessoais e direitos políticos que são inseparáveis e que é impossível haver um sem o outro. Porém esses direitos não são exercidos de fato pelos que deles demandam, mas pela uma minoria que detém o poder econômico, nas palavras do autor: ”... os pobres terão apenas as garantias que o governo julgue necessário conceder-lhes...”. (Bauman, 2007, p. 71). Bauman cita de forma continuada que a vontade de escolha é um sonho e os pobres não tem participação democrática de fato. No final do capitulo Bauman vai desenhar a maneira sólida- moderna de administrar o medo, onde há uma substituição da solidariedade pela competição e os vínculos estão decompostos e agora surge o personagem do individuo de direito. Surgem as novas “classes perigosas” formadas pelos inadequados, que são além de excessivos, excedentes.

O quarto é o esgotamento do planejamento em longo prazo, o que dissocia o planejamento de vida individual da história e o individuo vive uma série de adaptações e rearranjos para se moldar as constantes mudanças em curso. O autor aborda a alta densidade humana nos centros urbanos relacionando a também centralização das fontes de perigo. Ele afirma que a guerra contra a insegurança é feita na cidade onde há elementos como prédios com máxima segurança, ruas com modernos sistemas de vigilância e controle. Simultaneamente ha um distanciamento local entre os espaços urbanos (espaços desconectados) e um verdadeiro exílio interno da elite. Diz Bauman que há dois mundos separados e segregados onde um pertencente  a camada superior (despreocupados com seu conforto diário assegurado) e o da camada inferior que batalham pela sobrevivência. Os moradores de condomínios tem um isolamento dos problemas sociais de segurança. Esses espaços são planejados para manter a segurança dos que estão dentro devido a crescente  violência urbana criando o estigma urbano de isolamento espacial. Segundo ele o medo e o preconceito direcionados e os antagonismos são reforçadores dessa divisão. As cidades são campos de batalha onde os poderes globais e os significados e identidades locais se confrontam e nesse confronto que se movimenta a cidade líquida moderna. Bauman expõe a contradição da globalização de tudo e a tendência da política ser local, ele resume dizendo que “as cidades se tornaram depósitos sanitários de problemas concebidos e gerados globalmente”. (Bauman, 2007, p. 89).  Bauman neste capítulo destaca a característica da estranheza que ocupa os espaços das cidades, as pessoas se tornam estranhas umas das outras e com isso estimula os impulsos segregacionistas. A isso ele diz são manifestações da mixofobia, ou o medo generalizado da variedade que abriga os centros urbanos. Outra tendência apontada é a direção a uma comunidade de semelhança, onde as pessoas viveriam uma falsa sensação de segurança e de uma superficialidade na vida social por não adquirirem habilidades para viver com as diferenças. Ele diz que a confusa variedade na vida urbana pode ser ao mesmo tempo repelente e atrativo, onde a variedade é uma promessa de oportunidade.

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