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Artigo Raça E Cor

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Por:   •  20/6/2013  •  2.523 Palavras (11 Páginas)  •  518 Visualizações

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A TRAJETÓRIA DO NEGRO BRASILIRO E SUA DIFICIL INSERÇÃO NO SISTEMA EDUCACIONAL

RESUMO: A proposta de estudo do seguinte artigo é discutir sobre a difícil trajetória do negro na sociedade brasileira por conta da escravidão a que foram submetidos, desde o Brasil colônia até os dias atuais. Analisar o que foi o processo de abolição para os negros e como se deu a ideologia racial, a teoria do branqueamento e o mito da democracia racial, os grandes responsáveis pela exclusão social do negro depois da abolição, focando nas conseqüências que todas essas ideologias trouxeram para a difícil inserção do negro nos diversos campos sociais e mais especificamente no sistema educacional.

PALAVRAS – CHAVE: Negro, discriminação, preconceito, sociedade, educação.

1. Introdução

Hoje na sociedade brasileira as diferenças raciais são responsáveis pela grande desigualdade presente em vários aspectos da vida social de negros e brancos. É visível que o negro é quem nessa historia esta na pior situação. Foram eles que por meio de um sistema de trabalho escravo, onde eram explorados e excluídos pela sociedade, que mais contribuíram para a construção da economia do país.

O objetivo do presente trabalho é analisar a situação do negro brasileiro na sociedade desde o Brasil colônia até os dias atuais. Verificar quais as conseqüências do passado de exploração para a inserção do negro na sociedade, principalmente na esfera educacional, já que a educação se mostra uma arma poderosa contra a discriminação e a desigualdade social e responsável pelo processo de socialização do individuo e pela construção da sua identidade.

Aquilo que fazemos, individualmente ou em grupo, exprime em larga medida aquilo que pensamos de nos mesmos e do outro. Nesse cenário a escola se torna, inevitavelmente, um lugar privilegiado que reflete através de diferentes perspectivas, o rico e desafiador enredo das relações sociais. Daí, a necessidade imediata de educadores e educandos se articularem, a fim de estabelecer redes de convivência que resultem não só no ensino-aprendizado de determinados saberes, mas, para além disso, na percepção e na aceitação da importância de outras tantas maneiras de viver e de saber.(PEREIRA, 2010, p.15)

2. A questão racial desde o Brasil colônia até o Brasil de ações afirmativas

Por muito tempo perdurou a crença de que no Brasil a escravidão havia sido suave, de que a relação entre escravos e senhores fosse tranqüila e harmoniosa (SILVEIRA, 2009). Na verdade não era bem assim, o negro tanto no Brasil, quanto no mundo sofreu com o sistema escravista e sofre até hoje as suas conseqüências por meio do preconceito e da desigualdade social. O sistema escravista trazido pelos portugueses, que inicialmente escravizaram os índios e depois os negros por meio do trafico marítimo por volta do século XVI, foi o grande impulso para economia do Brasil colônia. ”Sem a presença dos índios e dos negros, com sua disposição e força para o trabalho pesado, não haveria como Portugal desbravar e tornar lucrativa a terra descoberta”. (SILVEIRA, 2009).

A escravidão dos negros era justificada pelos europeus por meio do racismo, e assim, foi imposta a superioridade de uma raça sobre a outra, nesse caso do branco sobre o negro. Guimarães (2003, p. 96) trata desta questão “o que chamamos de racismo não existiria sem essa idéia que divide os seres humanos em raças, em subespécies, cada qual com suas qualidades. Foi ela que hierarquizou as sociedades e populações humanas e fundamentou um certo racismo doutrinário”. Foi ela que permitiu e legitimou a escravidão e a idéia do negro como sendo uma raça inferior com qualidades negativas que tinha como única opção de vida se sujeitar a exploração do seu trabalho, vivendo em condições desumanas, tratados como animais.

A “raça” não é uma condição biológica como a etnia, mas uma condição social, psicosocial e cultural, criada reiterada e desenvolvida na trama das relações sociais, envolvendo jogos de forças sociais e progressos de dominação e apropriação. (IANNI, 2004, p. 23)

Em 1888 acontece a abolição da escravatura, que teoricamente representaria a libertação dos negros, o fim do trabalho escravo e sua inserção na sociedade. Mas não foi o que houve o movimento abolicionista não se preocupou com a situação dos negros, o seu real objetivo era acabar com o trabalho escravo por interesses políticos, já que a maioria dos homens que compunham o movimento eram brancos. “Por isso é que o abolicionismo foi uma revolução branca, isto é um movimento político que não se orientava no sentido de transformar, como se afirmava, o escravo em cidadão, mas transformar o trabalho escravo em livre” (IANNI, 1962, p.235). É desta falta de preocupação com a situação do negro livre na sociedade, que surge a maioria dos problemas enfrentados por eles hoje.

É evidente que hoje todas as dificuldades, preconceitos e desigualdades sofridas pelos negros são conseqüências do passado de trabalho escravo e exclusão a que foram submetidos.

Segundo Luciana Jaccoud (2008) o racismo tem sua origem no Brasil junto ao processo de escravidão e se torna discurso a partir das idéias de inferioridade biológica dos negros, surgidas após a abolição. Nesse momento há a formação de uma “ideologia racial” adotada pela sociedade brasileira.

A abolição não significou o inicio da desconstrução dos valores associados ás “designações de cor”. Não apenas se observou a continuidade dos fenômenos do preconceito e da discriminação racial, como esses foram fortalecidos com a difusão das teses do chamado “racismo cientifico”. (JACCOUD, 2008, p.47)

A idéia de inferioridade biológica do negro e de que a sua existência interferia no desenvolvimento do país, trouxe o processo de miscigenação como solução para tal. Acreditava-se que a teoria do branqueamento (1920 e 1930) diminuiria o número da população negra e consequentemente o pais se modernizaria resolvendo-se assim, a questão do problema racial.

Jaccoud (2008) mostra que em 1930 esta concepção começa a desaparecer, o discurso racista dá lugar à democracia racial. Esse pensamento trouxe o lado positivo da miscigenação, o Brasil passou a ser visto como um país de diferentes raças com uma convivência harmônica em relação

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